Abram alas! Pois a Imperatriz da Paulicéia pede passagem de azul e branco, transformando seu desfile numa linda homenagem.

Gira minha coroa imperial, tal qual uma máquina do tempo, me leva a um passado, que de tão glorioso, mexe com o meu sentimento.

Como é doce recordar, que momento feliz, ver um grande baluarte, emprestar seu nome, criar raiz e com amigos do Largo do Peixe, fundar uma das maiores escolas do pais. Se você ainda não sabe a quem me refiro, vou agora lhe dizer... Estou falando de você, minha querida Nenê!

Não nasceu pagã, pois sua madrinha é a Portela de Madureira, inspiração para suas cores e seu símbolo maior, a águia guerreira. É banzo que o nego tem, esse refrão deixou saudade, Casa grande e senzala, foi o primeiro samba enredo que se ouviu nessa cidade. Os anos se passaram e sua trajetória vitoriosa, no carnaval foi comprovada, a Nenê ganhou fama, títulos e uma comunidade apaixonada.

Celeiro de bambas e de sambistas imortais, reduto da fina flor musical e de poetas geniais. De longe posso ouvir um som inconfundível que aprendi a dar valor, lá vem a bateria da Nenê, como é lindo o rufar do seu tambor, batucada de peso e respeitada, tem a nota máxima como marca registrada. Falo agora de um momento que enche o peito do matildense de orgulho verdadeiro, a Nenê é a única escola paulistana a desfilar no sambódromo do Rio de Janeiro. Olha só que bacana! Em plena Marquês de Sapucaí, o nosso cacique rodou a baiana.

Em São Paulo, a entidade ganhou força e na região tornou-se a principal voz, fez o suburbano ficar conhecido, ‘‘zona leste, somos nós!’’ A Nenê é um patrimônio do samba, digo isso sem engano, São João, Avenida Tiradentes e Anhembi, não importa o local, se a vila me chamar, ‘‘tô aí!’’ Desfiles grandiosos, para a escola era algo bastante comum, me recordo agora da Nenê dando um show de samba no carnaval 2001. Foram 11 títulos ganhos de uma forma merecida, por tudo isso, a Imperatriz te homenageia na avenida e deixa um recado importante, que agora vou falar... Vila, tu és gigante e para sempre hei de te amar, chegando em primeiro, segundo ou em qualquer lugar.