SÃO BENTO, XV DE NOVEMBRO E DIREITA
As três ruas formavam de fato a figura
geométrica de um triângulo. Daí lhes adveio a denominação Triângulo.
Nelas se havia concentrado o comércio mais
fino e as agências e sedes dos maiores bancos. Foi assim vários
decênios, mormente na década de 20, com cafés e casas de chá.
Às 5 horas da tarde convergiam as
"melindrosas" e "almofadinhas". Na entrada do Jornal do Comércio, na Rua
Direita, reuniam-se os intelectuais jovens do tempo para verem as
elegantes desfilar. O bonde passava tilintando, pedindo passagem, gente
entrava e saia do Grand-Hotel.
Rua da Quitanda: Por apresentar uma curva,
a atual Rua da Quitanda, chamou-se antigamente "Rua do Cotovelo", era a
rua preferida pelas quitandeiras (atuais camelôs) que ali vendiam peixes
pescados no Parque Dom Pedro (Rio Tamanduateí) e frutas e hortaliças
vindas da região da Rua da Glória, pois nesta época não existiam
mercados.
Um pedaço da Rua da Quitanda era conhecido
como Beco da Cachaça, pois ali vendia-se toda cachaça produzida nos
engenhos inclusive para fins medicinais.
Rua Direita: Em 1700 esta rua chamava-se
Rua Direita de Santo Antonio. Na Rua Direita estavam as melhores lojas,
consultórios médicos, ali concentravam-se os habitantes mais ricos.
Nesta rua foi realizado o 1º cortejo oficial da cidade em homenagem ao
Bispo Dom Bernardo Rodrigues.
Rua São Bento: Tradicional rua paulistana,
foi o primeiro centro financeiro da cidade de São Paulo, com os
primeiros bancos: Banco Construtor e Agrícola de São Paulo, Banco dos
Lavradores, Banco de Santos, British Bank of South American, instalou-se
nesta rua o Grand-Hotel o mais luxuoso e tradicional da época, os
palacetes de Álvares Penteado e Antonio Prado, o Departamento de Polícia
Urbana, a primeira Botica (farmácia) da cidade e nesta rua foi
construído o primeiro arranha-céu da cidade, o prédio Martinelli.
Rua XV de Novembro: Até 1846 era conhecida
como Rua do Rosário dos Homens Pretos, em homenagem à Igreja de Nossa
Senhora do Rosário que ficava no Largo do Rosário (atual praça Antonio
Prado), depois passou a ser chamada de Rua Imperatriz e depois da
Proclamação da República Rua XV de Novembro, na época abriga as melhores
lojas de fazenda todas com nomes franceses, era a rua das procissões,
por isso os sobrados eram super valorizados, pois tinham uma vista
privilegiada das procissões.
Era a rua de maior animação da cidade,
pois era percorrida pelos bondes, charretes e soberbos cavalos de raça,
nela transitavam quotidianamente, intelectuais, acadêmicos, operários,
jornalistas, políticos, viajantes e as belas mulheres da época. A
primeira galeria da cidade, ligava a Rua XV de Novembro à Rua Boa Vista.
A Praça Antonio Prado que anteriormente
chamava-se Largo do Rosário, que abrigava a Bolsa do Café que foi o
elemento principal para o desenvolvimento da cidade.
A Rua do Tesouro, que abrigava a
Intendência Municipal (atual Prefeitura) e a Rua do Comércio que era o
ponto de encontro da imprensa.
Foi a influência do Triângulo Histórico
(São Bento, Direita e XV de Novembro), que transformou uma pequena
cidade nessa grande metrópole que hoje é a cidade de São Paulo, que é
totalmente esplendorosa, com Metrô, industrias e edifícios magníficos.
Hoje o triângulo, continua a impulsionar a
cidade e talvez até a nação, pois com sua galhardia, esplendor e
enriquecimento cultural, abriga milhões de pessoas que transitam por
suas ruas estreitas, cheias de camelôs (quitandeiras), bancários,
executivos, office-boy, turistas e pessoas a procura de se dar bem na
maior metrópole da América do Sul.
A Explosão, quer mostrar aos jurados e ao
público um pouco da história viva de nossa cidade, queremos viajar da
Vila de São Paulo ao Esplendor da Metrópole, capaz de impulsionar uma
nação. Viaje neste enredo fascinante, ande de bonde, de charrete, vá de
Metrô, divague na São Paulo romântica dos tempos do café, das senhoras e
senhores até a Cidade que não pára, compre uma fruta na quitandeira e um
CD no camelô.
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