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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.C. FLOR DE LIZ - CARNAVAL 2000
Enredo: Alegria, Alegria, Chegou o Sorvete

O Grêmio Recreativo
Autor: Jeronymo Guimarães

 

INTRODUÇÃO

Como num passe de mágica surge o tão esperado "Carnaval da Virada de Século". É o ano 2000 que promete um mega espetáculo em São Paulo. A "guerra", na passarela do samba, terá um toque festivo, estará sendo comemorado "Os 500 Anos do Descobrimento do Brasil".

O campeão do carnaval da virada entrará na história, muita gente sonhando e trabalhando sério para conseguir o tão sonhado título, nervos na flor da pele, muita cabeça quente no Anhembi.

A Flor de Liz, pensando nisso, resolveu não só dar continuidade a um ciclo de narrativas que objetiva informar e trazer conhecimento ao público, mas, também, refrescar o ânimo da galera no Anhembi, contando a histórica trajetória do sorvete - desde sua origem, na China, até a sua popularização pelo mundo todo. A satisfação de degustar um sorvete pode ser comparada a Alegria do Palhaço em uma tarde no circo, pois, independente da idade, traz alegria e prazer para adultos e crianças.

Huumm..., só de pensar dá água na boca.

HISTÓRICO

1º QUADRO: A ORIGEM DO SORVETE

Indícios da existência do sorvete datam de 250 a.C., quando os chineses misturavam polpas de frutas à neve e serviam aos seus imperadores. Não demorou muito para essa delícia gelada ganhar a Índia, que incrementou o sabor com a inclusão de especiarias como cravo e canela, produtos importantíssimos à época, tornando ainda mais nobre o sabor do sorvete, que acabou encantando todo o Oriente.

A título de elucidação, esclarece-se ainda que, no deserto da Pérsia, onde as temperaturas durante o dia, no verão, podem chegar a 42°C ou mais, as noites são muito frias, e o gelo era produzido em tanques, tipo uma piscina ampla e rasa, protegidos por uma parede de frente para o sul para ocultá-los do sol.

Enchia-se o tanque com água pura vinda de reservatórios subterrâneos - "os ganats" e após o congelamento, durante a noite, cortava-se o gelo em blocos antes que o sol começasse a aquecê-lo. Esses blocos eram armazenados na casa do gelo, contígua, que era constituída de enorme estrutura com a forma de iglu. A espessa parede dessa abóbada feita de tijolos de barro, com diâmetro de cerca de 15 metros, oferecia boa insolação e conservava o gelo. O gelo triturado, misturado com frutas e mel, produzia saborosos refrescos, semelhantes, possivelmente a nossa raspadinha.

Por outro lado, no primeiro século da era cristã, Nero - Imperador de Roma, apreciava uma mistura de vinho, sucos de fruta e mel, que era misturada com neve trazida dos Alpes, pelos escravos romanos. O gelo era estocado em profundos poços.

2º QUADRO: O SORVETE E A NOBREZA EUROPÉIA

No século treze, Marco Polo, o grande navegador, retorna à Itália de sua viagem ao Oriente de onde trouxe, além de recipientes que diziam ter sido utilizados na Ásia por mais de mil anos para congelar água, duas novidades que iriam revolucionar o mundo gastronômico - o macarrão e uma sobremesa gelada à base de leite. Os italianos foram os primeiros europeus a desenvolverem receitas de sorvetes e, aparentemente, a partir de 1.500, o produto começou a ser difundido por toda Europa.

No casamento entre Catarina de Médicis, filha do grão-duque italiano Francisco II e de uma princesa austríaca, com o monarca da França - Rei Henrique II, foi servido sorvete na festa e a nobreza derreteu-se por essa delícia gelada, e a partir de então, virou "chic" tomar sorvete.

Da França, chega à Grã-Bretanha, através de intercâmbios comerciais e dos casamentos entre as cortes dos países, tornando-se conhecido em toda Europa e, em particular, na Península Ibérica. Artigo de luxo, só os nobres consumiam.

Mais tarde, comerciantes italianos e franceses, já íntimos do produto, começaram a fabricá-lo. Por volta de 1.660, Procópio Coltelli abriu, em Paris, um café que se tornou célebre - o Café Procope, e os seus sorvetes adquiriram grande fama. O mesmo ocorrendo com o Café Napolitain, fundado por Tortoni.

3º QUADRO: O SORVETE NO NOVO MUNDO

Para os Estados Unidos da América, o sorvete foi levado, em 1.777, pelos imigrantes europeus, e, em 1.851, um leiteiro abre em Baltimore, a 1ª loja de sorvetes em solo americano. Foi nos Estados Unidos, há mais ou menos 40 anos, que iniciou a primeira produção de sorvete em escala industrial.

No Brasil, o sorvete ficou conhecido em 1.834, quando dois comerciantes cariocas compraram 217 toneladas de gelo, vindas do navio americano Madagascar, e começaram a fabricar sorvete com frutas tropicais. Na época não havia como conservar o sorvete gelado, e por isso, tinha que ser consumido logo após o seu preparo. Um anúncio avisava a hora exata da fabricação. Começava a história do sorvete em terras brasileiras.

Em São Paulo, o primeiro anúncio apareceu em 04 de janeiro de 1.878, contendo a seguinte mensagem "Sorvetes - todos os dias às 15:00 horas, Rua Direita nº 14".

A indústria de sorvetes cresceu muito desde então, mas são os norte-americanos quem mais fabricam sorvete no mundo todo.

Existem vários tipos de sorvetes, sendo os mais requintados os do tipo italiano, como a Cassata Napolitana, o Sorbetto, a Granita, e outros. O mercado mais estimulador, nos últimos tempos, é o do sorvete tipo "soft". Este sorvete está muito presente nos serviços expressos como os de Fast Food e Drive Trough, sendo estes os principais responsáveis pelo crescimento do consumo. As redes de lanchonetes, nos anos setenta, foram responsáveis pelo lançamento e popularização do sorvete soft, que é servido com diferentes caldas e coberturas. Atualmente todos os continentes se deliciam com o sorvete soft ou expresso como também é conhecido.

 


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