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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S.R.C.E.S. IRACEMA MEU GRANDE AMOR - CARNAVAL 1997
Enredo: O Rei e os Três Espantos de Debret - Um Artista Francês

O Grêmio Recreativo
Autor: João Carlos de Oliveira (Neno)

 

Em 1808 o Rei D. João VI e toda a corte portuguesa ameaçada por Napoleão foi transferida para o Rio de Janeiro, sendo assim fundado um novo Reino de Portugal Algarve e Brasil.

Em 1816, o Rei providenciou a formação de um grupo de artistas franceses para implantação das artes eruditas nas terras brasileiras.

Foi formada então a famosa missão francesa, entre outras personalidades destacava-se a figura de Debret, o professor de pintura histórica. Onde veio lecionar e fundou a escola Belas Artes.

Debret chegando, documentou principalmente as aquarelas e tudo o que viu no Rio de Janeiro e nos outros Estados. Pintando a natureza das flores e frutos, os costumes dos índios, negros e brancos.

Seu trabalho tornou-se mais importante pela pesquisa levado a cabo constituindo-se numa valiosa documentação da história do Brasil Império. Depois de um longo tempo Debret voltou à França e publicou os três volumes de sua obra.

A sua viagem pitoresca e histórica do Brasil. Sendo ele um pintor impregnado pelo romantismo francês, sua visão do Brasil não poderia deixar de ser romântica misturando sentimento com a realidade.

O Rei já sabemos é Debret, temos que conhecer a vida e a obra e os três espantos indo por ordem.

Conforme ele mesmo confessa em suas anotações, ao chegar vindo da Europa civilizada.

1º) O Primeiro Espanto

(Teve um grande espanto porque ele jamais havia visto floresta virgem, nem terras com riquezas minerais, muito menos o radioso sol tropical). Também ficou admirado com as misturas das raças: índios, negros e brancos.

Este primeiro espanto é a História com (H) e está baseado nas obras de Debret.

Observação: Esta é a primeira parte do enredo pitoresco e histórico.

2º) O Segundo Espanto

Este já é a história com (E). Então muito tempo passou depois que Debret saiu do Brasil século XIX ele foi descansar no céu, pois merecia, já em nossa época a alma de Debret reencarna em sua querida França mais precisamente na bela e imponente Paris dos dias atuais acontecendo o segundo espanto deste homem que renasceu com o espírito de Debret.

Ao ler jornais e revistas e ver televisão, ele fica chocado com as notícias do Brasil: matança de crianças e índios, devastação de florestas e outras calamidades. Somente isso, nada de bom era noticiado.

Então como um simples cidadão, mas trazendo a lembrança de sua vida anterior, ele resolve vir ao nosso país.

Quer saber a verdade pessoalmente, chegando ao Rio de Janeiro vê que muitas coisas mudaram, algumas das más notícias que via nos jornais e na televisão eram realmente verdade, mas o Brasil é muito mais que calamidade, o Brasil é uma grande potência com desigualdades. Na sua evolução Debret respira aliviado. Fica um pouco atordoado, vendo nas ruas do Rio de Janeiro os mesmos vendedores que existiam no século XIX, mas com mudanças incríveis, não vendiam mais: peru, cerâmica ou flores naturais, agora são vendedores de eletrodomésticos, radinho de pilha, relógios e flores de plásticos, chamados agora de camelôs.

Sua cabeça fica mais aturdida quando vê a nova moeda Real lembra-se do Brasil Império, vê o camelô com roupagem de nobreza, muitos são diplomados em medicina, em direito, etc.

Encontra o povo reagindo às mazelas do país, percebe Debret grandes mudanças e é envolvido por uma estonteante euforia e o povo vibra com as nossas vitórias em muitos esportes internacional. E a garra de uma juventude que transformará esta nação no prenúncio de uma nova civilização no alvorecer do terceiro milênio.

Ainda se vê no ar a voz de 160 milhões de brasileiros gritando Brasil, Brasil Campeão, é Campeão. É de arrepiar, Debret fica emocionado e a  imagem do Brasil está resgatada.

3º) O Terceiro Espanto Aconteceu no Carnaval

Este turista francês com alma de Debret, não poderia perder o maior espetáculo da Terra.

Foi ao Carnaval da Avenida Marquês de Sapucaí assistir ao desfile das Escolas de Samba e maravilhou-se com todas. Mas faltava a última com chave de ouro, desta grandiosa festa.

Seu coração palpitou mais forte, quando percebeu pelas alegorias, figurinos e samba que estava vibrante. E a escola vai falar de Debret e sua extraordinária presença no Brasil no século XIX. Aquele homem, simples comoveu-se até as lágrimas, quando lhe traduziram que a terra do samba que dizia:

Que raiar o dia

Aconteceu o seu terceiro espanto

E Debret era sua fantasia

E o carnaval era ele.

 


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