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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B. PARAÍSO DO SAMBA - CARNAVAL 1999
Enredo: Orfeu do Carnaval

O Grêmio Recreativo
Autor: Nicolau Palito

 

PERSONAGENS

Orfeu, filho de Deus Grego, Don Juan do Morro, motorneiro de profissão e cantor, compositor e sambista negro nas horas vagas, Mira, a mais recente amante de Orfeu, Eurídice, moça que chega ao Rio vinda do interior onde é perseguida por misterioso homem de olhar frio, Hermes negro velho alto e robusto, de cabelos brancos, personalidade no morro, Serafina, prima de Eurídice que mora no morro onde é procurada por Eurídice, Chico Boto, marinheiro, amante de Serafina, homem mascarado que persegue Euridíce.

RESUMO

Era sábado de Carnaval, vindo do interior chega ao Rio uma bela jovem vestida de branco, à procura de sua prima. Foi até a parada do bonde, assustada com tanta gente e movimentação, pessoas fantasiadas, com máscaras, chapéus de palhaço, mas como o bonde estava lotado não conseguiu entrar. Com o bonde se locomovendo foi içada para dentro por dois rapazes. Depois de acomodada, olhava para o cordão que passava e imobilizava o tráfego. Músicos de calças azuis e camisas vermelhas batiam ritmadamente os tambores e caixas. Tocavam, cantarolavam ou assoviavam várias melodias misturando-se aos sons ardidos dos apitos.

O motorneiro do bonde era Orfeu, que apreciava sua vida de celibatário, amava a profissão de motorneiro de bondes e adorava seu violão. Quando tinha entre os braços o violão se sentia feliz, e muita mulher devia ter ciúmes daquele instrumento dourado, polido, brilhante, que Orfeu acariciava amorosamente e pelo qual as desprezava de boa vontade. Mais de um samba cantado no morro ou mesmo pelos jornaleiros da Praça Mauá tinha Orfeu como autor.

Feliz por ser sábado, amanhã seria carnaval com desfile do qual ele ia participar fantasiado de Sol. Durante três noites iria tocar violão, cantar, dançar e perder-se naquela alegria frenética, que se renovava a cada ano. O trânsito volta a andar e Orfeu conduz o bonde vazio até a estação, quando ao saltar, percebe Eurídice sentada no banco, mãos cruzadas nos joelhos:

- Que você está fazendo ai?

- Disseram que era para ir até o fim da linha...

- Pois bem, já chegou. Desça. Ela desceu e Orfeu notou que tinha belas pernas.

- Onde pretende ir?

- Em casa de minha prima, que mora no morro.

- Você sabe ir até lá? Não? Procure o Hermes, o velho que está lá embaixo que ele te indicará o caminhos. Preciso ir receber meu salário.

Eurídice, com a ajuda de Hermes encontra sua prima Serafina, a costureira, que no entanto aguardava o regresso do Chico Boto, seu amante. Para ficar a sós com Chico Boto, Serafina a leva para conhecer o morro e o ensaio da Escola de Samba. No caminho cruzam com Orfeu que ria retirar seu violão do prego, Serafina conta a prima que ele era noivo de Mira com quem se casaria logo depois do carnaval. Orfeu e Eurídice trocam sorrisos quando apresentados pela prima, já se conheciam daquela tarde. Orfeu, ao sair da loja de penhores sentou-se num degrau da escada e beliscou as cordas de seu amigo.

Tocava a melodia que lhe povoava a cabeça: "tristeza não tem fim/ felicidade, sim/ A felicidade do pobre parece ser/ a grande ilusão do carnaval/ a gente trabalha o ano inteiro/ por um momento de sonho/ para fantasiar-se/ de rei, de pirata ou jardineiro/ e tudo termina na Quarta-Feira".

À noite, no ensaio, Eurídice ficou admirada com a alegria e agitação dos últimos preparativos para o desfile. Orfeu comandava quase tudo na escola e mesmo assim achava tempo para trocar olhares com Eurídice, e sua noiva Mira, muito ciumenta, percebia esses olhares.

