Quando falamos do descobrimento do Brasil,
não podemos deixar de ressaltar a importância de Minas Gerais. Dos
muitos negros trazidos para o Brasil como escravos, pelo Império
Português, alguns rebelaram-se e fugiram. Após andar vários dias
acabaram por chegar a capitania de Minas Gerais.
Nessa região uniram-se aos índios das
tribos dos Aimorés, Caiapós e dos Xavantes, adoradores do sol e da lua,
que habitavam a região nesta época.
Desta união nasceu o Quilombo do Ambrósio,
hoje terras de São Domingos do Araxá, que serviu de refúgio para muitos
outros fugitivos. Foram esses negros e índios que começaram a achar as
primeiras jazidas de ouro. Ao tomar conhecimento desta realidade, os
portugueses aqui residentes, como a corte portuguesa, voltaram suas
atenções para Minas Gerais, uma vez que os engenhos de cana-de-açúcar já
não mais garantiam os lucros desejados. A partir daí, inicia-se então o
período de expedições, conhecida como as Bandeiras, que tinham como
objetivo explorar regiões do interior do Brasil, na busca de ouro e
pedras preciosas.
No caminho dos Bandeirantes estava o
Quilombo de Ambrósio, que foi destruído, e os negros e índios
capturados, foram forçados a trabalhar na busca do ouro. Mais tarde em
1.726, surgiram as primeiras pedras preciosas, dentre elas diamantes e
esmeraldas.
Muitas foram as insurreições contra o
Império Português, em Minas Gerais não podemos esquecer a dos
Inconfidentes liderados pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier
"Tiradentes", que tinha como idéias a liberdade de conotação social e o
fim das relações com Portugal. Essa época foi marcada também pela luta
dos negros por liberdade e direitos iguais.
Vila Rica, hoje Ouro Preto, é a marca
registrada da arte barroca, criada sobre a influência do séc. XVIII em
Minas, Aleijadinho, mestre Valentim, e o saudoso Ataíde, suas maiores
expressões artísticas.
Falar de Minas é lembrar de Chica da
Silva, sua história reflete como nenhuma outra, o poder do contratante,
e a importância das riquezas brasileiras para a coroa portuguesa, ela
era uma pérola que queria ser um diamante, e falar de D. Beija, que
diziam ter muito amor para dar.
O Eldorado brasileiro, Minas Gerais
mistura de raças: branco, negro, índio, numa malandra miscigenação,
terra de Maria Fumaça, do tempero bom que foi parar na Bahia e fez o
baiano dizer uai.
Suas quadrilhas misturam o minueto e as
polkas européias, com o lundu, a umbigada e o maculelê dos negros
africanos. Muitos boêmios, cancioneiros e poetas, abandonaram o Rio e
São Paulo, para ter o seu descanso e fazerem os seus saraus em Minas
Gerais.
Minas terra do ouro e do diamante, onde
tudo acaba numa boa fogueira, com muito bolo de fubá e canjica.
É para deixar esta cidade louca, com muita
água na boca que o Paraíso vem aí trazendo para a passarela, abrindo o
ano 2000 os caminhos para mais 500 anos desta nação tão esperançosa.
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