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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. UNIDOS DE SÃO MIGUEL - CARNAVAL 2004
Enredo: São Paulo, Um Coração de Mãe

O Grêmio Recreativo
Autor: Paulo Trindade

 

Sabemos que a mãe natureza é dotada de grande poder, capaz de realizar grandes milagres.

Por exemplo, no mundo animal, o espírito maternal pode fazer com que a fêmea adote um filhote de uma espécie diferente, criando-o e protegendo-o como se fosse seu próprio filhote. Já entre os humanos, uma mulher que já é mãe, independente de suas condições socioeconômicas, é capaz de adotar outras crianças, dando lhe um espaço em seu coração como a seu próprio filho, podendo inclusive produzir leite para amamentá-lo.

Assim nós da Unidos de São Miguel, nos 450 anos da cidade de São Paulo concluímos que esta cidade é na verdade uma grande mãe que adota vários filhos, vindos de todas as partes do Brasil e do mundo. Todos que aqui chegam se apaixonam pela cidade e a adotam como uma grande mãe.

Então a Unidos de São Miguel vem prestar à cidade de São Paulo com o enredo "São Paulo, um Coração de Mãe" em sinal da grande estima, carinho e respeito.

PRIMEIRA PARTE: JESUÍTAS

Em 1553 os colonizadores portugueses fundaram a Vila de Santo André da Borda do Campo, que era constantemente ameaçada pelos indígenas da região.

José de Anchieta e Manoel da Nóbrega avançaram o Planalto e em uma colina entre Rios Tamanduateí e Anhangabaú fundaram o colégio dos jesuítas em 25 de janeiro de 1554, tendo como construção uma cabana de taipa, ao redor do qual agruparam-se as casas também de taipa que dariam ao povoado de São Paulo do Piratininga.

SEGUNDA PARTE: CACIQUE TIBIRIÇÁ

Tibiriçá era chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de Inham Purambuaçu Tibiriçá. O cacique Tibiriçá foi convertido e batizado pelos jesuítas, com o nome de Martin Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente.

Imrão de Piquerábi e Caúbi (índio que durante a colonização do Brasil foi o primeiro inimigo e depois colaborador dos jesuítas) e pai da índia Bartira (mulher de João Ramalho, de quem se tornou grande amigo), defendeu os portugueses e em 1562 repeliu com bravura o ataque à Vila de São Paulo, efetuado pelos Tupi-Guaianazes e Carijó, chefiados por seu sobrinho o Jogoanharo.

TERCEIRA PARTE: OS SERTANISTAS

Em 1681, São Paulo tornou-se cabeça da capitania de São Paulo e em 1711, a Vila foi elevada à categoria de cidade. Apesar disso, São Paulo continuava como um pequeno Vilarejo, ponto de partida para as Entradas e Bandeiras, expedições organizadas para a capitania de índios ou para a busca de metais preciosos, nos sertões distantes. Tal atividade contribuiu para a ampliação do território brasileiro e para o extermínio dos povos indígenas.

QUARTA PARTE: OS NEGROS AFRICANOS

Ainda no século XVIII, os portugueses financiavam as expedições dos bandeirantes para a escravização dos índios para mão-de-obra. Mas devido à pressão dos jesuítas (contrários à escravização dos índios) e ao fato da comercialização de escravos africanos se tornarem um negócio bastante lucrativo foi ai que o primeiro navio, vindo da África com um carregamento de negros escravos chegou como tão necessária mão-de-obra para a lavoura.

QUINTA PARTE: OS BARÕES DO CAFÉ

No século XIX a cidade passou por profundas transformações, decorrentes da expansão da lavoura cafeeira.

A riqueza proporcionada pelo café trouxe melhoramento urbano e o crescimento comercial, sendo que o grande símbolo dessa excitação e euforia é a abertura da Avenida Paulista e a construção dos Palacetes dos grandes cafeicultores.

SEXTA PARTE: OS IMIGRANTES

Com a abolição da escravidão foi preciso encontrar uma nova mão-de-obra para a lavoura do café.

Então, em meio aos produtos finos que chegavam nos navios vindos da Europa para as damas e cavalheiros da alta classe, também chegavam os imigrantes, especialmente italianos e espanhóis, rumo às fazendas e às recém instaladas indústrias, não sem antes passar uma temporada amontoada nas hospedarias de imigrantes do Brás.

SÉTIMA PARTE: "SÃO PAULO, UM CORAÇÃO DE MÃE"

São Paulo tornou-se então terra de todas as raças e nacionalidades e durante o século XIX e início do século XX, o fluxo imigratório da Europa para São Paulo intensificou-se.

Além dos italianos e espanhóis, passaram a compor o mosaico populacional os eslavos, alemães, sírios, libaneses. Ainda no início do século XX, chegaram os japoneses; constituindo a maior colônia japonesa do mundo, sendo que posteriormente ainda chegaram os sul-coreanos e os chineses.

São Paulo tornou-se ainda a maior responsável pelo êxodo rural, havendo grande concentração de migrantes nordestinos.

Assim a cidade transformou-se em um enorme coração de mãe, apaixonada pelos seus filhos de diversas etnias.

Viva São Paulo, pelos seus 450 anos!

 


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