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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.S.E.E.E.S. IMPÉRIO LAPEANO - CARNAVAL 2002
Enredo: Muyrakitan e Tembetá: O Talismã do Amor

O Grêmio Recreativo
Autores: Herny D. Filho e Wagner Colzatto

 

Em todas as culturas do passado, através de pesquisas intensas, deparei-me com vários rituais correlacionados com o assunto "amor". Como não poderia ser diferente na nossa cultura indígena também encontramos este ritual com o nome de Muyrakitan e Tembetá, o Talismã do Amor.

Pesquisando mais a fundo e para o meu assombro e porque não espanto, descobri que esse ritual fora introduzido em nosso país (pasmem) pelo Vikings. Isso mesmo, pelos nórdicos piratas do mar, em uma época longínqua que a própria história não registrou. Pois, quando iríamos imaginar que navios enormes e compridos, houvessem navegado pelo Rio Amazonas, repletos de guerreiros armados com espadas, armaduras e fortes escudos. Tudo o que não foi registrado e não obteve o aval da ciência, por falta de maiores provas documentadas e que consequentemente não tenha entrado para os anais da história, passou a ser lendas que o povo conta, sendo assim o histórico dos Vikings na América tornou-se uma lenda; mas para alguns conceituados pesquisadores do passado e principalmente dos dias atuais, estão resgatando e reunindo provas que faz com que pensemos seriamente a respeito.

Os Vikings se tornaram famosos por serem guerreiros, aventureiros corajosos e ambiciosos, pois na região nórdica onde o frio e as baixas temperaturas predominam, fizeram com que se juventurassem em busca de terras férteis e quentes, tornando-se assim grandes navegadores e inovadores na arte de navegar, famosos por construírem grandes navios, sendo os primeiros em toda a Europa do Norte, a usarem velas em suas expedições, cruzando assim com audácia e coragem os mares, inclusive o Atlântico onde se instalaram temporariamente no litoral da América.

De boca em boca foram ditos que grandes embarcações, mais de 40 navios, ostentando enormes cabeças de dragões em suas proas, os chamados Drakkars - compridos barcos a vela e a remo esculpidos em madeira - navegaram pelas águas do Rio Amazonas por volta de 570 d.C., trazendo em cada navio até 60 pessoas entre homens e mulheres, conhecidos como Godos e milhares de guerreiros mais conhecidos como bárbaros pela sua fúria em saquear tudo que encontrassem pela frente, e como em toda a civilização, os Vikings também tinham suas crenças e divindades, orientados pelo Deus do Sol Baldur - durante o dia, e durante a noite pela Deus da Lua Skuld - e com a cabeça do Dragão como escudo para espantar os maus espíritos do mar, adentraram na Floresta Amazônica, a imensidão e o silencio assustou e invocando Thor (Pai dos Deuses) com o seu martelo para atrair boa sorte e Urd (Mãe do Destino) seguiram em busca de terra firme.

Com o passar do tempo os guerreiros pela sua natureza nômade, não se fizaram na Amazônia, voltando ao seu país de origem contando história de uma terra nova e próspera a "HyBreasael", somente os Godos permaneceram, e construíram uma Cidade Fortaleza na foz do Rio Amazonas, nascendo assim uma civilização nórdica em terras brasileiras, mantendo o alfabeto rúnico como escrita, sua música alegre e festiva, com a bênção de Freya (Deusa da Sensualidade) e Freyr (Deus do Amor), mas com toda a coragem e determinação, esta fortaleza foi sucumbida por freqüentes ataques indígenas, ocasionando a morte de todos os homens, e com receio de novos ataques as mulheres altas, loiras, ruivas de longas tranças, destemidas e guerreiras, decidiram abandonar a fortaleza e se fizeram em outra região da Amazônia, dando assim origem a linhagem das mulheres amazonas que manejavam corajosamente e com destreza o arco e a fecha.

Orlando Villas Boas, relata a existência dos índios brancos, índios de pele e cabelos claros anelados, que viviam na região do Rio Madeira, o uso da plumagem e os símbolos comuns aos indígenas, faz com que tenhamos a certeza de que são descendentes dessas bravas mulheres com os índios da região, inclusive deu-se o sincretismo religioso e a miscigenação da cultura, onde encontramos o ritual do Talismã do Amor.

