Baseado na
obra do jornalista e escritor paraibano Francisco de Assis Ângelo -
"Roteiro Musical da Cidade de São Paulo", nosso enredo viaja através de
sete verdadeiros hinos que exalta de formas diferentes a nossa querida
metrópole. São músicas imortalizadas na voz do povo mostrando vários
aspectos de nossos costumes e nossa gente.
A União
Independente evoca a música em toda a sua plenitude, símbolo da
expressão cultural tão presente em nossas vidas. Da inspiração surgem
notas musicais e a musa é São Paulo, a cidade que não pára de crescer e
na visão de Francisco de Assis, sete canções de sucesso entre mais de
duas mil revelam a poesia e a realidade desta metrópole. A primeira,
composta por Adoniran Barbosa é pra lá de conhecida, inclusive em países
como Estados Unidos e Japão: Trem das Onze:
"Não posso
ficar, nem mais um minuto com você,
Sinto muito
amor, mas não pode ser,
Moro em
Jaçanã, se eu perder esse trem,
Que sai
agora às onze horas, só amanhã de manhã..."
Adoniran
sempre procurou mostrar a realidade urbana com bom humor, e assim obteve
o primeiro lugar no concurso de músicas de carnaval no Rio de Janeiro em
1964, com o famoso "trem". Seguindo a ordem de popularidade, aparecem
nos estudos de Assis a obra: Lampião de Gás. A desenhista, escritora e
compositora Zica Bergami ganhava o troféu Zequinha de Abreu em 1959 por
esta sensível composição imortalizada pela intérprete Inezita Barroso:
"Lampião de
gás, lampião de gás,
Quantas
saudades, você me traz..."
São, São
Paulo, Meu Amor cuja autoria é de Tom Zé em 1968, venceu o 4º Festival
de Música Popular Brasileira da TV Record no ano seguinte. A letra de
termos considerados agressivos pela censura, jamais deixou de ser
entoada pelos amantes da cidade:
"Por mil
chaminés e carros,
Gaseados a
prestação,
Porém com
todo defeito,
Te carrego
no meu peito,
São São
Paulo quanta dor,
São São
Paulo meu amor"
Você conhece
esta letra?
"Do lado
direito da Rua Direita,
Olhando as
vitrines coloridas eu a vi..."
Este samba
com o sugestivo título: Do Lado Direito da Rua Direita além de focar a
importante rua comercial de nossa cidade, conseguiu através de seus
autores Os Morenos e Originais do Samba, um lugar de destaque no
exigente mercado discográfico carioca, um clássico composto em 1972.
"E nesse dia
então, vai dar na primeira edição,
Cenas de
sangue num bar da Avenida São João..."
Ronda,
composta em 1951 por Paulo Vanzolini, é por muitos considerado uma letra
triste, mas retrata cenas do cotidiano dos bares e das noites
paulistanas.
O sexto
canto "acorda" milhares de paulistanos. Tema de uma famosa emissora de
rádio da cidade, fala da noite e do dia e simboliza o trabalhador em
mais um dia de labuta. Com o título Tema de São Paulo (1970), faz parte
da obra "Paulistana", uma sinfonia popular gravada por Billy Blanco e
orquestrada pelo maestro Chico Moraes:
"São Paulo
que amanhece trabalhando,
São Paulo
que não sabe adormecer,
Porque
durante a noite paulista vai pensando,
Nas coisas
que de dia vai fazer..."
O
samba-canção com o tempero baiano de Caetano Veloso, Sampa (1978),
aponta a vertente afro no seio da cidade, com um olhar crítico e ao
mesmo tempo poético:
"Pananméricas
de áfricas utópicas, túmulo do samba,
Mais
possível novo quilombo de Zumbi,
E os Novos
Baianos passeiam na tua garoa,
E os Novos
Baianos te podem curtir numa boa,
Alguma coisa
acontece no meu coração,
Que só
quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João..."
E não é que
as notas musicais que reverenciam a cidade são verdadeiros clássicos...
claro, merecimentos a parte, somos o maior mercado de venda de discos e
cd's da América Latina e que acaba de ganhar mais um hino em seus anais,
festejando 450 anos de prosperidade: o samba enredo da nossa querida
União Independente de Vila Prudente.
Parabéns São
Paulo pelos sete e os milhares de outros cantos em sua homenagem!!!
|