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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B.S. FOLHA VERDE - CARNAVAL 2001
Enredo: Mascarada

O Grêmio Recreativo
Autor: Dionísio Charanda

 

Máscaras, muitas máscaras, seja para uma festa de temporão à fantasia, para um carnaval ou para um baile. Para o homem a fantasia não representa somente teatro e folia; representa, também, seus mais íntimos anseios de liberdade no seio da sociedade em que vive.

Máscara, adereço de pureza e poesia, em forma de lua, de sol ou de estrelas; ingenuidade em forma de natureza, herança dos nossos mais remotos ancestrais. Máscaras da vida e do disfarce, do anonimato e da liberdade; máscaras múltiplas do meu pseudo "eu", falso por imposição social, econômica, cultural... Múltiplas faces do meu verdadeiro "eu".

É a máscara pelo homem, à medida que ela o despe dos seus recalques e falsidades e traveste com uma nova personalidade, fazendo-o assumir, assim, ainda que por breves instantes, aquilo que deveria ser sua identidade verdadeira.

Também, é o homem pela máscara, objeto de artesanato e arte que, em dias sem trabalho e sem pão, transcende os limites das habilidades manuais, ganhando as feiras e praças do artesanato da vida, na esperança de ganhar alguns trocos para garantir a sobrevivência.

Trágicas na Grécia, as máscaras ainda hoje continuam tão iguais no teatro da sociedade brasileira, à medida em que esta se vê à mercê de políticos e doutores da lei que não precisam das fantasias de um carnaval para exibir suas faces negramente mascaradas de "irmãos metralha".

Assim é que existe espaço para as "máscaras da mentira", resultantes do casamento entre a justiça cega com o boneco Pinóchio, aquele que, à medida em que mentia, via seu nariz e orelhas crescerem. É, mais uma vez, o homem negando sua verdadeira identidade, se travestindo, se transformando.

E nessa infindável dança de faces e disfarces é que vamos nos deparar com o homem de hoje como que a imitar os primitivos homens da história, ao pintar sua cara de verde e amarelo, não para ressuscitar uma cultura tribal mas, sim, para exercer seu direito e dever de cidadania.

Há, ainda, um outro casamento: o das máscaras com o carnaval; carnaval de máscaras negras de folia e poesia, cantadas lá nos decantados bailes de Veneza mas, também, negras de carrascos medievais quanto negras são hoje na violência urbana deste país.

Diante disso, nos lembramos, então, da alegria e da tristeza, não somente para exprimir a essência do teatro arte e representação cênica mas, oportunamente, também para sintetizar o teatro da vida, da nossa pobre vida de verdades, ironias, tristezas e alegrias que a comunidade "folha-verdeana" vem mostrar na madrugada de mais um carnaval, antes que tudo se torne em cinzas.

São "folhas verdes" na avenida, de máscaras travestidas de alegria, de tristeza, de folia e poesia, onde fantasiar é preciso para que o homem solte sua fantasia e refaça sua harmonia consigo mesmo e com a criação.

 


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