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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. PROVA DE FOGO - CARNAVAL 1999
Enredo: Incas - Filhos do Império Sol

O Grêmio Recreativo
Autores: Herny e Wagner

 

O Império Inca era impressionante. Pelo seu poderio e por sua rica cultura. Os Incas não deixaram registro de sua história, mas levou à humanidade intocáveis trabalhos em ouro, pedra, prata, sistemas de irrigação, aquedutos, construção e técnicas de agricultura, estudos astronômicos, cálculos primorosos de engenharia, entre outros.

Em todas as criações do mundo, houve um ou mais elementos que ajudaram a civilizar, colonizar e estruturar um povo e devidamente sua cidade. Este elemento sempre era aclamado, enaltecido e reconhecido como um deus ou o próprio filho de deus. O Império Inca, é cercado de lendas maravilhosas, bem como maravilhosas também são nossas lendas indígenas. Neste enredo enfocamos a Lenda do Eldorado. Devido os nossos indígenas cultuarem o sol como um Deus criador e tantas outras semelhanças de culto e vivências, tão semelhante à maneira que os Incas cultuavam seus deuses e sua maneira de viver. Aqui no Brasil, no meio de algumas tribos o Sol tido como Coaracy era considerado Deus da Criação, bem como Tupã, tinha poderes e direitos a culto e rituais sagrados. Não há como dissociar o histórico da criação dessas duas culturas.

Como num passe de mágica e no sopro sagrado do Deus Ínti o Sol, nascem as lendas do Império Inca e a Lenda Indígena Brasileira "O Eldorado".

Viracocha - uma das maiores divindades respeitadas pelos Íncas. Sendo considerado o colonizador e civilizador daquele império, muitas vezes confundido com o próprio Sol.

Vendo ele o modo bárbaro que vivia as selvagens nas Cordilheiras dos Andes, decidiu então enviar para a terra seus dois filhos prediletos, Ayar Manco e Mama Ocllo, tinham eles por obrigação em primeiro plano fundar uma cidade, e dentro dela erguer um templo em sua homenagem, para que Viracocha, Ínti e os elementos naturais da terra fossem venerados. Mas para que seus filhos tivessem êxito, deu-lhes um bastão de ouro e os avisou - levem este bastão junto, e assim que chegaram e fizerem o reconhecimento do território, devem enficar o bastão na terra, aonde o instrumento entrar com facilidade, ali será erguida a cidade. O desejo desse deus protetor fora realizado.

Em um dos dias em que o Sol tinha um brilho diferente, Aymar Manco decidiu enficar o bastão, pois as tentativas anteriores em nada resultaram, mas decidido introduziu o bastão na terra, desta vez entrou com muita facilidade, eram terras na região da Lagoa de Titicaca e finalmente haviam encontrado o local, pediu a sua irmã que reunisse os selvagens, assim foi feito. Ele então levantando o bastão de ouro em direção ao sol, feliz disse "Nasce aqui o Império do Sol - Cuzco".

A CRIAÇÃO DE CUZCO

Os selvagens foram doutrinados pelos irmãos e estava se iniciando um ciclo, sócio-econômico e cultural. Eles trabalhavam com muita garra para auxiliar Ayar Manco e Mama Ocllo, tudo estava sendo feito com muita rapidez, mas também tudo que eles erguiam, com a mesma rapidez era destruído, devido a altitude em que estavam, o vento os impediam de construir a cidade.

Ayar Manco, teve uma inspiração de seu pai Viracocha e em seguida pôs em prática. Prendeu o vento no curral da Lhamas, e este não parava de sibilar, fazendo muito barulho, atraiu a atenção de Ayar Ucho irmão de Ayar Manco e Mama Ocllo, que vivia na planície por ser amigo do vento exigiu que eles o libertassem e para isto deu-lhes somente mais um dia para concluir o desejo do pai Viracocha.

Mais uma vez Ayar Manco foi iluminado, desta vez, amarrou uma grossa corrente de ouro numa pilastra da muralha aonde estava sendo erguida a cidade, esperou o sol passar entre as montanhas, o aprisionou com a corrente. Assim não escurecia, e o dia se prolongou, até que ele e seu exército concluísse a cidade e o templo.

Ao ver que tudo estava pronto, verificou pedra por pedra, canto por canto, ao ter certeza que a cidade estava firme, ele soltou o sol e o vento, em seguida desposou sua irmã Mama Ocllo, para dar início a primeira dinastia e daí surgiram a lenda dos Ovos Misteriosos, do Arco Íris, do Guerreiro Ollantay, a do Grande Titou, do Índio Rico e do Índio Pobre, das Mulheres Estrelas e do Eldorado.

A cultura Latina entre nós brasileiros somente foi possível ser preservada, graças a uma obra que abre as portas a todos os países irmãos, obra que sintetiza e irmana, os costumes, as raízes, estamos falando do Memorial da América Latina, porte de entrada entre o Brasil e as Américas.

LENDA INDÍGENA - O ELDORADO

O cacique Araguari todos os anos, na mesma data leva oferendas e sacrifícios para Coaraci o Deus Sol, nas margens da imensa lagoa abaixo de sua aldeia.

Mas hoje, no ritual ele avistou a silhueta de uma enorme serpente saindo das águas da lagoa, logo em seguida, como sempre avistava seres da lagoa, não se importou com o rosto da serpente.

Virou as costas e se foi, durante a madrugada junto com pajé preparando um ritual ficou sabendo que sua esposa e sua filha, haviam sido roubadas pelo Dragão da Lagoa e que o rosto da serpente na aparição na lagoa era o dela.

Quando soube da tragédia pediu ao pajé que o ajudasse, foram para a beirada da água, o pajé efetuou suas magias, adormeceu e se viu no fundo da lagoa. Ao retornar ele disse que tinha avistado a esposa e a filha do cacique, e que elas estavam ao lado do dragão e de uma serpente, mas estavam felizes e não queriam voltar a terra.

O cacique desesperou-se decidiu aumentar cada vez mais os sacrifícios, queria ao menos vê-las. Coaraci o Sol lhe soprou aos ouvidos o que deveria fazer, o Cacique Araguari construiu uma jangada de taras de madeira, colocou dentro dela, objetos de ouro, esmeraldas e procurou uma resina de árvore para passar no corpo, mandou triturar o ouro, para que ficasse pó, mandou trazer aves raras de penas vermelhas, para fazer um cocar de penas de fogo.

No dia do ritual, Araguari subiu na jangada levando o tesouro, passou a resina no corpo e espalhou o pó de ouro, ficou dourado, colocou o cocar na cabeça e as guirlandas abaixo do joelho.

O Sol. Apareceu no meio de duas montanhas e o iluminou. O "El Dorado" lançava no ar em todas as direções objetos de ouro, todos fizeram pedidos e foram atendidos, a mulher e a filha do cacique não retornaram, mas se tornaram motivos de culto e todas as manhãs naquela data e na mesma hora, um homem de ouro falava ao sol. A lagoa ficou forrada de tesouros, pois os índios mantiveram a tradição. Até hoje, muitos pesquisadores procuram o "El Dorado".

 


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