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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. RAIZ DA ZONA SUL - CARNAVAL 1996
Enredo: Eterna Festa de Saudades

O Grêmio Recreativo
Autor: Augusto de Oliveira

 

INTRODUÇÃO

Confete, serpentina, máscaras, lança perfume, pierrô, colombina e o Zé Pereira, através destes elementos de saudosos carnavais, procuraremos recriar momentos de emoção e sentimento que tão bem pertencem a alma e ao espírito lúdico do nosso carnaval.

Assim o Raiz da Zona Sul vai "saudar a Imprensa: escrita, falada e televisionada, o povo em geral, e convidá-los a participar conosco de um grande palanque da alegria nesse desfile que sem dúvida será histórico.

PARTE I - A COMÉDIA DE L'ART

"Quanto riso, oh!

Quanta alegria, oh!

Mais de mil palhaços no salão

Arlequim está chorando pelo amor da colombina

No meio da multidão"

O triângulo amoroso da comédia de L'art, sempre foi inspirador de temas tendo assim se incorporado ao espírito do Carnaval Brasileiro.

Pierrô, Arlequim e Colombina são personagens constantes como exemplo do amor que o tempo não apagou.

Ri de Palhaço

"Eu sou

o teu pierrot

colombina...

colombina...

reparte essse amor

metade pra mim

metade pra teu arlequim."

Lamartine Babo

Rasguei a Minha Fantasia (1935)

"Rasguei a minha fantasia
O meu palhaço cheio de laço e balão
Rasguei a minha fantasia
Guardei os guizos no meu coração

Fiz palhaçada o ano inteiro sem parar
Dei gargalhada com tristeza no olhar
A vida é assim... A vida é assim...
O pranto é livre eu vou desabafar

Tentei chorar, ninguém no choro acreditou
Tentei amar e o amor não chegou
A vida é assim... A vida é assim...
Comprei uma fantasia de pierrô"

Pierrô Apaixonado

"Um pierrô apaixonado

Que vivia só cantando

Por causa de uma colombina

Acabou chorando

Acabou chorando".

Heitor dos Prazeres

PARTE II - O ZÉ PEREIRA

Parece ter sido em 1852 que o sapateiro Português José Nogueira de Azevedo Paredes, com oficina na Rua São José, 22 reuniu alguns companheiros e saiu na tarde de segunda-feira de carnaval tocando bumbos e fazendo grande algazarra com gritos ao Zé Pereira, como conta Vieira Fazenda, sem precisar o ano.

A novidade foi muito apreciada pelos foliões da época, e a partir daquele ano até a segunda década deste século a iniciativa de José Nogueira de Azevedo Paredes, não deixou de ser repetida. O Zé Pereira, desfile de zabumbas, era sem dúvida uma reminiscência de Portugal onde ainda hoje é atração nas festas juninas de Braga e nas de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo.

Certo é que a patuscada saudosista do sapateiro lusitano pegou de galho. E apesar das reclamações dos neurastênicos e sossegados, o Zé Pereira se incorporou à festa do povo brasileiro.

"E viva o Zé Pereira!

Que a ninguém faz mal

E viva a bebedeira

Nos dias de carnaval

Zim balalá, zim balalá

E viva o Carnaval

O Zé Pereira no Carnaval

Pode o Zabumba rebentar

Mas depois dessa folia

Outros lhe tomam o lugar

Sem máscaras percorrem eles

As ruas desta cidade

Arrebentando sem malho

A pele da humanidade

Juntamente com outros versos, o Zé Pereira, até meados da segunda metade desse século serviu de abertura e encerramento, de clímax à todas as folganças carnavalescas de rua e de salão.

PARTE III - PEDACINHOS COLORIDOS DE SAUDADE

"Confete,

Pedacinho colorido de saudade

Ai, ai, ai, ai

Ao te ver na fantasia que usei

Confete, confesso que chorei...

Chorei porque lembrei

O carnaval que passou

Aquela colombina

Que comigo brincou

Ai, ai confete

Saudade do amor que se acabou".

(David Nasser e Jota Júnior - 1952)

A magia do colorido dos confetes e serpentinas foi criado para substituir as chuvas de petálas e as batalhas de limões de cheiro (espécie de bola de cera e/ água perfumada).

Sendo criada assim as famosas batalhas de confete.

Serpentina

Guardo ainda bem guardada a serpentina

Que ela jogou

Ela era uma linda colombina

E eu um pobre pierrô.

Guardei a serpentina que ela me atirou

Brinquei com a colombina até às sete da manhã

Chorei quando ela disse: “Vou-me embora até amanhã

Pierrô, até amanhã.”

(Haroldo Lobo/David Nasser)

Máscara Negra

"Foi bom te ver outra vez

Está fazendo um ano

Foi um carnaval que passou

Eu sou aquele pierrô

Que te abraçou

Que te beijou, meu amor

A mesma máscara negra

Esconde teu rosto

Eu quero mata a saudade

Vou beijar-te agora

Não me leve a mal

Hoje é carnaval!

(Zé Ketti e Pereira Matos Lira - 1967)

 


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