Uma das mais antigas culturas
utilizadas pelo homem; a soja é
conhecida há mais de 5000 anos!
Nascida em solo chinês, era
considerada um dos cinco grãos
sagrados (WUKU) ao lado do
arroz, trigo, cevada e pianço,
essenciais a existência da vida
chinesa. Era o mais importante
legume cultivado.
A
mais antiga referência à soja
está no primeiro registro já
feito sobre plantas (talvez em
2838 a.C.) o herbário Pen Tsao
Kang Mu, trabalho do imperador
Shen Nung, que ficou conhecido
como Pai da Agricultura, por ter
ensinado seu povo, antes nômade,
a cultivar a terra.
A
soja era semeada todos os anos
em meio a grandes cerimônias,
com a presença do imperador e de
poetas, quando se exaltavam as
virtudes da planta e seus
benefícios para a humanidade.
Já
nesta época, a soja era
altamente valorizada como fonte
de proteínas, principalmente
pela dificuldade de obtenção da
carne bovina e do leite.
É
a mais rica leguminosa,
encontrando-se nela todos os
aminoácidos essenciais à vida
humana. E, por seu valor e
possibilidade de aproveitamento,
é um dos alimentos mais
completos que existem.
Com os intensos movimentos
populacionais ocorridos nas
primeiras civilizações, a soja
começa a se espalhar pelo mundo,
indo primeiro para a Manchúria e
a seguir, com a expansão do
comércio, foi introduzida na
Coréia, Japão e Índia.
Com a chegada de navios
europeus, no final do século XV
e início do século XVI, o
intercâmbio cresce e a soja
começa a ser conhecida no
Ocidente.
No
século XVIII, em 1740, foi
plantada em Paris (Jardim des
Plantes) e em 1790, em Kew, na
Inglaterra (Royal Botanical
Gardens).
Em
1875, já era objeto de estudo em
Viena (Gottlib Haberlandt) e nos
EEUU, a primeira referência data
de 1804.
No
Brasil, o 1º relato de cultivo
foi realizado por Gustava D'Utra
na Bahia, em 1882.
Aos poucos, a soja foi sendo
introduzida em outros estados
brasileiros: São Paulo (1891 a
1900); Rio Grande do Sul (1901);
Santa Catarina e Paraná (1930);
Minas Gerais (1940); Mato Grosso
e Goiás (1950).
Já
introduzida no Paraná em 1930, a
soja substituiu as culturas de
arroz e os cafezais destruídos
pelas grandes geadas de 1953 e
1955. O Paraná passa a ser o 2º
maior produtor, seguido ao Rio
Grande do Sul, que é o 1º.
Na
década de 60, o Brasil "acorda"
para o valor e importância da
soja em 1983 este era o produto
agrícola mais importante do
país.
Produzem soja hoje: Rio Grande
do Sul, Paraná, São Paulo, Santa
Catarina, Mato Grosso do Sul.
A
natureza colocou a disposição do
homem, seu maior recurso para a
sobrevivência - a terra.
Desde a época colonial, no
entento, a ocupação e
organização das terras
brasileiras foram realizadas
para atender, principalmente, ao
mercado externo. Com isso, a
maior parte das terras fica com
os capitalistas, donos de
grandes extensões de terra - os
latifúndios - ocupando 42% da
área rural, quase metade do solo
brasileiro, muitos não
trabalhando a terra, nem
permitindo que outros a façam! E
os trabalhadores rurais
tornam-se bóias-frias:
encontrando trabalho, trabalham;
se não encontram, ficam longo
tempo à mercê da miséria,
esperando um biscate aqui e ali.
Chega a fome e a saída ineficaz:
a fuga para a cidade, a inchação
do espaço urbano, a perda
cultural, a favelização, a
marginalidade - outra vez a
violência do homem violentado!
E
os sem-terra, mesmo os que
permanecem no campo, lutando
pelo trabalho digno no chão que
também deveria ser seu,
transformam-se na manchete
vergonhosa do dia...
Onde está a Reforma Agrária tão
prometida?
É
preciso que o homem do campo
possa permanecer em suas terras
e ter condições de produzir o
alimento necessário à
sobrevivência digna de todos!
Oprimido pelo crescimento
populacional e preocupado com a
perspectiva da fome mundial, o
homem moderno tem lutado para
tornar a soja um alimento básico
para todos os povos.
Em
1 hectare, a soja produz mais
proteínas do que qualquer outra
planta, substituindo, inclusive,
a proteína animal na alimentação
humana.
Adaptando-se bem a quase todos
os tipos de solo, pode ser
plantada na primavera, em quase
todo o território nacional. É
planta anual, de flores brancas
e violetas, hermafroditas. No
verão, as folhas caem e as
hastes de vagens secam
preparando-se para a colheita
mecanizada, com o plantador
tendo cuidado com insetos com a
vaquinha e o curuquerê dos
capinzais, colherá as vagens
contendo sementes oleaginosas,
que dão origem a uma gama
infindável de produtos
industrializados como,
margarina, pão, sabão, óleo
alimentício, tintas, plásticos,
lubrificantes, alimentos
dietéticos e para bebês,
esparadrapo, papel carbono,
medicamentos, produtos
cosméticos e têxteis. Além de
tudo isso, o cultivo da soja
fertiliza o solo para o plantio
de outras culturas.
No
Brasil, Rio Grande do Sul e
Paraná são os maiores
produtores; no mundo os E.E.U.U.
são o maior produtor.
Planta rica na alimentação, na
industrialização... gera
trabalho, gera proteína.
País vasto, com tanta terra
improdutiva...
Fome, violência, miséria, por
que?
O
G.R.E.S. Águia de Ouro acredita
que a consciência de nossos
governantes visualize um
caminhos de justiça, na solução
de um problema que tornou-se
manchete de vergonha para o
mundo inteiro.
Que haja terra para o homem do
campo, que esta lhe seja doada e
que o trabalho volte a ser
exaltado como na Antiga China: a
soja é grão sagrado, sim... a
soja, a terra e o homem!
Com justiça se faz Reforma
Agrária!
Com trabalho se cultiva a soja!
Com fé nos deuses convocados de
todas as culturas, passemos a
acreditar que a terra e
semeadura, alimento e dignidade,
pão e paz se façam como na
China, poesia de um novo tempo!