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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S.R.B.E.E.S. LAVAPÉS PIRATA NEGRO - CARNAVAL 2022
Enredo: Mamãe Oxum - A Deusa do amor, o ventre da humanidade, traz as boas novas na primavera

O Grêmio Recreativo
Autor: Não Informado

O Ouro é ela
 
Porque Oxum anda nua pelas margens do rio e molda as pedras com os pés até virarem seixos, confio nela, na força dela, ela é central, é nosso eixo! Aliás é mais, a musa das fontes limpa o mal pois é força antiga, força ancestral!

Oxum é sagaz de sútil inteligência, faz um rei lhe oferecer tudo, toda a riqueza, não só por causa da sua beleza, mas pela palavra encantada que de sua boca emana, pura magia. Oxum é guerreira, dona de seu desejo, rainha da própria alegria.

De muitos nomes eu a chamaria: Senhora do ouro, Mãe d’água, Rainha das cachoeiras, Princesa das cabeceiras, Senhora das quedas d’águas, Orixá do amor, Mãe da água doce, Rainha das pedras, tantos nomes para chamar o nome dela... a que veio do rio Osun em forma de poder feminino.

Quem não vê? Quem não reconhece quando ela chega? Quem não entende quem ela é?

Seu pano dourado feito de luzes preciosas, mistérios e correntezas baila assim, e ela vai se bordando sinuosa no impreciso, vem trazendo nos babados dos vestidos, cardumes de adjetivos: elegante, amorosa, inteligente, determinada, persistente, desinibida, Senhora da fertilidade e mulher eloquente.

Está em seu charme a sedução, em seu verbo a habilidade. Em sua condução a diplomacia, em sua inteligência, sua paciência no argumento transformador. Toda essa alquimia, seu doutor, é coisa de mamãe Oxum, sim senhor.

Sua persistência de seguir em suas margens determinada confiando nas grutas, nas cavernas aonde seu elemento chega, nas folhagens em torno de suas águas, segura nas próprias ancoragens, a inventora Oxum é menina dos olhos de Oxalá.

Sem Oxum, vida não há. É dela a especialidade de cuidar com muito afeto do feto durante o processo de gestação. As crianças buscam nela acolhimento, saúde e afeição.

Seu templo segue silencioso cortando as tardes, seus rios correm em regiões do interior da Terra e dos corações.

Amor de Xangô, a sábia, poderosa, feminina entidade, jorra ouro de seus búzios, reinando luminosa em toda parte, e sua graciosa beleza não ter idade. Observe bem da moça a astúcia, perceba que seu chão, feito de águas sagradas, se move!

Porque Oxum anda nua pelas margens do próprio rio e molda as pedras com os pés, me comove. Ela sou eu e está em você, Como letra e antes da letra, inscrita no ouro da história. Oxum é vencer.

Sua palavra certa é vitória.
 
Elisa Lucinda, outono/2022.
 
SINOPSE
 
"Mamãe Oxum - A Deusa do Amor, o Ventre da Humanidade, traz as boas novas na Primavera ".
 
{...} Exu, o senhor dos caminhos, o dono do movimento nos contou assim... Muito antes de nascermos e sermos enviados para o Aiye (Terra) nós brotamos em Orum (Céu Ancestral) onde nos é recitado um lindo poema, poema este que é a nossa essência primordial. É a narrativa da nossa história e de tudo que está contido em nosso DNA, do nosso verdadeiro propósito durante nossa passagem aqui no Aiye (Terra).
 
Tudo isso acontece em uma grande festa, uma grandiosa cerimônia primaveril em Orum, sob os olhos atentos de seres Celestiais (Orixás), entre eles "Mamãe Oxum" que é o ventre da humanidade.
 
Ela que tem o domínio e o poder de fazer com que todas as coisas germinem e brotem sobre o Aiye (Terra).
 
Após recebermos a benção de todos de Orum, somos presenteados com a vida para podermos florescer na Terra. A vida é o presente maior de "Mamãe Oxum", a senhora das águas, e que nos nutre de axé durante o período de gestação.
 
Para que a festa de nosso nascimento não seja esquecida Olodumaré nos presenteia com a Natureza, onde os seus encantos, elementos e recursos naturais representam também nossos Orixás.
 
Com sua plenitude, beleza e mistério a Natureza é dinâmica em todas as suas estações aqui no Aiye. Nosso enredo alude à Mamãe Oxum com a temporada da Primavera. A Primavera que se renova, renasce e nos encanta com tamanha beleza, nos brindando com explosões constantes de cores, fauna e flora num período de vívida celebração da vida, que nos reconecta e nos faz recordar a sensação de quando brotamos no Orum em plena Primavera, uma Primavera Celestial.
 
Ao renascer no Aiye vivendo e seguindo o livre arbítrio, passamos a nos distanciar dos nossos propósitos firmados no Orum. Começamos a nos esquecer do poema que nos foi recitado, não mais prestamos atenção no presente recebido de Olodumaré que é a representação maior dos Orixás: a Natureza.
 
Sentimentos e posturas tóxicas brotam nos seres humanos os fazendo esquecer da humanidade, banalizando a vida, explorando a natureza de forma violenta, brutal, desleal, de forma desenfreada e caminhando a passos largos para a destruição, contaminando com suas ações os rios, poluindo o ar e produzindo montanhas de lixo. Também contaminamos as nossas relações com os outros seres humanos. Desrespeitamos os Orixás em sua representação maior que é a Natureza. Trocamos o usufruir pelo destruir e com isso perdemos os meios que nos reconectam com nossos Orixás e nos faziam recordar de quando brotamos no Orum.
 
