Na vida, para obter-se o sucesso almejado,
faz-se necessário a organização, educação, moral, bondade, afeto,
carinho, sensibilidade e trabalho. Estes foram os requisitos necessários
para obter o respeito e o carinho adquiridos pelo nosso poeta
homenageado Geraldo Filme
Numa verdadeira batalha travada durante 58
anos, dedicados a cultura de sua raça, deixando de lado todo o
preconceito imposto naquela época.
Os adeptos do samba paulistano, sabem das
dificuldades encontradas naquele tempo. Hoje, ser sambista, é sinônimo
de "status", mas nem sempre foi assim. Houve épocas em que ser sambista,
para a sociedade representava dignificar a marginalização. O sambista
não só era mal visto, como também sofria as conseqüências do preconceito
racial e social. Nascido em 1928, o negro Geral do Filme de Souza, na
adolescência era conhecido como "Neguinho das Marmitas", porque
entregava as marmitas com alimentos que sua mãe, dona Augusta Geralda
preparava, pois ela era proprietária de uma pensão na Rua Barra Funda no
Bairro Barra Funda.
Aos 7 anos de idade, o "Neguinho das
Marmitas" envolvia-se com sua grande paixão, O Samba. Nessa época, no
Largo da Banana, encontravam-se os sambistas para jogar "tiririca",
dança semelhante à capoeira e lá também estava nosso "Neguinho das
Marmitas", que crescia tornando-se "taludo", daí seu novo pseudo "Geraldão
da Barra Funda". Com seu jeito maneiro, Geraldo mantinha amigos em todos
os quadrantes da cidade: Campos Elíseos, Rua da Glória, Liberdade e
Saracura (Bairro do Bixiga), hoje a Vai-Vai.
Geraldão sempre interessou-se pelo
folclore da etnia negra; experto em "tiririca", adorava o batuque vindo
dos cafezais do interior.
Participou de muitas escolas de samba,
ajudando a fundas o Paulistano da Glória . Foi diretor do Vai-Vai,
Unidos do Peruche, com suas últimas atuações na Escola de Samba Primeira
da Aclimação e Colorado do Brás.
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