No Brasil, com seu povo místico e com
influências variadas, como portugueses, indígenas e dos escravos, sua
cultura traduz sua estória, manifestando-se através de músicas,
artesanatos, danças e crendices, que conservam e passam de pai para
filho, nosso rico folclore brasileiro (folk-povo, lore-sabedoria).
Podemos observá-las a todo quilômetro
deste país. Vejamos:
Danças: Tradições regionais com seqüência
de movimentos ritmados, acompanhados de música executados por uma só
pessoa, casais ou em grupos, narrando histórias e conhecimentos como:
chula, bumba-meu-boi, frevo, fandango, samba, marujada, maracatu e
batuque.
Crendices Populares (Provérbios):
Transmissão de conhecimento e vivências, onde os mais variados assuntos
norteiam a ética e a moral da região
- Sexta-feira é dia de azar;
- Em terra de cego, quem tem um olho é
rei;
- De grão em grão a galinha enche o papo;
- Marido de mulher feia, detesta feriado;
- Comer manga com leite faz mal;
- Jogar sabão para Santa Clara, faz parar
de chover;
- Sol e chuva casamento de viúva;
- Colocar a bolsa no chão faz o dinheiro
acabar.
Nas lendas, principalmente no sertão,
observamos a riqueza da literatura folclórica, onde o povo, sem saber
explicar os fenômenos locais cria personagens, dando asas a sua
imaginação e tenta explicar certos fatos, como: lobisomem, saci-pererê,
iara, mula-sem-cabeça, curupira, negrinho do pastoreio.
Apesar da religião oficial brasileira ser
o catolicismo, durante o período colonial, com a vinda dos escravos da
África, foi-se introduzindo novos hábitos e formas de se cultuar
entidades que para os africanos, advém da natureza.
Inicialmente para os escravos de origem
nagô, bantus e gegês, com reunião de crenças e rituais, o candomblé,
cultua divindades denominadas "Orixás" (Oxalá, Iansã, Iemanjá, Ogum,
Oxum, entre outros).
Aos Orixás lhes é oferecido matança de
animais (cabritos, galinhas): entre pratos típicos (canjica, milho,
feijão, amendoim e etc), para homenageá-los com rituais próprios,
abertos ao público simpatizante de preferência à noite, utilizam
instrumentos de percussão e cantigas em Iorubá, Ijexá, etc...
Fazem uso de plantas, de curas e rituais e
de búzios para profetizar o passado, presente e futuro; com roupas
apropriadas cultuam com majestade suas divindades.
O candomblé instalado inicialmente na
Bahia e Rio de Janeiro torna-se berço para sua expansão por todo Brasil
e exterior.
O candomblé funde-se com tradições
indígenas, surgindo a umbanda considerada os ancestrais do brasileiros.
Cultua-se caboclos, espíritos de índios guerreiros, pretos velhos,
considerados sábios.
No Brasil, o candomblé, encontrou
perfeitas condições sociais, culturais e econômicas miscigenando pessoas
de todas as classes sociais, raças em seus famosos terreiros.
Na capoeira, patrimônio da cultura
brasileira, de origem angolana, dança-luta, praticada desde os tempos
dos quilombos.
O ritual de capoeira acontece sempre em
uma roda, acompanhados por berimbaus, atabaques, pandeiros e todos
cantam músicas e acompanham com palmas.
Com berço na Bahia, é difundida por todo
país, com roupas claras e descalços imprimem um balaiado ritmado de mãos
e pernas, praticado por ambos os sexos, com seu principal golpe:
rabo-de-arraia.
Com as festas juninas, em junho, o Brasil
transforma-se num grande arraiá.
Dia 13 de junho, comemoramos dia de Santo
Antonio, santo casamenteiro, salvação das solteironas.
Dia 24 de junho, dia de São João, onde
grandes fogueiras são acesas e principalmente no nordeste, em Caruaru,
ao som do forró, dança típica, envolvemos todos num grande "chamego".
Dia 29, comemoramos São Pedro, padroeiro
dos pescadores, encerrando este mês festeiro.
Com muita pipoca, paçoca, curau, pamonha,
batata-doce e mil guloseimas esquentando os corações com muito quentão e
vinho quente, maravilhados com quadrilhas coloridas e engraçadas
envolvidas num clima de simpatias e crendices alimentando a alma e a
curiosidade dos brasileiros.
Como não se bastasse as crendices
populares, encontramos na nossa cultura atual, os místicos, onde as
sessões espíritas e místicas traduzindo o advento do tarô, runas,
astrologia, duendes, anjos e quiromancia encabeçam o cotidiano de magos
e bruxas de hoje.
Com muito incenso, arruda, artemísia,
espelhos, pirâmides, cristais e porções mágicas, sob o olhar misterioso
e intrigante do gato preto e a bênção da lua.
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