No
Carnaval de 2003, o trem da Invernada parte da Etação com destino ao
Estado da Bahia. A Terra de São Salvador.
Pedimos
licença e proteção à "Oxalá" para mostrar o Estado da
Bahia, que tem 563 mil quilômetros quadrados e é habitado por um povo
gentil e hospitaleiro. Seu clima é quente e úmido no litoral, onde
chove frequentemente, enquanto o sertão é sujeito à secas periódicas
devido ao clima quente e seco, já no sul do Estado chove quase
diariamente (os baianos chamam essas chuvas de "passageiras
Pirajás"). Vemos, neste momento a capital baiana debruçada sobre
a Baia de todos os Santos, "que linda paisagem", a entrada
dessa grande Baia destaca-se pela Ponta de São Miguel e a de Santo
Antonio.
Ao
Sul fica imensa ilha de "Itaparica" que divide a entrada de
Todos os Santos em duas, uma a oeste chamada Barra Falsa e outra a
leste, que é seguida pelos navios de grande Calado. Vejam as
mangueiras, os coqueiros e as laranjeiras que esta ilha tem, aqui se
produz as mangas Itaparica e os saborosos cocos da Bahia.
Esta
ilha tem seu nome escrito em nossa história pela resistência que nela
os portugueses encontraram durante as lutas da nossa Independência,
além disso, em 1647 os Itaparicanos destacaram-se na resistênciacontra
os invasores holandeses.
Itaparica,
testemunha das pelejas memoráveis de João da Botas e tantos outros,
apresenta lindos aspectos. A ilha mede 42 quilometros de comprimento,
sua população vive da pesca e do turismo. Aos domingos e nos meses de
verão as escantadoras praias são procuradas por milhares de pessoas,
velhas chácaras cheias de mangueiras a embelezam. A histórica
fortaleza de São Lourenço lembra os dias gloriosos da Independência.
A lendária fortificação, com suas casamatas e seus velhos canhões,
domina a paisagem com seu perfil.
A
Itaparica moderna é representada pelas ruas largas, a Praça Getúlio
Vargas, ajardinada e a Avenida 25 de Outubro, que conduz a famosa fonte
da Bica muito procurada por suas propriedades medicinais. No fim da
Avenida fica o Parque Itaguá, da Empresa que explora a fonte, Itaparica
é separada do continente por um braço de 14 milhas de largura. A ilha
possui 2 belos templos, a Matriz e a grandiosa e rica Ogreja de São
Lourenço, com sua torre quadrangular (curiosa obra dos tempos
coloniais).
Lá
vem o vaporzinho que faz a ligação entre a ilha e a capital do Estado.
Na ilha vemos a Fazenda Mocambo, com extensas plantações de
denzedeiras e uma fábrica de azeite de dendê.
Diante
de nossos olhos há agora alvas areias batidas pelo mar. Essas praias
são enfeitadas pelos coqueiros que se alinham altos e esguios, e por
árvores capadas, cuja frondes se balançam ao sopro da viração. Essa
brisa dá a Bela Ilha um clima agradável, às vezes ajuda os barcos à
vela a entrarem no porto, são chamadas por isso a aura da chegança e
outras vezes leva as embarcações para alto mar designadas como aura da
Partida.
Lá
está o Farol, sentinela da barra sob o penhasco. Agora iremos para
Salvador comeremos um saboroso acarajé das baianas, nossa viagem chegou
ao final, o trem ficará por lá e retornará à São Paulo no próximo
Carnaval.
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