O vento me trouxe em pólen para uma nova terra, sendo germinado por uma d'Angola.
A viagem da África foi longa. Aqui cheguei, fertilizei e colhi os frutos da minha nobreza.
Nesta terra, em forma de rosa, tenho a cor negra da noite. Forte como o barro, brotei e floresci, encantando essa nação com minha beleza.
Conheça algumas guerreiras que, em meu nome, também floresceram.
Fui semeada por Aqualtune (mãe de Zumbi dos Palmares), resisti como a guerreira Dandara (companheira de Zumbi), liderei como a heroína negra Maria Felipa e fui realeza como Tereza de Benguela, que viveram, lutaram e morreram por amor.
Fui alimentada em verso e prosa de Maria Firmina, na poesia de sua realidade, vivida no morro, no asfalto e na superação do aprendizado da escritora Carolina de Jesus.
Fiz dessa saga minha voz. A voz de um milênio, joia rara em tons marrons. Livre da senzala, tambores africanos ainda ecoam.
Lembro-me da força de meus antepassados e resisto. Sou resistência, sou história.
Trago, na minha forma, a realeza dos meus ancestrais. Sou Tia Ciata, a mãe negra do samba. Sou Jovelina Pérola Negra, Elza Soares, Leci Brandão e tantas outras artistas!
Sou mulher negra! A flor rara neste jardim em Prova de Fogo!
Sou líder, forte e guerreira! A esperança feminina do País!
Sim, sou negra, soprada pelo vento, abençoada pela água, marcada pelo fogo que cruzou o continente. Juntas, somos todas Marielle e estamos "Presentes".
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