Não quero de
forma alguma discutir sobre a origem e nem o peso econômico, estou
falando da feira como um espectador. Que vê fascinado a chegada desse
mercado ambulante precário, muitas vezes zambeta, porém eficiente com
endereço incerto deixa qualquer um perplexo quando se torna uma entidade
fraquejada. A feira está montada. É uma visão bonita, emocionante,
decorada, cores, flores, verduras, roupas, etc. Pessoas de incontáveis
origens, japonês, italiano, português, chinês, etc. É um local
cosmopolitano sem predominância. Tem brinquedos de criança, chás para
todos os males, pastel, garapa, bijuterias, quinquarias baratas,
perfumes e especiarias. É onde o vendedor gaiato faz versos, me lembro
de alguns por certo. Ex:
Moça bonita
não paga, mas também não leva;
Aqui está
quase de graça o patrão enlouqueceu;
A laranja é
tão doce que o mel morre de inveja;
É uma zoeira
gostosa, eis uma indesejada porém esperada, grita alguém "olha o rapa" o
feirante clandestino se desespera, ajunta coisa pra cá, esconde coisa
pra lá e corre pra escapar. É uma burbúria danada. O movimento é
caótico, carrinhos de rolimãs, carrinhos das senhoras, sacolas
coloridas, cestos nas mãos dos vendedores, carrinhos de mão, panos no
chão, as lonas das barracas, algumas novas, colorida, listradas, balões
de gás. É um verdadeiro espetáculo, bem peculiar e tão agradável o odor
das frutas que cheiro, ervas exalando igual a incenso, as flores nem é
preciso falar deixam perfumes no ar, tudo isso mesclado é realmente
encantador.
Bem chegou a
hora do verdadeiro barato, é fim de feira, volta tudo pro caminhão,
garis vão cavando o chão limpando a xepa. É como se acordasse de um
sonho. Faz pena.
Essa alegria
está acabando, verdadeiro encontro popular.
Os
Hipermercados estão chegando...
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