Este enredo abordará um dos lugares mais
freqüentados por todos, principalmente por sambistas, compositores e
etc.
Simples, desconfortáveis e, em alguns
casos, meio sujos. Mas nada disso importa quando o assunto é “Boteco”.
Botequim lugar tranqüilo onde as pessoas
procuram em seu refúgio um momento de descanso e descontração, após um
dia cansativo na batalha pela sobrevivência.
Além disto no botequim rola de tudo e
principalmente aquele samba de mesa, batido na caixa de fósforo e na
palma da mão tomando aquela cachaça ou uma cerveja bem gelada, que ele é
a nossa segunda casa ninguém duvida. Afinal é no bar que (quase) tudo
acontece.
As pessoas bebem, se distraem, muitas
vezes falam mais do que deviam, negócios são fechados, romances começam
e terminam.
Pensando nessas mil e uma maravilhas que
um bar nos proporciona é que vamos fazer uma homenagem aos bares da vida
e seus freqüentadores.
UMA VIAGEM AOS BARES DA VIDA
Começamos nossa viagem retornando ao
passado, mais precisamente no ano de 1980, em lugar tradicional do
Bairro de Guaianases mais conhecido como “Bar do Cabeção”.
Lugar este conhecido como reduto dos
fundadores do G.R.C.E.S. Unidos de Guaianases.
Ali eles se encontravam para uma partida
de bilhar, baralho e para rolar aquele pagode, uma roda de samba da
melhor qualidade.
Mas além das pessoas da sociedade de
Guaianases, passaram pelo bar ilustres pessoas do mundo esportivo que no
auge de suas carreiras no futebol os jogadores Sócrates e Biro-Biro.
Por estas e outras que estamos
homenageando este bar, que não poderia faltar em nosso enredo.
Continuando, viajamos ao inverno da grande
cidade, onde eles funcionam como verdadeiros refúgios onde além daquela
cerva bem gelada e aquela cachaça da melhor qualidade, os botequins
ainda servem vários tipos de tira-gostos e sanduíches de todos os tipos.
E o menu destes botequins todos conhecem,
ovos cozidos, pernil, peixe frito e etc.
A decoração a mais simples possível, com
paredes de acrílico dividindo os ambientes e ainda tem as proteções dos
santos geralmente iluminados como: São Jorge, Cosme e Damião e muitos
outros e, no pequeno altar não faltam galhos de arruda, vasos de
comigo-ninguém-pode e empoeiradas samambaias de plástico.
E apesar de toda esta simplicidade as
pessoas que independente da sua classe social vão à procura destes
refúgios para relaxarem e esquecer um pouco do sofrimento do dia-a-dia,
batalhando pela sobrevivência.
E o botequim também faz parte da história
do samba, grandes compositores tiveram seu momento de grande inspiração
na mesa de um bar, criando obras de rara beleza da nossa M.P.B.
Grandes escolas surgiram num papo de
botequim, como por exemplo o G.R.C.E.S. Unidos de Guaianases, que tem na
sua raiz de fundação os freqüentadores dos bares da vida.
E quem nunca discutiu no botequim os
problemas da nossa nação, todos com estratégias fantásticas para a
salvação do país.
E quem nunca foi freqüentador fiel de um
botequim que tem suas preferências artísticas, políticas, econômicas,
gastronômicas e até sexuais.
Acredito que talvez não exista uma
instituição tão viva quanto o bar.
E nem o progresso consegue acabar com
eles, pois “digo” porque o botequim nunca morre, pois sempre teremos um
assunto para discutir na mesa tomando um chopp bem gelado, pois os
assuntos estão presentes em nosso dia-a-dia.
Os assuntos preferidos, crise social, caos
urbano, crise econômica, e por tudo isso o botequim sempre vai se manter
vivo, pois as conversas na mesa de um bar sempre irão existir.
Quem nunca foi um técnico de futebol, um
solitário, um cantor frustrado, um salvador da pátria, isto sem contar o
pendurador de contas, o famoso eu pago amanhã.
Por essas e outras que sempre irão existir
esses maravilhosos refúgios, alguns na sua maioria simples e outros mais
sofisticados com a marca de servir para ser um lugar que em nossos
momentos de alegria ou de tristeza, procuramos a mesa de um bar para
comemorar ou afogar as mágoas.
Elegendo sempre à cada temporada o nosso
preferido.
Porque tudo pode acontecer num papo de
botequim a cada gole uma surpresa a cada surpresa uma esperança de que
tudo isto nunca vai acabar para alegria geral da nação.
É tudo isso que a nossa escola vai
mostrar, com muita irreverência homenageando compositores e
freqüentadores dos bares da vida, vamos contagiar a passarela, cantando
o eterno renascer das suas canções.
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