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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. ERMELINENSE - CARNAVAL 2004
Enredo: Berço de Heróis São Paulo 450 Anos

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

APRESENTAÇÃO

Nas páginas seguintes está desenvolvido de forma simples e clara o enredo G.R.C.E.S. Ermelinense para o Carnaval 2004. Para este ano o tema escolhido é: Berço de Heróis, São Paulo 450 Anos

Este enredo foi criado com muito carinho e amor com o objetivo de levar, através da nossa Escola, empolgação e alegria ao público paulista e à comunidade Ermelinense.

Foi um trabalho intenso que exigiu empenho e dedicação. Esperamos que seja coroado de êxito.

Acreditamos que cada membro da escola, direção de carnaval e componentes em geral tenham todas as condições de envolverem-se com o tema para realizarmos um dos melhores carnavais de nossa escola.

Neste sentido, a participação atuante da ala de compositores na criação do Samba Enredo será de inegável contribuição para a nossa comunidade.

Desejamos que os compositores estejam inspirados para criarem o enredo dessa festa maior da cultura popular e tradição de nosso povo.

Aproveitamos a oportunidade para, mais uma vez, darmos as boas vindas à Ala de Compositores e desejar-lhes boa sorte.

HISTÓRICO

DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO

O Governador Geral do Brasil, Tomé de Souza, desembarca na Bahia em 09 de março de 1549 trazendo consigo o Padre Manoel da Nóbrega, que vinha disposto a encetar a obra monumental de evangelização dos índios. Obedecendo as ordens do governador geral, Nóbrega segue para o sul chegando em fevereiro de 1553 em São Vicente - fundada por Martim Afonso de Souza em 1532. Era o primeiro povoado surgido no Brasil. Ali se encontra com o padre Leonardo Nunes e o irmão Diogo Jacome, que também buscava penetração nos campos de Piratininga, embora, às vezes visse sua tarefa dificultada pelos maiorais da região, à cuja frente se encontrava João Ramalho, o Patriarca da futura "Raça de Gigantes".

Nóbrega, que vivia com o pensamente preso a uma sagrada missão, consegue conciliar os ânimos preparando o clima favorável para os planos que trazia: instalar a Companhia de Jesus no planalto.

Na véspera do natal, chegam da Bahia trazidos pelo Padre Leonardo Nunes, José de Anchieta (então com vinte anos e futuro taumaturgo do novo mundo e apóstolo do Brasil), Gregório Serrão, Afonso Brás e Vicente Rodrigues.

Bem estudadas as condições geográficas do Planalto de Piratininga (numa altitude de 753 metros), a missão transpõe a serra de Paranapiacaba, resolvida a instalar a Casa de Piratininga. Ali se constituiria o ponto de partida para o coração do continente, para as montanhas andinas, feitos homéricos que os bandeirantes realizaram no século seguinte. O local, além de gozar de ótimo clima, era um ponto estratégico, um baluarte em caso de ataque. É ali, no alto da colina, em que a igreja comemora a conversão de Paulo de Tarso no bandeirante da fé. Ergue-se um tosco e pequenino altar a frente de um humilde casebre coberto de guaricanga, numa área de 14 passos de cumprimento por 10 de largura.

Homens trajados de negro, simples em sua roupeta, dão as derradeiras providências para a estranha cerimônia que os índios, admirados e desconfiados, vem apreciar. Os padres e irmãos da Companhia de Jesus, em número de 13, com Manuel de Paiva à frente, paramentado com as vestes sagradas, vão consagrar o colégio que acabam de idealizar lançando sua primeira pedra: o primeiro marco da futura metrópole no Pátio do Colégio.

Os caciques Tibiriçá e Caiubi Assis vem ao batismo da formosa Colina. Aos pés da elevação corre o rio Tamanduateí. Nóbrega e Anchieta, naquela manhã gloriosa de 25 de janeiro de 1554, talvez já tivessem um pressentimento, uma visão grandiosa da espetacular metrópole de 2003.

Pouco adiante, Anhangabaú e mais longe ainda o Anhembi (Rio do Veado, de Anhangá Veado ei, água ou rio). O fecundante rio, mais tarde Tietê (Rio grande, rio legítimo)

Bem cedo os portugueses e mamelucos de Santo André da Borda do Campo procuraram o novo núcleo, atraídos pela benevolência dos missionários. Mais tarde, com a demolição de Santo André por ordem superior, sua população veio juntar-se a de São Paulo procurando a proteção dos abades dos colégios, por determinação de Nóbrega e Tibiriçá. O guerreiro dos olhos escovados, e sua gente situam-se no Largo de São Bento e Caiubi e sua tribo na esplanada do Carmo, prontos para defenderem a "Casa dos Jesuítas". A seguir, Manoel da Nóbrega nomeia o Padre Manuel de Paiva, superior do Colégio de São Paulo, e José de Anchieta para professor de latim dos missionários. Anchieta principia desde logo a sua memorável obra de catequização, trabalhando indistintamente com missionários, colonizadores e índios.

Afeiçoou-se de tal maneira por esta missão que parecia imbuído daquele estranho dom divinatório, que somente os santos e os poetas possuem, vislumbrando no humilde burgo, o futuro colosso do Brasil.

Anchieta é considerado o primeiro professor do novo mundo.

Em 30 de novembro de 1556 com grande festas inaugurava-se a Igreja Colégio e Residência de São Paulo de Piratininga, cujas obras foram iniciadas pelo padre Afonso Brás auxiliado por Tibiriçá e Ciubi. Em 1560 instala-se oficialmente a vila, após o arrasamento de Santo André da Borda do Campo por determinação de Tomé de Souza.

Constituiu-se a primeira Câmara Municipal integrada pelos edis paulistanos Jorge Moreira, Antônio Cubas Garcia, Luiz Álvaro Annes, João Fernandes e Simão Jorge, todos eles oriundos de Santo André.

Pero Dias, ex-juiz coadjutor legalmente desligado da Companhia de Jesus, pois fora obrigado a casar com Terebe, filha de Tibiriçá, foi o primeiro escrivão da Câmara, cargo que exerceu durante muitos anos aparecendo em 1580 como Juiz Ordinário. Neste último cargo teve como sucessores Antônio de Martiz, Simão Jorge e os vereadores foram mais tarde.

Francisco Pires Garcia talvez motivado pelas lutas que acarretaram a transferência dos direitos da Vila de Santo André para São Paulo, não subscreveu a ata da nova Câmara, embora tivesse grande prestígio a nascente povoação.

Terra da liberdade

Berço de heróis

Tu és o louro mais brilhante e puro

O mais belo florão dos brasileiros

Foi no teu solo em borbotões de sangue

Que a fonte ergueram destemidos bravos

Gritando altivos ao quebrar dos ferros

Antes a morte que um viver de escravos!

Foi nos teus campos de mimosas flores

A voz das aves ao soprar do Norte

Que um rei potente as multidões curvadas

Bradou soberbo: Independência ou Morte!

Foi no teu seio que surgiu sublime trindade

Eterna de heroísmo e glória

Cujas estátuas cada vez mais belas

Dormem nos tempos da brasileira história

Avante, caminha! O panteão da glória

Te guarda o louro que premia os bravos!

Voa ao combate repetindo a lenda

Morrer mil vezes, do que viver escravos!

 


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