No meio das pessoas Eurídice se depara com o mesmo homem que a perseguia, desde a cidadezinha onde morava. Amedrontada sai correndo sem conhecer o caminho estreito e escuro da favela. Orfeu percebendo que havia algo errado sai correndo atrás de Eurídice e quando a alcança o homem misterioso também a tinha alcançado.

Eurídice estava desmaiada e Orfeu atracou-se com o desconhecido, que conseguiu atacá-lo e fugir. Orfeu perde os sentidos por alguns segundos e quando volta a si ajuda Eurídice a se recompor, tranquilizando-a; Voltam para o ensaio pelas ruas estreitas e escuras da favela.

Eurídice resolve voltar para o barraco da prima, mas encontrando-a com o amante, resolve esperar um pouco para não incomodar, quando ouve o som do violão. Era Orfeu que tocava e cantava um samba. O rapaz convida Eurídice para ir com ele, ela aceita e passa a noite com Orfeu.

Na manhã seguinte Orfeu sente-se realizado como homem, depois de tantas conquistas havia encontrado a mulher de sua vida. Quando Eurídice acordou, assustada, Orfeu que estava a admirá-la, tranquiliza-a: não precisa ter medo de nada pois estou aqui para defende-la, e a convida para participar do desfile da Escola de Samba.

Eurídice então perguntou-lhe: e Mira? Pois ele já havia dado para ela o anel de noivado e tinham marcado casamento. Orfeu disse que após o carnaval terminaria tudo com Mira. Eurídice volta ao barraco da prima, conta da noite que passou com Orfeu e do convite para desfilar com a Escola de Samba. A prima acha boa a idéia e a convence a desfilar com sua fantasia de Rainha da Noite, pois assim ninguém a reconheceria.

Na grande hora do desfile, escola concentrada na avenida, fantasias impecáveis, prontos para o desfile e para levar o título de campeã. Mira comenta com uma amiga, durante o desfile, que Serafina estava diferente na fantasia de Rainha da Noite. A amiga conta que não era Serafina mas sim Eurídice. Mira começa a reparar mais e percebe que Orfeu e Eurídice parecem mais do que amigos, morta de ciúmes vai tomar satisfação com Orfeu que acaba tudo com ela. O desfile prossegue e ao final já de madrugada sai o resultado do concurso. A escola do morro venceu e Orfeu é chamado para receber o prêmio da campeã. Enquanto Orfeu recebe o prêmio e Eurídice o espera, vê no meio da multidão o perseguidor mascarado, sai correndo em direção à garagem dos bondes onde se esconde, mas é perseguida por ele.

Depois de receber o prêmio Orfeu procura por Eurídice e avisado por amigos corre em direção a garagem dos bondes. Encontra o mascarado quase agarrando sua amada, entra em luta corporal, mas o mascarado leva vantagem e Orfeu desmaia. Quando acorda vê Eurídice levada para a ambulância. As pessoas seguem para o hospital sem avisar Orfeu e ele fica desesperado sem saber o que aconteceu com seu amor e para onde o levaram. Vai procurá-la em hospitais, centros de umbanda e depois foi ao necrotério. Lá, ficou contente e desesperado ao mesmo tempo, tinha encontrado sua amada mas ela estava morta. Paga as taxas, carrega o corpo da amada e volta ao morro.

Lá chegando é avistado por Mira, que deduz que ele a está carregando por paixão, chamego e pensa: além de carregá-la nos braços, o bobo ainda vem pelo terreno baldio e perto do abismo. Morta de ciúmes, abaixa-se, pega uma pedra grande e atira-a com força em direção a Orfeu; atinge a testa, ele perde o equilíbrio, vacila e cai no precipício. Os moradores vão para a beira do abismo e vêem os corpos de Orfeu e Eurídice rolarem pelo precipício. Quando os corpos acabam de rolar ficam juntos, Eurídice fica nos braços de Orfeu.

Mira solta um grito de dor e despeito. Eurídice mesmo depois de morta tomou-lhe o lugar nos braços de Orfeu.

 


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