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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
A.E.A.C.B.C. T.U.P. - CARNAVAL 1996
Enredo: No Xingú Por Acaso

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

Domingo, dia sagrado para macarronada e futebol, as torcidas aprontam sua festa. É hora de ir ao estádio. Com nosso torcida não é diferente. Dia de jogo do Palmeiras, a TUP desfraldará suas bandeiras no imenso Maracanã.

Balões verde e branco voarão no céu carioca e nossas imensas bandeiras tingirão a terra do samba na mais verde de todas as esperanças. E lá vamos nós para o Rio e Janeiro de ponte aérea... A cada minuto a expectativa aumenta, e ´só enxergamos a esperança de chegar e ver nosso time vencedor.

De repente surgem problemas técnicos tirando o avião da rota... Nos vimos em plena floresta. Surgem palmeiras, piuval, castanheiras, seringueiras, enfim, milhares de árvores diferentes das existentes na Mata Atlântica. A questão é: "Onde estamos?".

O comandante anuncia que tudo está bem, só havíamos saído da rota e estávamos em terras mato-grossenses, mais especificamente no Alto Xingu.

Mesmo assim o pânico foi geral, afinal saímos de casa para assistir ao nosso Palestra contra o Fluminense e fomos parar no Xingu?

Mas tudo está bem, ao taxiar em uma pista improvisada, o comandante informa que podemos, enquanto o avião é consertado, assistir à partida final do campeonato de futebol das tribos do Xingu.

Uma nova emoção aos poucos contagiou a galera. Com muita alegria, incentivados pela integração que existia entre as diversas torcidas, nos sentimos à vontade. Poderíamos finalmente torcer. Adotamos um dos times, verde e branco coincidentemente. Eram os TUPIS, "o Palmeiras do Xingu".

O time adversário pertencia à tribo dos Carajás usando as cores vermelho, verde e amarelo, akiás, todos os times que desfilaram pelos gramados do Xingu, representavam em suas cores a diversidade da fauna brasileira, os Kamaiuras de amarelo e azul, os Xavantes em verde e vermelho, os Kalapalos amarelo e vermelho. Todas torcidas prestigiavam os times finalistas.

Nos confidenciaram os índios que no torneio inteiro, não houve nenhuma reclamação dos juízes, nenhum cartão amarelo ou vermelho. Ficamos envergonhados ao pensar no futebol dos homens que se "dizem civilizados".

A tarde caiu, o azul celeste foi sendo invadido pelo amarelo e vermelho do ocaso.

Nossa "nave" estava pronta quando o grande torneio terminou, para nossa glória os TUPIS foram campeões.

O comandante anunciou que estávamos prontos para partir e nosso "verdão" tinha derrotado o Fluminense por quatro a zero, felicidade ainda maior.

Hora da despedida, e como na era do descobrimento, trocamos presentes com os indígenas... só que desta vez, deixamos muitas saudades. Chegamos a São Paulo trazendo um enorme cocar e deixamos cravada no Alto do Xingu, nossa imensa bandeira.

"Este enredo é ficção que poderia ter a sua máxima transformada em realidade com integração e cordialidade entre as torcidas."

 


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