A
história dos mares está cercada de mistérios. Falar sobre eles, pura e
simplesmente, seria comum. Porém, explanar as causas e as conseqüências
desses mistérios é, além de empolgante, uma maneira de provocar a
conscientização de todos. A Dragões da Real mostrará no Anhembi uma breve
passagem dessa história, explorando a imaginação de todos e mostrando uma
outra face dos mistérios através das lendas e irá relatar o paradoxo das
riquezas que, em busca da evolução, acarretaram a destruição. Será um grande
desafio, mas nosso intuito é, além de mostrar um maravilhoso espetáculo, o de
fazer com que o grande público, identifique-se com o enredo e torne a ter a
consciência necessária para contribuir com a preservação do nosso planeta.
PRIMEIRO SETOR: Os Mistérios...
Milhares de anos separam o maior mistério dos mares dos dias de hoje através
da lenda do desaparecimento de Atlântida. Registros deixados pelo filósofo
grego Platão revelam que um grande continente submergiu sob o forte impacto
das ondas do mar, em apenas um dia e uma noite. Esse fenômeno foi chamado de
cataclismo.
Mais
de 25 mil obras escritas sobre Atlântida revelam versões diferentes a
respeito do local onde ocorreu o cataclismo. Porém, a versão que mais se
aproxima de uma possível realidadeé a de que Alantis (ou Cidade de
Atlântida), como era chamada, situava-se nos Açores, entre a América e a
Europa. Lendas ainda dão conta de que existia um deus dos mares que comandava
o povo de Atlântida. Seu nome era Netuno.
Acredita-se
que o cataclismo tenha gerado conseqüências drásticas em todo o planeta. A
principal foi a ruptura entre os continentes, criando os oceanos e os grandes
canais marítimos. Outro mistério dos mares e que pode também ser conseqüência
do desaparecimento de Atlântida é o Triângulo das Bermudas. Desde o início do
século, grandes embarcações e aeronaves têm desaparecido no norte do
Atlântico, sem deixar vestígios. Não se sabe até hoje a razão desses acontecimentos.
Existe, sim, uma grande incógnita em torno dessa possível realidade, porém, o
mais provável é que esses eventos ocorram devido a grandes turbulências
marítimas geradas por uma grande energia advinda do fundo do mar.
SEGUNDO SETOR: As Conseqüências de Atlântida no Brasil
As conseqüências geradas por Atlântida, embora sem nenhuma comprovação, podem
ter atingido também a costa brasileira. O nosso território que mais se
aproxima do local onde acredita-se que houve o cataclismoé Fernando de
Noronha. Portanto, falemos um pouco sobre esse maravilhoso arquipélago
recheado de mistérios e riquezas.
Suas
riquezas, nos renderam há cerca de três séculos, a invasão de piratas
franceses e holandeses. O que mais atraiu os europeus, foram os abundantes
cardumes de polvos e lagostas, bem como enormes tartarugas e cavalos
marinhos. Os golfinhos e os botos também fazem parte dessa rica fauna marinha
e são considerados até hoje como símbolos da ilha. A preservação dessas
riquezas é tão importante que está totalmente proibida a pesca e os mergulhos
na baía onde se encontram. Até os dias de hoje, o arquipélago atrai
estudiosos e pescadores, embora a pesca e a caça predatória sejam proibidas
no local.
As
lendas também fazem parte da história de Fernando de Noronha. Embora considerada
uma lenda da região amazônica, dizem os nativos que, há muitos anos, uma
família de botos cor-de-rosa surgiu na ilha e que um deles transformou-se em
homem e misturou-se aos moradores da ilha. As lendas também dão conta de que,
em determinadas épocas do ano, surgiam monstros e serpentes marinhas
gigantescas, gerando pesadelos horríveis aos pescadores da região. Conta-se
até que lindas sereias deitavam-se sobre os rochedos, desaparecendo somente
com a alta das marés.
Os
mistérios dos mares vão muito além do que os nossos olhos podem enxergar. Um
dos mistérios que ronda os mares brasileiros, e que não tem nenhuma ligação
com o desaparecimento de Atlântida, é a crença mística. Em um país em que as
crenças populares ganham força a cada dia, não poderíamos deixar de abordar
algo tão importante. Um exemplo disso é Iemanjá, saudada como a rainha do
mar. Este misticismo acompanha também os pescadores, que a têm como uma
guardiã. Crença ou não, a verdade é que o encanto de Iemanjá atrai a todos e
nós faremos com que isso ocorra também na passarela.
TERCEIRO SETOR: As Riquezas dos Mares gerando a Evolução
Exploramos as lendas, as crenças e as riquezas talvez geradas por tudo isso,
mas vamos agora falar de uma realidade muito próxima de todos nós. A criação
dos oceanos e dos grandes canais marítimos trouxe a necessidade das
embarcações marítimas. Com o passar dos tempos, surgiram as descobertas e,
como conseqüência, a exploração. As riquezas naturais, que são partes dessa
exploração, permitem que dos mares sejam extraídos o sustento de muitas
famílias. Até grandes navios pesqueiros saem para alto mar em busca de peixes
e crustáceos das mais diversas espécies para serem comercializados. Surgiu, a
partir disso, um grande mercado: o da pesca comercial, que gerou parte do
desenvolvimento mundial através dos mares.
Além
desse tipo de pesca, os mares têm como um dos seus principais dividendos o
petróleo, que impulsionou o desenvolvimento da indústria. Podemos citar
também o grande intercâmbio entre países e continentes. As navegações
comercial, cargueiro e turística gerando divisas importantíssimas para todo o
mundo.
Esse
progresso e os mitos fizeram com que pesquisadores saíssem em expedições
pelos mares de todo o mundo, empenhados em estudos científicos, visando
desmistificar as lendas ou, no mínimo, afastar os curiosos que, ao invés de
preservar, destruíam. O principal e talvez o mais conhecido pesquisador sobre
os mares, foi o francês Jacques-Yves Cousteau, conhecido também como capitão
Cousteau. Ele dedicou sua vida aos estudos e à preservação marinha.
QUARTO SETOR: O Homem, a Evolução e a Destruição da
Natureza Marinha
Tão fartos acontecimentos nos mares viriam a gerar a intensificação da
exploração sobre eles. Com o desenvolvimento, vieram também os problemas. O
que atualmente mais aflige a todos e está diretamente ligado aos mares, é o
constante derramamento de óleo causado pelas grandes empresas petroleiras de
todo o mundo. Há décadas, vêm ocorrendo desastres ecológicos irreparáveis,
causando uma grande mortalidade de animais e da vegetação marinha.
Seria
muito melhor se pudéssemos ter nos mares, além do tão necessário
desenvolvimento, das descobertas científicas importantes e dos lucros por
eles gerados, a preservação. Já é tempo de pensarmos em preservar o mundo,
para que não sejamos futuramente parte de uma lenda, de novas pesquisas, ou
de um novo cataclismo.
PRESERVAR É PRECISO!
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