O leite representa o
alimento mais completo disponível para o ser humano.
Não apenas pela qualidade dos aminoácidos essenciais
como pelos lactobacilos que fazem do leite um
alimento vivo. Não sem razão que as civilizações no
correr da história prestam um reconhecimento à vaca
como animal do qual sai um alimento que substituí o
da própria mãe. Em geral toda segunda mãe de uma
pessoa é uma vaca.
Numa sociedade
urbanizada, onde o povo na maioria mora cidade, o
leite segue um longo caminho do campo à mesa de cada
pessoa. Nesse caminho o grande desafio é manter no
leite as qualidades enquanto alimento saudável, ou
seja, manter o leite com vida para garantir a saúde.
Nessa caminhada o leite passa da fazenda para a
usina, da usina para a padaria, e da padaria para a
casa das pessoas. Na usina pode virar iogurtes,
queijos, manteiga e outros produtos também
destinados à alimentação.
Na fazenda, a produção
de leite envolve um grande número de tarefas para
que a qualidade e a quantidade desejada seja
alcançada. Nessa produção, nos melhores rebanhos os
bezerros nascem de inseminação artificial que
permite não apenas que um touro tenha milhares de
filhos, sem nem mesmo conhecer a vaca, como que um
touro morto há anos, possa gerar um filho. Outro
aspecto importante está na alimentação do rebanho
que além do pasto exige sal mineral, concentrado e
silagem. A vaca produz numa proporção da alimentação
que recebe, sendo uma máquina natural que faz capim
virar leite.
A saúde da vaca exige
uma alimentação adequada para evitar-se doenças como
a vaca louca, além de cuidados com a vacinação. A
dieta de alimentação deve ser balanceada incluindo
ração e vitaminas e as vacinas mantidas em dia, em
especial para aftosa e brucelose, além de outras
doenças que podem ser transmitidas para o homem pelo
leite. O controle do veterinário é fundamental para
que a saúde do rebanho seja perfeita, utilizando
vários remédios veterinários no combate às doenças e
pragas como os carrapatos que sugam o sangue e
enfraquecem a vaca.
A coleta do leite é
feita na ordenha que pode ser manual ou mecânica,
sempre em ambientes limpos para evitar contaminação.
Os baldes, as ordenhadeiras e outros utensílios
devem ser mantidos desinfetados. O leite retirado
pode ser encaminhado para as usinas de duas formas:
em latões de 50 litros ou em caminhões pipas
refrigerados. Os pequenos pecuaristas enviam em
latões deixando os latões nas beiras das estradas
onde os caminhões passam coletando todos os dias,
faça chuva ou sol, levando para a usina. Os grandes
pecuaristas resfriam o leite na própria fazenda e
tem seu produto transportado em caminhões pipas
refrigerados.
A recepção na usina é
feita verificando a qualidade do leite, sendo que o
leite com problemas como acidez é rejeitado e
destruído. Esse produto sofre então o processo de
pasteurização onde eleva-se a temperatura à 75 graus
e depois aplica-se um rápido resfriamento para
manter o produto em torno de 3 graus até o consumo.
Nesse processo, inventado pelo pesquisador francês
Pasteur, mantém-se a qualidade nutricional do leite
intacta, inclusive os lactobacilos. Depois o produto
é homogeneizado e ensacado, sendo distribuído aos
pontos de vendas ao consumidor (padarias,
supermercados e outros).
Uma parte do leite é
destinada à fabricação de uma enorme lista de
produtos lácteos como os queijos de diversos tipos,
as manteigas, os iogurtes, os doces de leite (as
principais receitas de bolos e doces tem leite) e
outros produtos. Toda essa riqueza pode também ser
aumentada em casa com os diversos pratos que
utilizam produtos derivados do leite, como as pizzas
mussarelas e as quatro queijos. Assim, os caminhos
percorridos pelo leite são longos, empregam muita
gente na procura de fornecer alimento saudável à
população, pois leite é vida e saúde.