O
coração da velha metrópole
paulista se concentra na magia
das ruas e avenidas. Nelas se
concentram lojas, cafés,
livrarias, bancos e escritórios.
Por essas ruas e avenidas
trafegam ônibus, motoboys,
bicicletas, carros e carroças,
além dos táxis. Recantos de
passeios para os jovens, velhos
e turistas na cidade grande, as
praças e os jardins públicos são
o ponto de freqüência para uma
legião de funcionários públicos,
empregados, comerciante,
prostitutas, gays e vagabundos.
De
manhã, hora do trabalho,
trânsito pesado, buzinas, mau
humor e pessoas apressadas indo
ganhar seu pão honestamente. O
carro de gás passa tocando
aquela musiquinha, as lojas
abrem suas portas para mais um
dia e na sua frente as
barraquinhas dos marreteiros
vendem tudo o que podem. O
entregador de jornais já passou,
o vendedor está passando, os
mendigos já estão pedindo, o
mambembe está cantando, o guarda
de trânsito está nervoso
multando o infrator, o trânsito
está parando, a sirene tocando,
o bombeiro correndo, o rapa
chegando, os camelôs se
escondendo e os pedestres
olhando.
Hora do almoço, começo da tarde,
move-se a rua, as pessoas se
amontoam nos bares, lanchonetes
e restaurantes esperando a vez,
todos comem, até aqueles que
removem o lixo comem aquilo.
Como pode? Raça sub-humana fruto
de um subdesenvolvimento,
desespero profundo.
Hora das compras apressadas e
dos namoros à distância. Todo
cuidado é pouco, passa um garoto
correndo, você sem carteira...
sem dinheiro não é ninguém. Na
esquina "punks" aglomerados se
dizem ratos de esgoto, fazem seu
protesto de modo diferente, a
polícia dispersa o motim, o povo
que está passando mostra o seu
repúdio de forma silenciosa.
Você sabe? Eu não sei. Assim é
mundo da rua.
O
movimento continua, no mundo da
rua, já quase noitinha desfilam
conhecidas mundanas distribuindo
sorrisos brejeiros e acenos
amistosos aos cavalheiros
postados à porta dos bares ou
charutaria ou andando apressados
nas calçadas. Moças violentadas
que foram defloradas sem serem
consultadas correm da polícia,
foram agarradas não querem
aparecer, só faturar onde
ninguém pensa como será o amanhã
ou no como foi ontem.
Espiar as vitrines das lojas,
tomar sorvetes na calçada ou
refrescar-se com um copo de
cerveja, tornam-se hábitos dos
paulistas, que se espelham no
brega e no chique da elegância e
da sofisticação. Mas o esporte
preferido dessas horas ociosas
da cidade é contemplar a
passagem de belas senhoritas ou
garotas provocantes ao que se
segue todo o tipo de galanteios
e comentários insinuantes, nem
sempre bem recebido pelas
gatinhas.
Toda a vida social e alegre da
cidade, casos pitorescos,
mexericos, novidades e os
últimos ditos populares são
cozinhados em rodinhas nas ruas
de pedestres e praças públicas
curtindo a maior preguiça no vai
da valsa das compras e dos
passeios.
O
mundo nas ruas é agitado. Dê um
tempo na pressa e conheça melhor
a sua cidade com curiosos
detalhes que só se revelam a
quem procura na velha metrópole
de 443 anos, onde se processam
os negócios políticos e
comerciais, onde se trabalha o
cérebro e bate o coração de uma
cidade.