INTRODUÇÃO
Pedro Álvares Cabral e os demais
navegadores que desembarcaram na localidade hoje conhecida como Porto
Seguro, estado da Bahia, em 1.500 não foram os primeiros seres humanos a
pisar em terras brasileiras. Pesquisas realizadas nas últimas décadas
revelam-nos que o imenso território que atualmente forma o Brasil já era
habitado há dezenas de milhares de anos.
Quando chegaram à América, os europeus
pensaram estar chegando às Índias Orientais. Por isso, deram a seus
habitantes o nome de índio, denominação que permaneceu mesmo depois de
percebido o engano.
A Amazônia foi o berço de culturas
avançadas, e o lugar mais desenvolvido do Brasil. Na época de sua
descoberta pelos europeus, ela pode ter chegado a reunir 7 milhões de
habitantes. Descobertas arqueológicas dos últimos quinze anos mostra que
a floresta Amazônica era ocupada por povos muito mais avançados que os
índios atuais. Dentre os povos da floresta um merece destaque pela sua
origem, crença, tipo de vida e coragem; as Amazonas Guerreiras, ou
Icamiabas, como eram chamadas pelos índios.
HISTÓRICO
ORIGEM DAS GUERREIRAS
Este enredo é uma ressurreição de uma das
velas histórias helênicas. As Amazonas, eram mulheres guerreiras,
fabulosas cavaleiras, que viviam na Ilha de Creta, na Grécia Antiga.
Adoradores do Deus Sol, que para melhor manusear o arco e flecha
amputavam o seio direito. Em grandes artesãs com o barro.
Fortes e belas, ágeis e valentes, zelosas
de sua independência, brancas com cabelos compridos e olhos claros; e
tinham costumes extraordinários.
O mundo antigo conhecia sua valentia,
subjugavam os homens em sua volta e só mantiam relações sexuais apenas
uma vez por ano, somente para procriação. Se por acaso viesse a nascer
uma criança do sexo masculino devolviam ao pai ou decapitavam.
Por sua fama guerreira foram incluídas num
dos doze trabalhos de Hércules. Trabalhos, esses considerados
impossíveis de ser praticados. Hércules teria de matar Hipólita, a
rainha das Amazonas Gregas.
HABITAT NATURAL
Francisco D'Orellana, aventureiro espanhol
companheiro de Pizarro, primeiro explorador do Amazonas, em 1541,
encontrou nas margens do Rio Negro e do Rio Xingu as ferozes Amazonas
brasileiras, também brancas de cabelos lisos e olhos claros. Ao chegar
na Europa, Orellana narrou o seu encontro com as lindas guerreiras. E
delas disse o padre Simão de Vasconcelos, autor da "Crônica da Companhia
de Jesus no Estado do Brasil": "... há outra nação de mulheres
monstruosas no modo de viver (são as que hoje chamamos Amazonas,
semelhantes às da antiguidade, e de que tomou o nome do Rio), porque são
mulheres guerreiras, que vivem por si sós; habitam grandes povoações de
uma, província inteira, cultivando as terras, sustentando-se de seus
próprios trabalhos, vivem entre grandes montanhas, adoram o Deus Sol.
São mulheres de valor conhecido que sempre serão conservados sem
consórcio ordinário de varões".
Karl Von Den Steinen, ficará maravilhado
com a história das mulheres guerreiras, tanto que não temeu abalar a
reputação de seu nome, disse: "Ainda quando nunca tivéssemos ouvido
falar das Amazonas Gregas, eu acreditaria, sem hesitar, as Amazonas
Brasileiras, cuja existência é a mais verossímil".
Orellana, tomou conhecimento dos hábitos
das valentes guerreiras, através de índios Paracis, presos quando fora
atacado na foz do Rio Janudá.
As Icamiabas, como eram chamadas pelos
índios, viviam só entre mulheres, subjugavam as tribos indígenas que
viviam sob sua proteção: Parecis, Parintintins e Munducurus.
O PURACÊ
Uma vez por ano, convidavam os vickings
que também viviam na floresta para a festa da purificação.
A festa do puracê, começava no anoitecer,
Lua Cheia e para dar coragem aos vickings, tinha: o cauim para beber ou
o pó para paricar, só assim na hora do amor o medo iria desaparecer.
Após o amor, as mulheres guerreiras banhavam-se no lago para
purificar-se e retiravam do fundo do lago uma substância verde na qual
esculpiam: um sapo, uma tartaruga ou um peixe, a esta escultura chamavam
de Muiraquitã, quando a escultura estava seca presenteavam ao homem
escolhido para o sexo, era um amuleto da sorte.
Se do amor nascesse menino, devolviam ao
pai e se nascesse menina dava continuidade às Amazonas.
IMORTALIDADE
O amor do famoso Muyrakitã conta-nos:
"Para mim, a tribo dos Vaupés é a célebre conhecida na história pelo das
Amazonas, encontradas por Francisco Orellana. A tradição que existe
entre Vaupés, hoje habitantes do Alto Rio Negro, de que de outrora
habitaram as amazonas do Amazonas, que deixaram obrigadas por uma grande
inundação, concorda com o lugar que descobri na costa do Peru
entre os Rios Yamundá e Trombetas, que denominei Tanarvera das Amazonas;
por aí, segundo a história Orellana viu as Amazonas". E adiante conclui:
"Se a história e a tradição na lhe falham, aí foi a aldeia das Amazonas,
porque lá encontrei os Muyrakitãs e fragmentos da rocha de que são
feitos". La Condamine, além de encontrar os amuletos; diz também que os
silvícolas de Caiena lhe informaram que elas moravam ao redor das
formidáveis quedas de Oiapock.
Hoje, não temos mais notícias das Valentes
Guerreiras Amazonas, descendentes das antigas Amazonas gregas e
herdeiras legais da ousadia, riqueza e força; porém ficamos felizes em
saber que elas estão vivas através da força e do mistério da maior
Floresta do Mundo e também do maior Rio.
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