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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. ESTRELA DO TERCEIRO MILÊNIO - CARNAVAL 2003
Enredo: Manjar dos Deuses, Do Cacau ao Chocolate

O Grêmio Recreativo
Autor: Alexandre Almeida

 

O INÍCIO

O que há de tão especial no chocolate? Pois existem pessoas que são totalmente viciadas por ele, são “chocólatras” e chegam a fazer acompanhamento para tratar o vício, tamanho é o desejo irrefreável pelo chocolate.

Historicamente a origem do chocolate remonta 1.500 a.C., estudos indicaram a civilização Olmeca, habitantes das terras baixas do Golfo do México como a primeira a aproveitar o fruto do cacaueiro. Posteriormente os Maias e Astecas fizeram uso do cacau como bebida, geralmente acrescida de algum tipo de condimento.

O MANJAR, PRESENTE DOS DEUSES

Os astecas cultuavam o deus Quetzalcoatl, que personificava a sabedoria e o conhecimento, segundo os quais foi ele quem deu o chocolate. O povo acreditava que Quetzalcoatl trouxera do céu as sementes do cacau e as colheitas eram festejadas. Um dia o deus ficou velho e decidiu abandonar os astecas, partindo em uma jangada de serpentes para o seu lugar de origem – A terra do ouro. Antes de partir prometeu voltar. Considerados importantes comerciantes na América Central, eles aumentaram mais ainda suas riquezas com as colheitas de cacau. O valor do cacau também estava em suas sementes. Elas eram usadas como moeda. Na época, por exemplo, um coelho podia ser comprado com oito sementes e um escravo, por 100. Por isso os espanhóis estabeleceram uma plantação de cacau e passaram a trocar a semente de cacau com os astecas por ouro, material indiferente àquele povo. Os espanhóis foram se acostumando com o cacau e passaram a adoçá-lo com mel e depois açúcar, diminuindo a proporção de especiarias que o deixava amargo e apimentado.

A RIQUEZA DO CACAU PARA A CORTE ESPANHOLA

Rapidamente, o chocolate se espalha entre a família real e os nobres da corte espanhola. Os exploradores levam para a Espanha todo o conhecimento de como lidar com o cacau e preparar o chocolate. Na Espanha, as cozinhas dos mosteiros serviam como local de experiência para o aprimoramento do chocolate e a criação de novas receitas. Os monges aperfeiçoaram o sistema de torrefação e a moenda do chocolate, transformando-o em barras e tabletes para serem dissolvidos em água quente, como era apreciado nos salões aristocráticos.

A DEMOCRATIZAÇÃO DO CHOCOLATE

Enquanto a monarquia solidificava o hábito de consumir chocolate na Espanha, o chocolate foi objeto de desejo, intrigas e mistérios nas cortes européias. O governo espanhol mantivera o comércio de chocolate fechado até o século XVI, não querendo compartilhá-la com outros países.

No entanto, em meados do século XVII começaram a vazar as primeiras informações sobre o chocolate. Por meio da pirataria, capturavam-se fragatas espanholas para desembarcar as sementes de cacau e as levas às suas terras. Rapidamente, espalham-se plantações de cacau pela Europa, América do Sul e Índias. O chocolate se converte em bebida universal.

O CACAU CHEGA AO BRASIL

Oficialmente, o cultivo do cacau começou no Brasil em 1679 através da carta régia que autorizava os colonizadores a plantá-lo em suas terras. A lavoura cacaueira começa a se expandir na Bahia, onde a busca do ouro terminaria à sombra dos cacauais.

Nesse período, o Brasil tornou-se o maior produtor e exportador de cacau do mundo, produzindo riquezas e dominando praticamente sozinho todo o mercado internacional. Hoje, o Brasil ocupa a posição de sexto maior produtor mundial de cacau.

AS QUATRO ESTAÇÕES DO CHOCOLATE

Na atualidade o chocolate é sinônimo de comemoração, na páscoa com o ovo de chocolate, no dia dos namorados a caixa de bombom, no nascimento do filho e no presente de aniversário. Nas festas, em qualquer data tem que ter o chocolate, de janeiro a dezembro de todos os anos, todos os dias e noites, com licor, leite, nozes, sorvete, passas, bombons ou somente na simples barra para “adoçar a boca”. Tem-se a impressão que ele é tão presente quanto qualquer outro alimento, e não é mais o supérfluo que foi no passado. É necessário e nos acompanha fazendo parte de nossa história, como sempre fez e fará. Até mesmo nas estações do ano; no inverno serve-se quente para aquecer; na primavera, bombons em embalagens coloridas para enfeitar; no verão em sorvetes não falta e no outono precisa nos animar para começar tudo de novo.

Os Astecas estavam mesmo certos, os deuses nos deram um grande presente, o melhor presente que poderiam ter nos dado, o melhor que tinham o manjar dos deuses, do cacau ao chocolate.

E agradecemos com muita humildade!

 


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