Bem antes da época do chamado
"descobrimento desta Terra de Santa Cruz pelos colonizadores
portugueses, já era certa a existência de uma grande nação aborígine com
nativos habitantes deste imenso solo Continental que mais tarde haveria
de se chamar "Brasil".
Também, era certo que a população
silvícola loca se estendia para muito além do território demarcado por
nossos limites geográficos, ou seja, por todo um imenso continente
Sul-Americano que, paralelamente, se colonizaria pelas mãos de
aventureiros espanhóis.
Disso tudo concluímos, então, que os pouco
representantes dessa nação primitiva, existentes ainda hoje em termos de
Brasil, são o remanescente do grande povo que aqui vivem muito antes da
chegada das expedições exploradoras vindas da Europa, com o intuito de
obter novas e preciosas conquistas para suas coroas.
Assim é que conheceu o índio, homem da
chamada "civilização" que lhe impingiu, a princípio, os usos e costumes
do colonizador, lapidando-o à sociedade e, ao nosso tempo,
descaracterizando-0 das suas mais puras raízes.
Dentre outros, como exemplo dessa perda de
identidade conheceram os nossos silvícolas o pudor da nudez original e a
nova fé cristã pregada pelos jesuítas, que os afastou de "Tupã", a
divindade pagã até então por eles cultuada.
Desta forma, hoje, o remanescente da
sociedade indígena antiga se vê envolto por ideais de luta pela própria
sobrevivência, tanto física quanto cultural.
Hoje, lutam os nossos indígenas por
demarcações territoriais justas, que lhes permitam ainda que
tardiamente, preservar algumas coisas dentre tantas que outrora fizeram
parte de seu habitat natural, como por exemplo, a mata virgem, com suas
águas, fauna e flora, donde sempre tiraram sua subsistência como únicos
e soberanos senhores de uma terra selvagem.
As vésperas de uma nação comemorar seus
quinhentos anos de existência, ainda gritam os seus filhos nativos,
porque descendem daqueles que aqui já se encontravam quando do seu
"descobrimento", por mais respeito e dignidade por parte da "civilizada
sociedade", a mesma que um dia aqui chegando, resolveu atrair e
conquistar toda a costa indígena para seu seio.
O índio, enquanto homem, também procede da
mesma fonte de toda criação e, portanto, também é "gente", é ser humano
que merece e precisa ser respeitado e preservado. Ele somente poderá
"virar anjo" quando seu absoluto "criador" assim o desejar e nunca pelas
inescrupulosas atitudes dos "selvagens homens da civilização",
autênticos arautos do fogo e da destruição.
Portanto, para a comunidade "Folha
Verdeana" hoje será um dia de festa indígena, posto que, para participar
de mais um carnaval foi se inspirar nas lembranças dos nossos
silvícolas, brasileiros antes mesmo desta terra cinco vezes centenária
se chamar Brasil.
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