Sendo assim e para frear nosso ímpeto de destruição em massa comprometendo até mesmo a existência do planeta e para que a humanidade não caia em desgraça destruindo o Aiye; nos é enviado Iku (A Morte).
 
Chega então Iku ao Aiye, aquele que vai nos distanciar, que vai nos isolar, aquele que vai nos obrigar a olhar para dentro de nós mesmos. Iku aquele que ceifará a vida. Iku que não nos distingue por credo, por cor ou raça, por bens materiais ou intelectuais. Iku a sombra que nos freia. Iku impede despedidas dos parentes que nos deixam. A solidão e o medo tomam conta do Aiye. Iku deixa um rastro de desolação em um cenário apocalíptico. Iku caminha livremente sobre o Aiye, mas não por muito tempo...
 
Um exército de Etus (Galinha de Angola: Símbolo maior do iniciado em conexão com o Orum) se aproxima. Iku, que não conhece aquela criatura, se assusta e foge. São as Etus as responsáveis por afastar as garras poderosas de Iku, dos seres humanos.
 
A missão de Iku pelo Aiye e seu rastro de desolação precisa de cura depois da sua passagem devastadora e sombria. Para restaurar o Aiyê, Olodumarê enviou uma legião de Omolus para dançarem sobre ela, para espantar os males, limpando, curando e purificando o Aiye e os seres que nela habitam harmonicamente. O Opanijé é a dança da vida.
 
E como derradeira tentativa de redenção e renascimento, como forma de benevolência para com a humanidade vem a nós Mamãe Oxum - A Deusa do amor o ventre da humanidade, trazendo as boas novas na primavera. Visando salvar o mundo, dos males que nós seres humanos fazemos, e que permitiram a Iku a agir sobre a terra, Oxum parte de seu santuário em Osogbó na Nigéria, carregando seu magnífico bosque primaveril com sua corte repleta de flores negras. Mamãe Oxum, a Deusa das águas onde brota a vida, a benevolente, o ventre da humanidade, a Deusa do amor faz renascer a esperança ao povo do Aiye.
 
Saudaremos em forma de enredo Mamãe Oxum na avenida em mais um ato de amor e na tentativa de redenção para a Humanidade.
 
E assim a Lavapés Pirata Negro traz até o carnaval, para que juntos possamos reflorescer o enredo:
 
"Mamãe Oxum - A Deusa do Amor o Ventre da Humanidade, Traz as Boas Novas Na Primavera".
 
GLOSSÁRIO
 
Exu - É o Orixá (Deus) mensageiro, senhor da comunicação é o dinâmico, um ser intermediário entre seres humanos e divindades: por essa razão, nada se faz sem ele e sem que oferendas lhe sejam feitas antes de qualquer outro orixá,

Laroye - A expressão Laroye é usada como saudação à entidade Exu e pode ser traduzida como "Salve, mensageiro". É originada da língua iorubá, grupo étnico africano da região da Nigéria.

Mojubá uma louvação que significa respeito e reconhecimento da grandeza e magnitude da entidade Exu.

Orum - É uma palavra da língua iorubá que define o Céu ou o mundo espiritual.

Aiyê - Aiê é uma palavra que na mitologia Iorubá que define Terra ou o mundo físico.

Oxum é uma Orixá (Deusa) que reina sobre as águas doces, considerada a senhora da beleza, da fertilidade, do dinheiro e da sensibilidade. Intimamente associada à riqueza espiritual, material e a capacitação da mulher. Oxum também é conhecida com a Mãe das Mães, pois, todos os seres humanos durante o período da gestação estão amparados por águas doces.

lyá lode - Yalode, lyálodè, lalodê ou Yalodé, uma palavra de origem iorubana que tem como significado: aquela que lidera as mulheres na cidade e/ou a dona do grande poder feminino.

Iku - Ikú (A Morte) É um Orixá, designado por Olodumaré (Deus supremo) para uma função derradeira.

Etus - (galinhas de Angola) é uma ave originária da África, trazida para o Brasil pelos portugueses. No candomblé, sua importância é incalculável. É o animal mais importante na religião dos

Orixás, e isso pode ser explicado com mais propriedade e beleza pelas várias fabulas que envolvem a Etù.

Omolú - É o Orixá da cura e da doença e responsável pela terra, pelo fogo e pela morte, por causa do seu poder. É da Terra que tudo nasce e tudo tem seu fim, por isso Omolú rege estas questões.

Opanije - no candomblé é um toque sagrado, entoado para o Orixá Omolu, é quando ele dança saudando a todos. Geralmente tocado para a divisão de um conjunto de comida ritual, quando todos em silencio recebem sua porção, e os crentes aproveitam este momento para pedir saúde e longevidade.

Orayeyè - Ora iê iê ô! - Salve a senhora da bondade. Salve mãezinha benevolente.

ljexá - Além de nomear uma nação africana, o ljexá é um ritmo musical que tem origem lorubá, oriundo da cidade nigeriana de llesa. Este ritmo é tocado quando saudamos mamãe Oxum.

 


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