O ritual inicia quando as jovens virgens no apogeu da Lua Cheia (Iaci) em seu terceiro dia, ilumina com esplendor as matas amazônicas e ajoelhadas aos pés da Jurema (Árvore do Destino) proclamam por felicidade amorosa e fertilidade, e durante toda à noite mergulham na Lagoa Sagrada e retiram do seu fundo uma espécie de argila esverdeada, e de volta a jurema depositam essa argila em uma fôrma de forma arredondada que depois de seca servirá como talismã que deverá ser usada na orelha esquerda para identificar que são virgens e prontas para casar, esse talismã tem o nome de Muyrakitan e é oferecida a Iara (Deusa da Sensualidade).

No dia seguinte ao meio-dia sob a proteção de Guaracy (Deus do Sol), os jovens guerreiros rendem-se em homenagem e pedem ao Deus Sol a prosperidade nas caças, proteção nas guerras e felicidade no amor, e como as mulheres, mergulham o dia todo na Lagoa Sagrada e retiram também a argila esverdeada que depositam em uma fôrma de forma T que depois de seca servirá como talismã e deverá ser usado no pescoço anunciando que já são guerreiros e prontos para casar, esse talismã tem o nome de Tembetá, e é oferecido a Perudã (Deus do Amor).

No dia seguinte da secagem desses talismãs, as jovens e os jovens são preparados, pintados e enfeitados com penas de aves raras, as jovens levadas pelas índias velhas e os jovens pelos índios velhos, ao centro da tribo em círculo e postados em frente ao altar do Deus do Amor Perudã e da Deusa da Sensualidade Iara, dá-se o início da cerimônia de apresentação à sociedade com a entrega dos talismãs pelo Cacique e pelo Pajé da tribo, dando assim o início da dança do Ritual do Talismã do Amor - a escolha da jovem virgem pelo jovem guerreiro para constituírem família, para dar continuidade a raça com a vinda dos Curumins.

O curioso e que da mesma forma as mulheres Vikings, que mais tarde se tornaram Amazonas, realizavam o mesmo ritual nas noites de Lua Cheia, que certamente eram escolhidas pelos índios, originando-se assim o sincretismo com os deuses, como podemos ver:

Deus do Sol - Bladur = Guaracy

Deusa da Lua - Skuld = Iaci

Deusa do Amor - Freyr = Perudã

Deusa da Sensualidade - Freya = Iara

Deusa do Destino - Urd = Jurema

A semelhança não pára por aí, os símbolos dos Talismãs Muyrakitan (de forma arredondada) e Tembetá (de forma T), e igual à de dois símbolos rúnicos da escrita nórdica GER (que significa bons frutos, felicidade amorosa e fertilidade) e o EOLH (que significa guerreiro, protetor e a busca do amor e da felicidade).

Como podemos considerar esses históricos como mera "coincidência", se a 278 km de Teresina no Piauí fica a cidade de Sete Cidades onde é encontrado um conjunto de rochas com formatos estranhos e desenhos incompreensíveis, confundida por especialistas arqueólogos alemães que ficaram perplexos ao verem as fotos desta cidade e juraram ser o Parque Nacional Alemão, como também explicar desenhos rúnicos em vários tipos de cerâmica na Ilha de Marajó, a presença marcante nas formas das carrancas encontradas nos barcos que navegam o Rio São Francisco, de construção semelhante a dos Drakkars Vikings com velas ao centro, entre tantas outras coincidências.

Esse é o nosso Brasil cheio de mistérios, controvérsias, encantos e magias, com um coração generoso abraçando o mundo, adotando e dando as mãos a todos que o procuram, seja de qualquer raça, credo, religião ou costumes, abençoado por Deus e pela natureza, quanta história ainda está escondida ou esquecida, quantas lendas ainda a nos dizer a verdade, lendas que hoje nos encantam e nos ensinam, quanta sabedoria dos nossos índios, quantos mistérios ainda a ser desvendados. Mas isto é uma história que fica para uma outra vez...

 


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