APRESENTAÇÃO
A maior festa popular urbana do Brasil é
sem dúvida os desfiles das escolas de samba, nos sábados e domingos de
carnaval, nas principais cidades do país.
Assim, nós da Estação Primeira do Itaim,
sempre nos preocupamos em seguir a tradição, o que é regulamento no
carnaval, em que todos devem ser objetivamente nacionais, devendo
relatar fatos e personagens históricos, mitos e lendas brasileiras.
Qaundo da escolha de um tema, a Estação
Primeira do Itaim, usa os critérios próprios a escolha do personagem,
destacando o que é fundamental: o valor do fato a ser apresentado e o
merecimento do fato a ser exaltado. Em "A Visita de Iemanjá ao Reino de
Oxum", estes dois pontos foram de crucial importância, embora a idéia
tivesse nascido de uma reportagem a respeito do fenômeno da natureza que
se dá o nome de "pororoca", que acontece no Rio São Francisco, no
encontro das águas do rio com as águas do mar.
Assim, concluímos que tal fato poderia dar
um desfile carnavalesco visualmente belo, e começamos a analisar a
importância deste fato. Chegamos até aos habitantes do baixo São
Francisco que nos contara diversas lendas a respeito da pororoca, e uma
delas nos inspirou neste tema.
Pelo que será visto nas páginas com o
desenrolar do tema, o período que retrata a visita de Iemanjá ao Reino
de Oxum está dividida em etapas sendo que:
INTRODUÇÃO
Todos nós sabemos que a natureza tem sua
força e seus fenômenos, e um destes fenômenos será personagem do nosso
enredo para o Carnaval 2000.
Como será visto no desenvolvimento do
mesmo, o aparecimento desse fenômeno "as pororocas" e sua importância
para o homem. Diz a lenda que um dia a Deusa Oxum fez uma grande festa
em seu reino, então resolveu mandar um mensageiro até o reino da Deusa
Iemanjá, convidando-a para visitar seu reinado e participar da sua
festa.
Então, Iemanjá mandou dizer que aceitara o
convite, com uma condição: repetir a visita todos os anos.
Oxum aceitou, e então a visita aconteceu e
neste dia todos os habitantes das margens do Rio São Francisco, e os
pescadores tanto do rio quanto do mar, pescadores estes que têm tamanha
adoração tanto pela Deusa dos Rios "Oxum", quanto pela Deusa do Mar
"Iemanjá", presenciaram um fato de tamanha força que assombrou a todos.
Eles viram a água do mar invadindo as águas do rio com tamanha força que
ia arrebentando tudo pela frente, levantando gigantescas ondas, causando
um sentimento de pavor e fascínio, gerando diversas teorias que
perduraram por séculos até hoje, já próximo da virada do milênio, nós
nos deparamos com estas lendas maravilhosas do povo da nossa terra.
E esta lenda está aqui, contada da
seguinte forma, abstrata:
1º SETOR: O PREPARATIVO DO EVENTO
E Deusa Oxum tendo a resposta de sua nobre
convidada, mandou uma ordem para todos os habitantes do seu reino, onde
todos deveriam manter as águas do rio limpa e cristalina, e ainda pediu
para que a água imperial voasse sobre todo o seu reino em um vôo rasante
para poder alertar a todos sobre a grande festa.
Os principais habitantes do rio receberam
ordens distintas, como: o Nego D'água que deveria assustar todos os
pescadores do rio, então Nego D'água foi executar a sua obrigação,
assustando todos os pescadores que sempre o temeram e tentavam
afugentá-lo com suas carrancas, porém neste dia não teve carrancas para
assustar o Nego D'água.
2º SETOR: O BOTO COR DE ROSA
O boto recebeu a incumbência de ser o
receptor do cortejo de Iemanjá. Então o boto se organizou e ficou
elegante para conduzir a convidada até o salão imperial. O boto tinha o
apoio das mais belas mulheres do reino de Oxum, mulheres estas que
sempre foram encantadas por ele. O boto cor de rosa, tinha o poder de
encantamento sobre mulheres, por isso foi escolhido para recepcionar a
convidada. Mas isto é outra lenda...
3º SETOR: O POVO EM FESTA
Por todo o reino, os homens e mulheres
estavam muito elegantes com roupas multicoloridas tornando todo o reino
em um festival de cores. Os homens faziam sua parte, tornando o festejo
mais alegre, e as mulheres por sua vez, faziam também a sua, tornando a
festividade muito elegante e bela e, ainda espalhavam flores por todos
os lugares por onde passavam, exalando um ótimo perfume e deixando-as
sobre o chão para que a Deusa do Mar passasse sobre elas.
4º SETOR: O CORTEJO
A Deusa Iemanjá chega em um grande e rico
cortejo, com uma comitiva de peixes alados, seguido por um festival de
águas-vivas, fazendo um maravilhoso balé das águas.
Em seguida surge a carruagem da Deusa do
Mar: uma enorme concha, puxada por cavalos marinhos e tendo no comando
das rédeas um enorme polvo agitando seus tentáculos e ao centro, uma
bela pérola negra e, sobre a pérola a Deusa vem amparada por belas
sereias que executam uma canção que encanta a todos. Em seguida vem os
porta-estandartes, seguidos pelos guardiões do reino de Iemanjá.
5º SETOR: O ENCONTRO DAS ÁGUAS
O encontro de Iemanjá com Oxum é um
momento de tamanha energia e magia, que deixa todos perplexos e
fascinados com a força do encontro das duas Deusas, que libera tanta
energia que toda a margem do rio de Oxum é abalado com a força das
águas.
Depois que as águas se acalmam é dado
início ao grande baile no salão principal do castelo dourado. Neste
salão há uma grande mistura entre as cores azul, branco e dourado e,
também há uma confraternização entre os habitantes das águas salgadas
com os habitantes das águas doce, tudo sendo apreciado pela infantaria.
Oxum sentada em seu trono, orgulhosa por
ter sua convidada sentada ao seu lado, que observa tudo com muita
atenção. E, em determinado momento da cerimônia, com um gesto majestoso
da Deusa Oxum, a orquestra pára e adentra ao salão um grande grupo de
iaias, todas vestidas em branco e dourado, jogando moedas de ouro por
onde passam, até chegar na Deusa Iemanjá e fazem um reverência e
depositam milhares de flores a seus pés agradecendo assim a sua visita.
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