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		Índios. Eram os donos da terra. Tupis, 
		guaranis bororós, e muitos outros que povoaram estas paragens, viviam 
		livres entre os rios e as florestas, cultuando seus ancestrais e 
		preservando seus rituais e suas tradições. 
		Brancos. Primeiro os portugueses. Possuíam 
		o domínio dos mares e corriam mundo afora e um dia aportaram por aqui, 
		descobridores ou invasores? Descobriram o que já existia e tomaram posse 
		da terra que já possuía donos. Com eles veio o regime de escravidão, e 
		os índios guerreiros, subjugados pelas armas foram transformados em 
		escravos. 
		Negros. De várias etnias de todas as 
		partes do continente africano. Vieram forçados, entre eles reis e 
		rainhas, trazidos como mercadoria para engrossar o continente de 
		escravos indígenas. 
		É desta mistura caudalosa de raças que 
		surge a nacionalidade brasileira. Miscigenada. Transformando o Brasil no 
		país de todas as raças. E desta mescla com freqüências e contribuições 
		distintas que nasceu a cultura brasileira, formada pelas milenares 
		lendas e rituais indígenas, pelas tradições, as danças, os ritmos, a 
		religião e idiomas dos africanos; e os valores europeus. 
		E esta terra se transformou em um imenso 
		caldeirão cultural com valores recriados pelo sentido lúdico do povo, 
		como o Tambu, Reisado, Bumba Meu Bou, Caiapós, Cucumbi, Samba, Festa do 
		Divino, Maracatu, Samba de Lenço, Jongo, Cavalhada, Escola de Samba; 
		porque homens de todas as culturas aprenderam a celebrar estendendo para 
		muito além do cotidiano a experiência da vida social, e festivo se uniam 
		para festejar a boa colheita ou cultuar seus deuses. 
		Inúmeras vezes, irmanados pelo mesmo ideal 
		uniram forças na busca da liberdade e da dignidade, no entanto este país 
		formado por três ralas tem uma visão eurocentrica da sua realidade, e 
		negros e índios que tanto contribuíram para sua nacionalidade, continuam 
		apartados do desenvolvimento social transformados pela sociedade em 
		seres invisíveis e colocados à margem do mercado de trabalho e da 
		produção. Tornando-se obrigatoriamente necessário uma redefinição dos 
		valores sócio-culturais e políticos como forma de terminar com as 
		desigualdades, buscando a igualdade de oportunidades para que este país 
		deixe de ser um planeta branco e renasça com novos valores calcados na 
		sua mistura de raças, como nação.  
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