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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.E.S. COLORADO DO BRÁS - CARNAVAL 2023
Enredo: A Ópera de um Pierrot

O Grêmio Recreativo
Autores:

JUSTIFICATIVA

 

Em 2023, a Colorado do Brás trará para avenida a história de um personagem primordial para o nosso Carnaval: o Pierrot.
Ele já passou pela avenida em diversos contextos, mas merece um enredo para contar a sua história, do jeito que ela deve ser contada: com emoção!
Pierrot é um personagem que pode ser totalmente descrito com esta única palavra, afinal, todas as suas emoções, sejam a tristeza, a alegria, apreensão ou qualquer outro sentimento, sempre são fortes, apaixonadas!
Um apaixonado, às vezes triste, mas que sempre termina sorrindo.
E é exatamente isso que a Colorado vai fazer na avenida. Podemos até ficar tristes às vezes, mas, no fim, o que vale é a alegria.
Pierrot será o condutor de sua própria história e também da história da nossa escola no próximo carnaval.
Ria, palhaço. Ria!

PREFÁCIO

Respeitável público, silêncio.
Os instrumentos já estão em posição, os músicos preparados.
O maestro dá os primeiros sinais.
O espetáculo terá sua primeira e única apresentação de “A Ópera de um Pierrot”. Sintam-se privilegiados por terem esta oportunidade.
Nosso show será dividido em 4 atos.
A partir deste momento, todos os atos estarão transcritos nesta sinopse.
Apreciem. Vivam este momento.
A orquestra da Colorado do Brás vai começar o show.

SINOPSE

ATO I – O reino e o bobo da corte apaixonado

Ah, Pierrot... sua paixão sempre foi muito acima do seu racional. Da felicidade à tristeza, do bom humor aos pensamentos ruins, sempre se deixou levar por um único sentimento: o amor por Colombina.
Mas quem é Pierrot? E quem é Colombina?
Pierrot é um padeiro que vivia num reino para servir ao rei e sua família. Sempre com a expressão de triste, viveu um amor apaixonado por Colombina, que era a cuidadora da filha do rei e não sabia da paixão.
Pierrot, por sua vez, mandava cartas sem identificação para Colombina. Nelas, falava que seria capaz de tudo para conquistá-la, até matar um dragão, se preciso fosse.
Mas, Colombina era apaixonado por outro...
Ela queria se apaixonar pelo homem das cartas, mas, por muito tempo, não soube e se deixou levar por outra paixão.
O reino todo sabia quem era o dono das cartas e o viam como um grande bobo, que jamais poderia conquistar o coração de sua amada.

ATO II – A “Commedia Dell’arte”

Toda esta história gerou uma das comédias mais importantes de todos os tempos, a “Commedia Dell’arte”, que foi difundida e realizada de maneira itinerante pela Itália, tendo sua raiz em Veneza. Das diversas versões, uma das mais importantes é a francesa, que gerou o nome dos personagens como são conhecidos mundialmente, principalmente Pierrot, que na comédia italiana se chamava Pedrolino.
Entre os personagens, estão o Capitão, preguiçoso, malvado, representa os soldados espanhóis, em forma de sátira. Capitão gosta de mostrar seu vigor físico, é um contador de mentiras, sempre desmentindo e conhecido como mentiroso.
Arlequim é o esperto da turma dos súditos. Parece estar sempre um passo à frente de Pierrot na conquista por Colombina. Nunca foi apaixonado por ela, mas quer ter a moça mais bonita do reino e tenta sempre enganar Pierrot e desiludir seu coração. Alegre e brincalhão, é quem faz todos rirem e se apaixonarem por ele.
Colombina, a cuidadora da filha do rei, sempre muito bonita e bem vestida, é a mais desejada do reino. Todos querem Colombina, que vive uma paixão escondida com Arlequim. Mas, sua curiosidade pelas cartas misteriosas a fazem querer conhecer aquele que as escrevia. Até que, ao saber, resolve viver o grande amor com Pierrot.
Por fim, outro importante personagem é a figura do Pantaleão. Um velho rico, influente em Veneza. Extremamente avarento, não se importa com as pessoas, apenas com maneiras que podem fazê-lo ganhar mais dinheiro.

ATO III – O Pierrot nas artes

Pierrot, personagem principal de uma peça de teatro, foi extremamente importante em outras formas de arte.
Influenciou poetas em diversas escritas de importância mundial. A mais importante delas, o “Pierrot Lunaire”, ou, na tradução direta, “O Pierrot Lunar”, de Albert Giraud. A obra também inspirou a orquestra “op. 21”, de Arnold Schoenberg, e conta a paixão do Pierrot pela lua, suas desilusões amorosas e a forma como ele lidava com isso.
Outra grande influência se deu através da orquestra “Il Pagliacci”, uma ópera de dois atos, com música e libreto compostos por Ruggero Leoncavallo. Estreou em Milão e até hoje é cantada em diversas óperas pelo mundo, foi regravada e conhecida mundialmente pela sua versão na voz de Pavarotti. A orquestra é tão intensa que há uma história sobre um dos atores, que acabou assassinando a própria esposa no palco por achar que as falas e interpretações dela eram verdadeiras.
Não podemos deixar de levar a importância do Pierrot na arte da pintura. Infinitos quadros foram baseados na paixão de Pierrot por Colombina. Inclusive, grandes artistas brasileiros, como o caricaturista Di Cavalcanti, e o pintor mais importante da história brasileira, Cândido Portinari, tinham grande paixão pela história do palhaço e fizeram diversos trabalhos baseados nela.

ATO IV – O Carnaval

E a grande arte que Pierrot, Arlequim e Colombina inspiraram, com certeza, foi o Carnaval.
A história deles passou a ser ilustrada constantemente no século 19, no carnaval de Veneza. Os foliões se vestiam com as roupas dos personagens, por serem facilmente replicáveis e baratas, num carnaval onde a grande maioria dos participantes eram pobres. A história, extremamente conhecida entre todas as classes sociais, era constantemente utilizada pelos carnavalescos.
Essas fantasias também eram baseadas, justamente, no baile de máscaras – o carnaval dos ricos, com grandes bailes em salões fechados da nobreza – que também utilizavam a temática da comédia Dell’arte como fantasias.
E o carnaval de Veneza se expandiu para o mundo e se tornou inspiração para o nosso Carnaval. Nos grandes blocos de rua, desde suas origens até hoje, vemos a representação dos personagens em fantasias, misturados com outros personagens da nossa cultura.
Pierrot é eterno.
Sempre será motivo de representação da alegria e da tristeza.
Mas, acima de tudo, do amor.
E a Colorado do Brás levará esse amor pelo Carnaval e pela vida para avenida.
Assim como Pierrot, iremos da tristeza ao riso.
Voltaremos para o nosso lugar.
Com alegria, sempre.


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