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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.E.S. UNIÃO IMPERIAL - CARNAVAL 2000
Enredo: Carnaval, Doce Ilusão da Magia, do Perfume e Fantasia, Também da Redenção

O Grêmio Recreativo
Autor: Raul Diniz

 

Todos os anos os pessimistas, ou profetas do apocalipse anunciam a morte do samba. Mas todo ano ele ressurge debochado das cinzas, revelando intensa vitalidade e singular disposição. A verdade é que, com o passar do tempo mudam-se os interesses ou a atração da grande festa popular que é o carnaval.

Para que isso aconteça, juntam-se alguns negros. A eles se acrescenta uma dose de liberdade, uma pitada de alegria e uma colher de passado. Motivação eles arranjam, animação também, eles estão sempre prontos, só fica faltando a oportunidade para que surja a escola de samba.

Todos sabem que o samba tem raízes africanas. O som dos atabaques chegou ao Brasil com os primeiros escravos que aportaram por aqui. Com os africanos, os brancos aprenderam a umbigada e outras danças que acabaram resultando nas várias formas de samba.

Foi assim na história. O samba já existia, herdado e adaptado das origens africanas. Nas ruas os cordões, livres e soltos, perdiam suas características ao evoluir para os ranchos. Os blocos, perseguidos e proibidos na hora do samba esquentar acabaram buscando a liberdade na procura da cópia do rancho. Daí, segundo algumas versões, a presença ainda hoje da porta-bandeira e mestre-sala, em sua fantasia fidalga, a protegerem, com passos suaves e elegantes, o símbolo da escola. A bandeira que antigamente era apenas um pano simples, servia para reunir os componentes, até com brutalidade, pois, como todo símbolo, exigia e ainda é essencial, honra, respeito e principalmente amor pelo pavilhão e pela escola.

Como o tempo ainda é implacável, muita coisa mudou em nome da organização. A cada dia que passa, fica mais sofisticada a disputa de um primeiro lugar, com muitos quesitos dependendo basicamente de dinheiro na disputa dos pontos, isso torna cada vez mais difícil em função da grandiosidade que as escolas impõem a cada ano de desfile.

Para melhorar, a estrutura de comando, a escola de samba teve que se apoiar nas alas que trabalha com a sua própria diretoria sob a orientação do comando da escola. Dentre elas, uma se destaca pelo vinculo à tradição: a ala das baianas, presença obrigatória por força do regulamento. Também é especial a comissão de frente, antes das modificações que a evolução das escolas impuseram quebrando o significado que era, a diretoria da escola perfilada agradecendo o apoio do público. Hoje dispensam-se os cumprimentos e em alguns casos só se preocupam com o visual do grupo sem se importarem com a escola.

Mas sem dúvida, o final ficou para a ala mais importante da escola, é aquela composta por centenas de pessoas a tocar os mais variados instrumentos de percussão. É a bateria que dá o ritmo ao espetáculo, produzindo um som único e temperado dos vários tipos de instrumentos: o som único do samba. Na agilidade de cada tipo de batida, específica para cada instrumento, movimentam-se os passistas, as alas, o público e até quem não gosta do samba.

Não há como negar a influência da estrutura social no homem da escola de samba. Mais que uma demonstração do enredo, as fantasias surgiram do sonho de transformação que se apossa do sambista no carnaval. Ele não é o negro, branco, pobre ou rico que se diverte, mas a figura que representa sua roupa e pela arte que empresta à nossa cultura.

 


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