INTRODUÇÃO
Confete,
serpentina, máscaras, lança perfume, pierrô, colombina e o Zé Pereira,
através destes elementos de saudosos carnavais, procuraremos recriar
momentos de emoção e sentimento que tão bem pertencem a alma e ao
espírito lúdico do nosso carnaval.
Assim o Raiz
da Zona Sul vai "saudar a Imprensa: escrita, falada e televisionada, o
povo em geral, e convidá-los a participar conosco de um grande palanque
da alegria nesse desfile que sem dúvida será histórico.
PARTE I -
A COMÉDIA DE L'ART
"Quanto
riso, oh!
Quanta
alegria, oh!
Mais de mil
palhaços no salão
Arlequim
está chorando pelo amor da colombina
No meio da
multidão"
O triângulo
amoroso da comédia de L'art, sempre foi inspirador de temas tendo assim
se incorporado ao espírito do Carnaval Brasileiro.
Pierrô,
Arlequim e Colombina são personagens constantes como exemplo do amor que
o tempo não apagou.
Ri de
Palhaço
"Eu sou
o teu
pierrot
colombina...
colombina...
reparte
essse amor
metade pra
mim
metade pra
teu arlequim."
Lamartine
Babo
Rasguei a
Minha Fantasia (1935)
"Rasguei a
minha fantasia
O meu palhaço cheio de laço e balão
Rasguei a minha fantasia
Guardei os guizos no meu coração
Fiz palhaçada o ano inteiro sem parar
Dei gargalhada com tristeza no olhar
A vida é assim... A vida é assim...
O pranto é livre eu vou desabafar
Tentei chorar, ninguém no choro acreditou
Tentei amar e o amor não chegou
A vida é assim... A vida é assim...
Comprei uma fantasia de pierrô"
Pierrô Apaixonado
"Um pierrô
apaixonado
Que vivia
só cantando
Por causa
de uma colombina
Acabou
chorando
Acabou
chorando".
Heitor dos
Prazeres
PARTE II - O ZÉ PEREIRA
Parece ter
sido em 1852 que o sapateiro Português José Nogueira de Azevedo Paredes,
com oficina na Rua São José, 22 reuniu alguns companheiros e saiu na
tarde de segunda-feira de carnaval tocando bumbos e fazendo grande
algazarra com gritos ao Zé Pereira, como conta Vieira Fazenda, sem
precisar o ano.
A novidade
foi muito apreciada pelos foliões da época, e a partir daquele ano até a
segunda década deste século a iniciativa de José Nogueira de Azevedo
Paredes, não deixou de ser repetida. O Zé Pereira, desfile de zabumbas,
era sem dúvida uma reminiscência de Portugal onde ainda hoje é atração
nas festas juninas de Braga e nas de Nossa Senhora da Agonia, em Viana
do Castelo.
Certo é que
a patuscada saudosista do sapateiro lusitano pegou de galho. E apesar
das reclamações dos neurastênicos e sossegados, o Zé Pereira se
incorporou à festa do povo brasileiro.
"E viva o Zé
Pereira!
Que a
ninguém faz mal
E viva a
bebedeira
Nos dias de
carnaval
Zim balalá, zim balalá
E viva o Carnaval
O Zé Pereira no Carnaval
Pode o Zabumba rebentar
Mas depois dessa folia
Outros lhe tomam o lugar
Sem máscaras percorrem eles
As ruas desta cidade
Arrebentando sem malho
A pele da humanidade
Juntamente com outros versos, o Zé Pereira, até meados da segunda metade
desse século serviu de abertura e encerramento, de clímax à todas as
folganças carnavalescas de rua e de salão.
PARTE III
- PEDACINHOS COLORIDOS DE SAUDADE
"Confete,
Pedacinho colorido de saudade
Ai, ai, ai, ai
Ao te ver na fantasia que usei
Confete, confesso que chorei...
Chorei porque lembrei
O carnaval que passou
Aquela colombina
Que comigo brincou
Ai, ai confete
Saudade do amor que se acabou".
(David Nasser e Jota Júnior - 1952)
A magia do colorido dos confetes e
serpentinas foi criado para substituir as chuvas de petálas e as
batalhas de limões de cheiro (espécie de bola de cera e/ água
perfumada).
Sendo criada assim as famosas batalhas de
confete.
Serpentina
Guardo ainda bem guardada a serpentina
Que ela jogou
Ela era uma linda colombina
E eu um pobre pierrô.
Guardei a serpentina que ela me atirou
Brinquei com a colombina até às sete da
manhã
Chorei quando ela disse: “Vou-me embora
até amanhã
Pierrô, até amanhã.”
(Haroldo Lobo/David Nasser)
Máscara Negra
"Foi bom te ver outra vez
Está fazendo um ano
Foi um carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Esconde teu rosto
Eu quero mata a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval!
(Zé Ketti e Pereira Matos Lira - 1967)
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