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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B. PARAÍSO DO SAMBA - CARNAVAL 1997
Enredo: Povos dos Quilombos

O Grêmio Recreativo
Autores: Silva e Fonseca

 

Nos fins do século, XVI não se pôde ainda estabelecer exatamente o ano, subleraram-se os escravos negros de um grande engenho de cana-de-açúcar no sul da Capitânia de Pernambuco.

Mal clareou o dia, armados de foices, chuços e paus, atacaram e dominaram, amos e feitores.

Viram-se assim, senhores do mesmo engenho que tanto tempo havia sido o instrumento de sua opressão.

Mas logo a perplexidade: que fazer; liberdade, conquista?

Não ignoravam que, se ficassem no engenho, seriam em breve atacados por tropa bem armada, contra a qual seria vã qualquer resistência.

Sabiam do mesmo modo que não poderiam homiziar-se em alguma das mesquinhas e solitárias povoações portuguesas espalhadas ao longo do litoral.

Menos ainda se sentiriam tentados a repetir a malograda experiência de outros negros rebeldes que erguiam toscas moradas em ponto situado a escassas léguas da fimbria litorânea.

Esta última solução oferecia como única vantagem a possibilidade de se conservarem livres um pouco mais de tempo.

Mais dia, menos dia, seriam descobertos e capturados pelos Capitães-do-mato. Pois a tática empregada por esses rafeiros profissionais do escravismo se caracterizava por uma rigorosa infalibilidade.

Uma vez achado o escravo; não tinha dificuldade em reduzi-lo graças a superioridade das armas.

Levaram então o cativo de arrasto até seu amo, recebendo a paga pelo serviço prestado.

Os rebeldes tomaram uma resolução desesperada: buscar refúgio na região conhecida como Palmares.

Região da Serra da Barriga, no território do atual Estado de Alagoas, um dos mais famosos Quilombos do Brasil, tornou-se refúgio de trabalhadores, escravos fugidos, brancos descontentes com a corte portuguesa.

Como a maioria dos refugiados eram homens a falta de mulheres era muita, aí o rapto de mulheres índias para o Quilombo que foi favorecido pela luta entre holandeses e pernambucanos, milhares de cativos escapavam dos engenhos pernambucanos e formaram na região quilombos com mais de 1.000 habitantes.

Fortes resistiam por décadas aos ataques holandeses e luso-brasileiros.

Para se oporem aos ataques reescravizadores os quilombolas formaram uma confederação sob o comando de chefe político e militar. A confederação dos quilombos dos Palmares constituiu um verdadeiro Estado Negro Livre no coração do Brasil escravista.

Os quilombolas praticavam a mineração clandestina, na Amazônia, dedicavam-se ao extrativismo no litoral, perto da cidade ou ao longo do caminho, viviam do desvio de ouro, diamantes, produtos da floresta, os bens desviados eram trocados por alimentos com comerciantes, fazendeiros e regatões ávidos de lucro.

Nas cercanias das cidades, fujões viviam em pequenos quilombos e vendiam caça, linha, ovos e etc..., à população urbana.

Geralmente as terras dos quilombos eram férteis e muito ricas em frutas nativas, e caça em abundância.

A maioria dos quilombos viveu da agricultura com ferramenta rústica, plantavam pequenas roças de milho, mandioca, feijão, abóbora e etc..., os quilombolas vendiam parte gêneros agrícolas que produziam para comprar armas, pólvora, ferro e outros produtos.

Os quilombolas eram alegres, festeiros, lá os negros manifestavam-se religiosamente pintavam figuras que recordavam as lembranças da Mãe África e saudavam os Orixás.

Por mais de quatro séculos os quilombos resistiram e ainda resistem.

 


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