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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B. CAPRICHOSOS DO PIQUERI - CARNAVAL 2000
Enredo: Lendas e Crenças

O Grêmio Recreativo
Autor: Comissão de Carnaval

 

No Brasil, com seu povo místico e com influências variadas, como portugueses, indígenas e dos escravos, sua cultura traduz sua estória, manifestando-se através de músicas, artesanatos, danças e crendices, que conservam e passam de pai para filho, nosso rico folclore brasileiro (folk-povo, lore-sabedoria).

Podemos observá-las a todo quilômetro deste país. Vejamos:

Danças: Tradições regionais com seqüência de movimentos ritmados, acompanhados de música executados por uma só pessoa, casais ou em grupos, narrando histórias e conhecimentos como: chula, bumba-meu-boi, frevo, fandango, samba, marujada, maracatu e batuque.

Crendices Populares (Provérbios): Transmissão de conhecimento e vivências, onde os mais variados assuntos norteiam a ética e a moral da região

- Sexta-feira é dia de azar;

- Em terra de cego, quem tem um olho é rei;

- De grão em grão a galinha enche o papo;

- Marido de mulher feia, detesta feriado;

- Comer manga com leite faz mal;

- Jogar sabão para Santa Clara, faz parar de chover;

- Sol e chuva casamento de viúva;

- Colocar a bolsa no chão faz o dinheiro acabar.

Nas lendas, principalmente no sertão, observamos a riqueza da literatura folclórica, onde o povo, sem saber explicar os fenômenos locais cria personagens, dando asas a sua imaginação e tenta explicar certos fatos, como: lobisomem, saci-pererê, iara, mula-sem-cabeça, curupira, negrinho do pastoreio.

Apesar da religião oficial brasileira ser o catolicismo, durante o período colonial, com a vinda dos escravos da África, foi-se introduzindo novos hábitos e formas de se cultuar entidades que para os africanos, advém da natureza.

Inicialmente para os escravos de origem nagô, bantus e gegês, com reunião de crenças e rituais, o candomblé, cultua divindades denominadas "Orixás" (Oxalá, Iansã, Iemanjá, Ogum, Oxum, entre outros).

Aos Orixás lhes é oferecido matança de animais (cabritos, galinhas): entre pratos típicos (canjica, milho, feijão, amendoim e etc), para homenageá-los com rituais próprios, abertos ao público simpatizante de preferência à noite, utilizam instrumentos de percussão e cantigas em Iorubá, Ijexá, etc...

Fazem uso de plantas, de curas e rituais e de búzios para profetizar o passado, presente e futuro; com roupas apropriadas cultuam com majestade suas divindades.

O candomblé instalado inicialmente na Bahia e Rio de Janeiro torna-se berço para sua expansão por todo Brasil e exterior.

O candomblé funde-se com tradições indígenas, surgindo a umbanda considerada os ancestrais do brasileiros. Cultua-se caboclos, espíritos de índios guerreiros, pretos velhos, considerados sábios.

No Brasil, o candomblé, encontrou perfeitas condições sociais, culturais e econômicas miscigenando pessoas de todas as classes sociais, raças em seus famosos terreiros.

Na capoeira, patrimônio da cultura brasileira, de origem angolana, dança-luta, praticada desde os tempos dos quilombos.

O ritual de capoeira acontece sempre em uma roda, acompanhados por berimbaus, atabaques, pandeiros e todos cantam músicas e acompanham com palmas.

Com berço na Bahia, é difundida por todo país, com roupas claras e descalços imprimem um balaiado ritmado de mãos e pernas, praticado por ambos os sexos, com seu principal golpe: rabo-de-arraia.

Com as festas juninas, em junho, o Brasil transforma-se num grande arraiá.

Dia 13 de junho, comemoramos dia de Santo Antonio, santo casamenteiro, salvação das solteironas.

Dia 24 de junho, dia de São João, onde grandes fogueiras são acesas e principalmente no nordeste, em Caruaru, ao som do forró, dança típica, envolvemos todos num grande "chamego".

Dia 29, comemoramos São Pedro, padroeiro dos pescadores, encerrando este mês festeiro.

Com muita pipoca, paçoca, curau, pamonha, batata-doce e mil guloseimas esquentando os corações com muito quentão e vinho quente, maravilhados com quadrilhas coloridas e engraçadas envolvidas num clima de simpatias e crendices alimentando a alma e a curiosidade dos brasileiros.

Como não se bastasse as crendices populares, encontramos na nossa cultura atual, os místicos, onde as sessões espíritas e místicas traduzindo o advento do tarô, runas, astrologia, duendes, anjos e quiromancia encabeçam o cotidiano de magos e bruxas de hoje.

Com muito incenso, arruda, artemísia, espelhos, pirâmides, cristais e porções mágicas, sob o olhar misterioso e intrigante do gato preto e a bênção da lua.

 


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