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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S. CACHOEIRA IMPÉRIO DO SAMBA - CARNAVAL 1996
Enredo: Zumbi Quintino no Quilombo do Jabaquara

O Grêmio Recreativo
Autor: Milton Branco

 

G.R.C.E.S. Cachoeira Império do Samba, apresenta o seu tema enredo a distinta Comissão Julgadora do Carnaval, aos sambistas e ao público em geral; com o objetivo de divulgar a história do Quilombo do Jabaquara no Estado de São Paulo, o maior do sul do país e a sua importância na libertação da escravidão; e das figuras humanas que participaram desta epopéia.

Lei Áurea: em 1888 a Princesa Isabel a redentora assinou a Lei Áurea já nesta época o número de escravos em São Paulo já não era muito elevado.

E isso devido a ação dos caifazes de Antonio Bento de Souza e Castro, que formavam uma sociedade secreta de pessoas de toda a camada social; pretos, brancos, mulatos, ricos e pobres, que num conjunto trabalhavam para a fuga dos escravos das fazendas, escondiam-no e os encaminhavam para regiões onde encontravam trabalho, inclusive em fazendas de proprietários contrários à escravidão. Mas a maioria dos fugitivos iam para o Quilombo do Jabaquara. Na Baixada Santista, que tinha uma população estimada de 10.000 pessoas; como homens livres, esses ex-escravos iam trabalhar no cais do porto de Santos.

O Quilombo do Jabaquara; em Santo situava atrás das terras do fazendeiro Matos Coelho, numa área coberta de matas fechadas e primitivas. Lá começaram a ser escondidos os negros, cujo número se tornou expressivo, necessitando de um chefe que liderasse aqueles homens livres e organizasse a comunidade. Foi escolhido o negro Quintino de Lacerda, que se tornou o Zumbi do Quilombo, que organizou a defesa, um sistema suficiente para impedir a penetração dos capitães do mato atacassem em massa de surpresa, Antonio Bento e seus caifazes os negros Ventania e Bento autores de grandes façanhas que estão na memória do povo montaram um posto avançado de proteção em Zanzalá, junto a Fazenda Ponto Alto.

Quando os negros desciam do planalto para o Quilombo do Jabaquara, a única barreira que interpunha a eles era a Ponte do Casqueiro, onde o Governo destacou forças policiais para lhes cortar a passagem. No entanto, geralmente eles conseguiam fazer a travessia devido ao ideal abolicionista que dominava também muitos homens de farda, conta-se que um dia apareceu lá uma caravana de fugitivos maltrapilhos crianças, velhos e mulheres, sendo impedidos de passarem pela ponte.

Quem comandava a força policial era um sargento do Exército, que mandou formar a tropa e calar as baionetas e afirmou que cumpriria as ordens recebidas, de impedir que qualquer fugitivo cruzasse a ponte.

No Rio Casqueiro já se havia formado um flotilha de barcos do abolicionista, disfarçados de pescadores, que haviam sidos avisados em Santos para se dirigir àquele local para conduzir ao Jabaquara o magote de ex-escravos. Por sinais o comandante deu a entender que pelo rio os mais de 300 negros poderiam passar utilizando os barcos e canoas... E assim aconteceu; todos passaram navegando sobre o leito do Rio Casqueiro.

Vida Social do Quilombo; todo trabalho no Quilombo eram dividir igualmente a todos Quilombolas bem como todos os produtos resultantes deste. Na época da colheita eles dividiam os frutos e trocavam o excedente por óleo e sal com a população de Santos; terminada a colheita eles faziam a sua Kizomba (festa do povo do Quilombo), onde havia fartura de comidas e bebidas, danças do jongo, umbigadas, capoeira, batuque. A festa durava vários dias onde eram relembrados fatos acontecidos com os seus antepassados africanos. Por causa de Antonio e seus caifazes do Zumbi Quintino de Lacerda e os Quilombolas do Jabaquara, na atuação da libertação dos escravos em São Paulo; Rodrigues Alves, que na república governaria São Paulo, por mais duas vezes, seria Presidente da República, enfrentou grande dificuldades com a economia agrícola entrando em processo de decadência por falta de braços, tumultos constantes, as fazendas de cafés viam-se da noite para o dia sem um único escravo para tocar o eito. Isso se dava principalmente na região de Campinas, onde o café dominava a economia no final do século. Quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea era voz comum em São Paulo que se abolição demorasse mais alguns anos não encontraria aqui mais nenhum escravo, pois os caifazes conseguiriam dar fuga a todos eles, e ainda antes que isso acontecesse os escravocratas se convenceriam da inutilidade de continuar mantendo o vergonhoso sistema de exploração do seu semelhante.

 


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