Sabemos que a mãe natureza é dotada de
grande poder, capaz de realizar grandes milagres.
Por exemplo, no mundo animal, o espírito
maternal pode fazer com que a fêmea adote um filhote de uma espécie
diferente, criando-o e protegendo-o como se fosse seu próprio filhote.
Já entre os humanos, uma mulher que já é mãe, independente de suas
condições socioeconômicas, é capaz de adotar outras crianças, dando lhe
um espaço em seu coração como a seu próprio filho, podendo inclusive
produzir leite para amamentá-lo.
Assim nós da Unidos de São Miguel, nos 450
anos da cidade de São Paulo concluímos que esta cidade é na verdade uma
grande mãe que adota vários filhos, vindos de todas as partes do Brasil
e do mundo. Todos que aqui chegam se apaixonam pela cidade e a adotam
como uma grande mãe.
Então a Unidos de São Miguel vem prestar à
cidade de São Paulo com o enredo "São Paulo, um Coração de Mãe" em sinal
da grande estima, carinho e respeito.
PRIMEIRA PARTE: JESUÍTAS
Em 1553 os colonizadores portugueses
fundaram a Vila de Santo André da Borda do Campo, que era constantemente
ameaçada pelos indígenas da região.
José de Anchieta e Manoel da Nóbrega
avançaram o Planalto e em uma colina entre Rios Tamanduateí e Anhangabaú
fundaram o colégio dos jesuítas em 25 de janeiro de 1554, tendo como
construção uma cabana de taipa, ao redor do qual agruparam-se as casas
também de taipa que dariam ao povoado de São Paulo do Piratininga.
SEGUNDA PARTE: CACIQUE TIBIRIÇÁ
Tibiriçá era chefe de uma parte da nação
indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de
Inham Purambuaçu Tibiriçá. O cacique Tibiriçá foi convertido e batizado
pelos jesuítas, com o nome de Martin Afonso, em homenagem ao fundador de
São Vicente.
Imrão de Piquerábi e Caúbi (índio que
durante a colonização do Brasil foi o primeiro inimigo e depois
colaborador dos jesuítas) e pai da índia Bartira (mulher de João
Ramalho, de quem se tornou grande amigo), defendeu os portugueses e em
1562 repeliu com bravura o ataque à Vila de São Paulo, efetuado pelos
Tupi-Guaianazes e Carijó, chefiados por seu sobrinho o Jogoanharo.
TERCEIRA PARTE: OS SERTANISTAS
Em 1681, São Paulo tornou-se cabeça da
capitania de São Paulo e em 1711, a Vila foi elevada à categoria de
cidade. Apesar disso, São Paulo continuava como um pequeno Vilarejo,
ponto de partida para as Entradas e Bandeiras, expedições organizadas
para a capitania de índios ou para a busca de metais preciosos, nos
sertões distantes. Tal atividade contribuiu para a ampliação do
território brasileiro e para o extermínio dos povos indígenas.
QUARTA PARTE: OS NEGROS AFRICANOS
Ainda no século XVIII, os portugueses
financiavam as expedições dos bandeirantes para a escravização dos
índios para mão-de-obra. Mas devido à pressão dos jesuítas (contrários à
escravização dos índios) e ao fato da comercialização de escravos
africanos se tornarem um negócio bastante lucrativo foi ai que o
primeiro navio, vindo da África com um carregamento de negros escravos
chegou como tão necessária mão-de-obra para a lavoura.
QUINTA PARTE: OS BARÕES DO CAFÉ
No século XIX a cidade passou por
profundas transformações, decorrentes da expansão da lavoura cafeeira.
A riqueza proporcionada pelo café trouxe
melhoramento urbano e o crescimento comercial, sendo que o grande
símbolo dessa excitação e euforia é a abertura da Avenida Paulista e a
construção dos Palacetes dos grandes cafeicultores.
SEXTA PARTE: OS IMIGRANTES
Com a abolição da escravidão foi preciso
encontrar uma nova mão-de-obra para a lavoura do café.
Então, em meio aos produtos finos que
chegavam nos navios vindos da Europa para as damas e cavalheiros da alta
classe, também chegavam os imigrantes, especialmente italianos e
espanhóis, rumo às fazendas e às recém instaladas indústrias, não sem
antes passar uma temporada amontoada nas hospedarias de imigrantes do
Brás.
SÉTIMA PARTE: "SÃO PAULO, UM CORAÇÃO DE
MÃE"
São Paulo tornou-se então terra de todas
as raças e nacionalidades e durante o século XIX e início do século XX,
o fluxo imigratório da Europa para São Paulo intensificou-se.
Além dos italianos e espanhóis, passaram a
compor o mosaico populacional os eslavos, alemães, sírios, libaneses.
Ainda no início do século XX, chegaram os japoneses; constituindo a
maior colônia japonesa do mundo, sendo que posteriormente ainda chegaram
os sul-coreanos e os chineses.
São Paulo tornou-se ainda a maior
responsável pelo êxodo rural, havendo grande concentração de migrantes
nordestinos.
Assim a cidade transformou-se em um enorme
coração de mãe, apaixonada pelos seus filhos de diversas etnias.
Viva São Paulo, pelos seus 450 anos!
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