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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G. GAVIÕES DA FIEL TORCIDA - CARNAVAL 2000
Enredo: Um Vôo Para a Liberdade

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

ABERTURA: TRIBUTO À NAÇÃO

Inspirado no espírito iluminista, o Grêmio Gaviões da Fiel Torcida se faz levar através de um grande vôo para comemorar os 500 anos do Brasil.

Com este espírito de liberdade, os guardiões da fiel pedem passagem com um grande tributo à nação, que, junto ao brilho e às cores do carnaval, se transformam no maior espetáculo da terra.

PRIMEIRO SETOR (ESPÍRITO ILUMINISTA)

Esse novo espírito, que amadureceu no século XVIII, tomou o nome de iluminismo ou ilustração e ficou conhecido como séculos das luzes.

Os pensadores iluministas queriam a restrição do poder real e criticavam as instituições absolutistas, também combatiam o monopólio e a intervenção do estado na economia, pregavam a liberdade comercial e industrial como forma de alavancar o progresso tecnológico e econômico, afirmavam que todos homens nascem livres e que deveriam receber o mesmo tratamento diante da lei. Para os iluministas, nenhum homem recebeu da natureza o direito de comandar os outros, entretanto reconheciam a necessidade de governos e defendiam que seu estabelecimento deveria ocorrer a partir de um grande acordo entre a sociedade.

SEGUNDO SETOR (ONDE COMEÇA A LIBERDADE)

Na penúltima década do século XVIII, Lisboa decidiu intensificar a repressão e exigir o pagamento dos impostos atrasados. No mesmo período, a elite de Vila Rica, principal centro de inquietação intelectual e política da colônia, baseava-se nos escritos dos iluministas para questionar a legitimidade da dominação portuguesa. O terreno estava pronto para os projetos (ainda nebulosos) dos inconfidentes: liberdade, independência, república e abolição parcial do trabalho escravo.

Nove anos após as prisões dos Conjurados de Vila Rica, um novo foco rebelde irrompeu no Brasil Colonial. Dessa vez os ideais de independência manifestaram-se na Bahia, e fizeram adeptos sobretudo entre a população negra e mulata, que ocupava as funções mais humildes da pirâmide social. Foram esses escravos e negros libertos que atribuíram à Inconfidência Baiana ou Conjuração dos Alfaiates uma dimensão igualitária unindo num só bloco - pela primeira vez no Brasil - a luta pela autonomia política e contra a injustiça social.

Em 1798 foi fundada em Salvador a sociedade Cavaleiros da Luz, cujos integrantes dedicavam-se a tradução de textos de Rousseau e outros filósofos, divulgando ativamente os ideais republicanos na Bahia. No dia 12 de agosto de 1798 os Cavaleiros da Luz inundaram a capital baiana de panfletos que reivindicavam igualdade e conclamavam o povo à luta. O sistema colonial absolutista era condenado e pregava-se a necessidade de um levante que proclamasse a república e a abolição, abri-se os portos brasileiros ao comércio mundial e pusesse fim às discriminações entre negros e brancos e a todos os privilégios existentes, garantindo-se a liberdade para desenvolver a indústria e o comércio.

TERCEIRO SETOR (DOM JOÃO VI NO BRASIL)

Dez anos após o esmagamento da Conjuração dos Alfaiates, a ruptura com Portugal foi temporariamente adiada: chegou ao Brasil a família real portuguesa, em fuga diante do avanço dos exércitos franceses na Península Ibérica.

Nesse período, Portugal era apenas uma sombra de grande potência que havia sido no século XVI. País fraco, econômica e militarmente, tinha na Inglaterra seu maior parceiro comercial.

Em 1807, Portugal assinava uma convenção secreta com a Inglaterra, estabelecendo as condições em que se daria a transferência para o Brasil. Os ingleses comprometiam-se a escoltar a corte portuguesa através do atlântico e, em troca poderiam ocupar a Ilha da Madeira. Além disso, Portugal garantia que não deixaria seus navios mercantes e de guerra caírem nas mãos dos franceses. A esquadra levantou âncora completamente lotada. Além das 15.000 pessoas, levava tudo o que pudesse ter algum valor: jóias, quadros, móveis, roupas, prataria. Metade do dinheiro circulante em Portugal foi trazido para o Brasil.

A esquadra que trazia a corte chegou à Bahia a 22 de janeiro de 1808. Demorou-se alguns dias em Salvador e seguiu viagem para o Rio de Janeiro, onde aportou a 7 de março.

QUARTO SETOR (ABERTURA DOS PORTOS)

Ainda na Bahia, a 28 de janeiro de 1808, Dom João assinou carta régia abrindo os portos do Brasil "às nações amigas de Portugal" - naquele momento, apenas a Inglaterra, senhora dos mares. As mercadorias transportadas em navios de qualquer país que estivesse em paz com a Coroa Portuguesa teriam livre acesso ao mercado brasileiro.

Para a Inglaterra, a abertura dos portos não era a solução ideal. Tão logo terminasse a guerra na Europa, outros países se voltariam para o promissor mercado brasileiro; os ingleses queriam estar em posição de vantagem, quando esse momento chegasse.

Em agosto de 1808, os britânicos com ajuda de tropas e guerrilheiros portugueses, expulsaram os franceses que haviam invadido Portugal. A diplomacia inglesa tratou então de cobrar o preço dessa ajuda militar. Um ultimato foi enviado a Dom João, no qual a Inglaterra ameaçava "não mais se responsabilizar" pela segurança do reino - e, sobretudo, da dinastia - a menos que o Regente concedesse novas vantagens e privilégios aos comerciantes britânicos. Ficou estabelecido que os produtos ingleses pagariam apenas 15% do imposto nas alfândegas brasileiras - menos que as mercadorias portuguesas taxadas em 16% - e as provenientes de outros países continuariam a pagar 24%.

QUINTO SETOR (PROGRESSO EM BUSCA DA LIBERDADE)

Mas não foram apenas negociantes que vieram para o Brasil. Nos treze anos que Dom João aqui permaneceu, o país se abriu para o mundo. A curiosidade dos europeu em relação ao nosso território era enorme, o que levou vários naturalistas a percorrerem o interior brasileiro.

Em 1808, foi instalada no Rio de Janeiro a Imprensa Régia; chegava ao fim a proibição do funcionamento da tipografia do Brasil. Suas oficinas foram responsáveis pelo aparecimento naquele mesmo ano do primeiro jornal colônia, a Gazeta do Rio de Janeiro.

A vinda da família real para o Brasil e a conseqüente abertura dos portos facilitaram a aproximação entre a elite brasileira e a Coroa. Entre 1808 e 1821, o Brasil foi a sede do império português. Nesse período, Dom João tomou medidas que facilitaram a independência política do país, ao mesmo tempo que prejudicariam os interesses metropolitanos.

 


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