O INÍCIO
O que há de tão especial no chocolate?
Pois existem pessoas que são totalmente viciadas por ele, são
“chocólatras” e chegam a fazer acompanhamento para tratar o vício,
tamanho é o desejo irrefreável pelo chocolate.
Historicamente a origem do chocolate
remonta 1.500 a.C., estudos indicaram a civilização Olmeca, habitantes
das terras baixas do Golfo do México como a primeira a aproveitar o
fruto do cacaueiro. Posteriormente os Maias e Astecas fizeram uso do
cacau como bebida, geralmente acrescida de algum tipo de condimento.
O MANJAR, PRESENTE DOS DEUSES
Os astecas cultuavam o deus Quetzalcoatl,
que personificava a sabedoria e o conhecimento, segundo os quais foi ele
quem deu o chocolate. O povo acreditava que Quetzalcoatl trouxera do céu
as sementes do cacau e as colheitas eram festejadas. Um dia o deus ficou
velho e decidiu abandonar os astecas, partindo em uma jangada de
serpentes para o seu lugar de origem – A terra do ouro. Antes de partir
prometeu voltar. Considerados importantes comerciantes na América
Central, eles aumentaram mais ainda suas riquezas com as colheitas de
cacau. O valor do cacau também estava em suas sementes. Elas eram usadas
como moeda. Na época, por exemplo, um coelho podia ser comprado com oito
sementes e um escravo, por 100. Por isso os espanhóis estabeleceram uma
plantação de cacau e passaram a trocar a semente de cacau com os astecas
por ouro, material indiferente àquele povo. Os espanhóis foram se
acostumando com o cacau e passaram a adoçá-lo com mel e depois açúcar,
diminuindo a proporção de especiarias que o deixava amargo e apimentado.
A RIQUEZA DO CACAU PARA A CORTE ESPANHOLA
Rapidamente, o chocolate se espalha entre
a família real e os nobres da corte espanhola. Os exploradores levam
para a Espanha todo o conhecimento de como lidar com o cacau e preparar
o chocolate. Na Espanha, as cozinhas dos mosteiros serviam como local de
experiência para o aprimoramento do chocolate e a criação de novas
receitas. Os monges aperfeiçoaram o sistema de torrefação e a moenda do
chocolate, transformando-o em barras e tabletes para serem dissolvidos
em água quente, como era apreciado nos salões aristocráticos.
A DEMOCRATIZAÇÃO DO CHOCOLATE
Enquanto a monarquia solidificava o hábito
de consumir chocolate na Espanha, o chocolate foi objeto de desejo,
intrigas e mistérios nas cortes européias. O governo espanhol mantivera
o comércio de chocolate fechado até o século XVI, não querendo
compartilhá-la com outros países.
No entanto, em meados do século XVII
começaram a vazar as primeiras informações sobre o chocolate. Por meio
da pirataria, capturavam-se fragatas espanholas para desembarcar as
sementes de cacau e as levas às suas terras. Rapidamente, espalham-se
plantações de cacau pela Europa, América do Sul e Índias. O chocolate se
converte em bebida universal.
O CACAU CHEGA AO BRASIL
Oficialmente, o cultivo do cacau começou
no Brasil em 1679 através da carta régia que autorizava os colonizadores
a plantá-lo em suas terras. A lavoura cacaueira começa a se expandir na
Bahia, onde a busca do ouro terminaria à sombra dos cacauais.
Nesse período, o Brasil tornou-se o maior
produtor e exportador de cacau do mundo, produzindo riquezas e dominando
praticamente sozinho todo o mercado internacional. Hoje, o Brasil ocupa
a posição de sexto maior produtor mundial de cacau.
AS QUATRO ESTAÇÕES DO CHOCOLATE
Na atualidade o chocolate é sinônimo de
comemoração, na páscoa com o ovo de chocolate, no dia dos namorados a
caixa de bombom, no nascimento do filho e no presente de aniversário.
Nas festas, em qualquer data tem que ter o chocolate, de janeiro a
dezembro de todos os anos, todos os dias e noites, com licor, leite,
nozes, sorvete, passas, bombons ou somente na simples barra para “adoçar
a boca”. Tem-se a impressão que ele é tão presente quanto qualquer outro
alimento, e não é mais o supérfluo que foi no passado. É necessário e
nos acompanha fazendo parte de nossa história, como sempre fez e fará.
Até mesmo nas estações do ano; no inverno serve-se quente para aquecer;
na primavera, bombons em embalagens coloridas para enfeitar; no verão em
sorvetes não falta e no outono precisa nos animar para começar tudo de
novo.
Os Astecas estavam mesmo certos, os deuses
nos deram um grande presente, o melhor presente que poderiam ter nos
dado, o melhor que tinham o manjar dos deuses, do cacau ao chocolate.
E agradecemos com muita humildade!
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