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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. FOLHA AZUL DOS MARUJOS - CARNAVAL 2000
Enredo: Casa do Tatuapé

O Grêmio Recreativo
Autor: Fábio Nunes

 

A construção do que hoje chamamos Casa do Tatuapé, foi a primeira obra residencial do perímetro urbano de São Paulo de Piratininga e guarda lembranças importantes da colonização de nossa cidade, principalmente na figura dos bandeirantes - Em 1.668, surge nas terras precariamente ocupadas na região do Tatuapé, o padre Mateus Nunes de Siqueira. Compra as terras dos herdeiros do ex-proprietário Francisco Jorge, homem tão importante da região que foi nomeado Procurador do Conselho da Vila. A área era muito extensa, ficavam junto às margens do rio Anhembi (Tietê) em confluência com ribeirão Tatuapé.

O padre Mateus pretendia mais terras para desenvolver suas lavouras e também para aumentar as que ladeavam sua capela. Para levar a cabo seu objetivo fez uma solicitação, conseguindo o que pretendia. Quem deu deferimento ao título da nova sesmaria, agora extremamente ampliada com o agregado de novas terras, foi o capitão-mor Agostinho de Figueiredo. O documento em questão, datado de 05 de setembro de 1.668, de fundamental importância para a história do Tatuapé, foi lavrado pelo Cartório da Tesouraria da Fazenda de São Paulo, Livro nº 11 de Sesmarias Antigas.

Pode-se afirmar, sem dúvida, que a região do Tatuapé começou a emergir solidamente a partir de Francisco Jorge e do padre Mateus Nunes Siqueira. Este último desenvolveu intenso trabalho agrícola e de criação de gado dando total aproveitamento àquelas terras, que, por motivos diversos, haviam sido negligenciadas pelos sesmeiros anteriores. É necessário acrescentar que o padre Mateus conseguiu realizar um grande trabalho por ser um homem rico além de possuir enorme criadagem e considerável grupo de indígenas cativos. Os tempos passaram, e o padre Mateus nomeou Mathias Rodrigues da Silva como administrador de seus bens. A este último é atribuía a construção da casa que hoje chamamos Casa do Tatuapé. Não há uma data precisa de sua construção, mas acredita-se que situa-se entre os períodos de 1.668 à 1.698, data última em que o imóvel aparece pela primeira vez descrita no testamento de Catarina D'Orta, sua esposa. Durante um século e meio a casa serviu apenas como moradia; feita em taipa e pilão o pau-a-pique com as características do período bandeirista. Nas proximidades do Rio Anhembi (atual Tietê), era ponto obrigatório de parada nas viagens de padres catequistas ou de bandeirantes caçadores de índios. A febre do ouro, metais e pedras preciosas foi outro fator predominante para a importância do local, pois chegavam tropeiros de várias localidades para trocar as ferraduras dos animais e pousar.

Depois disso passou a ser utilizada também como olaria que, até o final do século XIX, produzia exclusivamente telhas. Com a chegada dos imigrantes italianos disseminadores da construção em alvenaria, passou a produzir tijolos. Seu último proprietário, que ali residiu de 1.877 à 1.943, ano em que faleceu, foi Elias Quartiim de Albuquerque. Em 1.945 a casa foi adquirida pela Tecelagem Texitlia e tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Em 1979, o município efetivou a desapropriação do imóvel que, a seguir, foi restaurado, revitalizado e finalmente aberto à visitação pública a partir de 1.981. A partir de 1.993, com a criação do Museu da Cidade, a Casa do Tatuapé passou a ser um de seus pólos de atuação e com atividades voltadas aos grupos de terceira idade. É assim que o G.R.C.E.S. Folha Azul dos Marujos apresenta seu carnaval, falando da preservação de nossa história e cultura.

 


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