Um teatro
onde atores anônimos devaneiam suas ilusões, tendo como palco a
Passarela do Samba - é assim que podemos definir o nosso Carnaval. Drama
e Comédia devidamente mostrados, embalados pelo som de surdos e
pandeiros.
Neste
universo sou Colombina (meu devaneio não tem limites), brinco com o
coração de Arlequins e Pierrots apaixonados, um triângulo amoroso que
sempre terá um final feliz, porque neste palco nada é permanente ou
definitivo, as histórias se modificam, tornam-se estórias (ricas em
dança, música e fantasia), e se confundem, se misturam. Não sou mais
Colombina, visto minha calça branca (com visco perfeito), camiseta de
listras grossas e chapéu. Vou em busca das luzes de néon, plumas e
paetês dos cabarés paulistanos, boêmia, lantejoulas e miçangas
envolvendo lindas vedetes, criando um clima de nostalgia e sedução.
No meu mundo
não há limites, pois os sonhos também não os têm. Nele sou boêmio, sou
poeta, sou artista sonhador. Sou palhaço em um picadeiro imaginário onde
compartilho essa minha alegria. O ritmo cadenciado da percussão colabora
com meus devaneios. Sou bizarro e bonito, excêntrico e feliz. Sou Brasil
de norte a sul, Mãe Baiana quituteira que quixotescamente defende nossa
cultura, usando apenas como armas sua figura típica e tradicional.
Sambista "de
carteirinha" e folião, sou passista da ilusão neste mundo imaginário e
mágico, onde mergulho vestido de azul e branco para engrandecer a
cultura brasileira. Quem diria? Sou poeta e poesia.
Sou alegria
contagiosa
Espetáculo
monumental
Sou folia
multicolorida
Sou
simplesmente Carnaval.
|