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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. ACADÊMICOS DO IPIRANGA - CARNAVAL 1999
Enredo: Os Amores do Sol e da Lua

O Grêmio Recreativo
Autor: André Machado

 

INTRODUÇÃO

Os fenômenos celestes e as constelações ocupam importante lugar na mitologia Amazônica. Em certas tribos, o Sol é um verdadeiro objeto do culto e, juntamente com a Lua (na maioria das vezes representada por um rapaz), é o herói de vários contos indígenas.

No carnaval de 1999 o G.R.E.S. Acadêmicos do Ipiranga traz para a avenida o enredo: Os Amores do Sol e da Lua.

SINOPSE

Disse o Pajé homem sábio conselheiro, que na criação do universo, índio forte era o Sol, que a Mãe Natureza fez nascer no horizonte da floresta mais densa e verdejante - A Amazônia - com raios que perfuravam o ar por entre as folhas das árvores gigantes.

índio Sol cresceu à percorrer tal floresta e juntamente com ela, constituiu o cenário perfeito e deslumbrante. Da amável natureza de belas plantas e animais exóticos, o céu era sua oca. Mas não morava só, dividia a sua morada com o Índio Lua, seu melhor amigo.

Lua era um rapaz jovem e sedutor, trocava de aparência quatro vezes todo mês, e fascinava as moças com sua bela imagem refletida nas águas dos rios.

Certo dia, o Sol partiu à caça e no caminho escutou infinitas gargalhadas que o fez parar. Havia acabado de passar o veneno em suas flechas e prestando atenção ao menor movimento das folhas, foi quando de repente, avistou um garoto ao pé de um árvore acompanhado de magníficos papagaios.

Deteve-se à descansar junto a eles, nem viu escoar o tempo. O Sol se impressionou tanto com aqueles pássaros falantes que resolveu oferecer seu imenso e brilhante cocar de plumas, em troca da tal maravilha.

O pequeno jovem índio que sonhava em usar suas tranças e que já poderia passar urucum e jenipapo no corpo, ficou tão entusiasmado com a proposta do Sol, que não hesitou na troca e foi correndo a sua aldeia afim de mostrar a todos o seu cocar... Assim também fez o índio Sol, louco para mostrar a seu amigo Lua as novas companhias.

Lua ficou encantado com a beleza dos pássaros que logo adotou um. Preferiu o verde de cabeça amarela, deixando o outro, todo amarelo, para o amigo Sol.

Na manhã seguinte, saíram juntos para pescar. Levaram arco e flechas, também arpões, afim de pescar o Pirarucu que era o peixe preferido e mais difícil de capturar. Ao anoitecer, voltando para a casa exaustos, ainda assim teriam de preparar os peixes que haviam pescado, mas deitaram-se em suas esteiras e dormiram. Os papagaios pareciam tristes por vê-los assim. Como poderiam falar e brincar se seus donos que os alimentavam, que os tratavam tão bem, não poderiam desfrutar da mesma mordomia? Então naquela noite ficaram em silêncio e continuaram assim por vários dias.

Mas um dia, o Sol e seu amigo Lua, ao voltarem da caça se surpreenderam. Os papagaios estavam mais falantes do que nunca e dentro da oca, uma surpresa os aguardava: junto ao fogo havia duas grandes vasilhas com comida fumegante! Quem teria preparada a comida? Eles comeram o delicioso pirão e se deitaram, mas não conseguiram dormir. Que mistério!

No outro dia foram caçar e mantíam a cabeça cheias de perguntas sem respostas. Enquanto isso, na oca, acontecia uma cena fantástica. Os dois papagaios se transformavam pouco a pouco em duas índias encantadoras, de cabelos longos, pretos e brilhantes como a noite sob a chuva, mas nas costas ainda existiam as plumagens em forma de asas que tanto encantou os índios. Com a metamorfose já completa, uma delas se escondeu perto da porta para ver quando os dois amigos voltavam, enquanto a outra preparava a refeição.

E que surpresa tiveram os dois mais uma vez! Resolveram chegar mais cedo na oca e pelos fundos. Ficaram deslumbrados com a beleza das duas moças, e se apaixonaram por elas pedindo em súplicas que nunca mais se transformassem em papagaios de novo. Fizeram uma grande festa para celebrar os casamentos. Agora a casa havia ficado pequena demais para quatro pessoas. Então decidiram se revezar para ocupá-la. O Sol e sua mulher escolheram o dia e a Lua aceitou a noite.

A partir daí nunca mais se viu o Sol e a Lua ao mesmo tempo no céu.

 


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