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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G. GAVIÕES DA FIEL TORCIDA - CARNAVAL 1997
Enredo: Mundo da Rua

O Grêmio Recreativo
Autor: Raul Diniz

 

O coração da velha metrópole paulista se concentra na magia das ruas e avenidas. Nelas se concentram lojas, cafés, livrarias, bancos e escritórios. Por essas ruas e avenidas trafegam ônibus, motoboys, bicicletas, carros e carroças, além dos táxis. Recantos de passeios para os jovens, velhos e turistas na cidade grande, as praças e os jardins públicos são o ponto de freqüência para uma legião de funcionários públicos, empregados, comerciante, prostitutas, gays e vagabundos.

De manhã, hora do trabalho, trânsito pesado, buzinas, mau humor e pessoas apressadas indo ganhar seu pão honestamente. O carro de gás passa tocando aquela musiquinha, as lojas abrem suas portas para mais um dia e na sua frente as barraquinhas dos marreteiros vendem tudo o que podem. O entregador de jornais já passou, o vendedor está passando, os mendigos já estão pedindo, o mambembe está cantando, o guarda de trânsito está nervoso multando o infrator, o trânsito está parando, a sirene tocando, o bombeiro correndo, o rapa chegando, os camelôs se escondendo e os pedestres olhando.

Hora do almoço, começo da tarde, move-se a rua, as pessoas se amontoam nos bares, lanchonetes e restaurantes esperando a vez, todos comem, até aqueles que removem o lixo comem aquilo. Como pode? Raça sub-humana fruto de um subdesenvolvimento, desespero profundo.

Hora das compras apressadas e dos namoros à distância. Todo cuidado é pouco, passa um garoto correndo, você sem carteira... sem dinheiro não é ninguém. Na esquina "punks" aglomerados se dizem ratos de esgoto, fazem seu protesto de modo diferente, a polícia dispersa o motim, o povo que está passando mostra o seu repúdio de forma silenciosa. Você sabe? Eu não sei. Assim é mundo da rua.

O movimento continua, no mundo da rua, já quase noitinha desfilam conhecidas mundanas distribuindo sorrisos brejeiros e acenos amistosos aos cavalheiros postados à porta dos bares ou charutaria ou andando apressados nas calçadas. Moças violentadas que foram defloradas sem serem consultadas correm da polícia, foram agarradas não querem aparecer, só faturar onde ninguém pensa como será o amanhã ou no como foi ontem.

Espiar as vitrines das lojas, tomar sorvetes na calçada ou refrescar-se com um copo de cerveja, tornam-se hábitos dos paulistas, que se espelham no brega e no chique da elegância e da sofisticação. Mas o esporte preferido dessas horas ociosas da cidade é contemplar a passagem de belas senhoritas ou garotas provocantes ao que se segue todo o tipo de galanteios e comentários insinuantes, nem sempre bem recebido pelas gatinhas.

Toda a vida social e alegre da cidade, casos pitorescos, mexericos, novidades e os últimos ditos populares são cozinhados em rodinhas nas ruas de pedestres e praças públicas curtindo a maior preguiça no vai da valsa das compras e dos passeios.

O mundo nas ruas é agitado. Dê um tempo na pressa e conheça melhor a sua cidade com curiosos detalhes que só se revelam a quem procura na velha metrópole de 443 anos, onde se processam os negócios políticos e comerciais, onde se trabalha o cérebro e bate o coração de uma cidade.

 


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