A Cabeções vem trazendo para a Avenida um pouco do que foi e ainda é o período de imigração desde o descobrimento do Brasil até os refugiados em tempos atuais.
Quando imigrantes de terras tão distantes se aventuraram no além mar em busca de novas terras de novos sonhos enfrentando todas as dificuldades possíveis impostas pela natureza eis que se descobre um paraíso para morar, Brasil a terra do índio, "onde se plantando tudo dá".
Desde a descoberta das Américas, desde a chegada dos portugueses em terra Brailis, o navegar trouxe consigo o desafio de tornar esse chão um paraíso de todos.
E a miscigenação já começa a acontecer a partir do momento onde os portugueses se misturam aos índios, proprietários não só da terra, mas também de uma cultura singular; logo após com os negros, com os imigrantes e começa então uma mistura de raças, de crenças, de cores, de culturas que vem se dando até os tempos atuais.
Num saltar na história não é mais a sede de navegar que movimenta os homens a se lançarem em um novo movimento migratório, mas a necessidade de sobrevivência de quem perdendo tudo em sua terra, vê a possibilidade de viver dignamente em outros países.
Nesse novo movimento não é mais apenas um país o palco da imigração, mas todo um Continete que sendo dos seus torna-se também, a Latino América de todos os povos.
O Brasil que é conhecido pelo mundo todo como a terra do samba, do Carnaval, do Futebol, com essa nossa pátria mãe gentil sempre de braços abertos o nosso Redentor recebendo com paz e com amor todos que aqui chegam de dentro ou de fora acolhe os imigrantes e os refugiados sem qualquer tipo de distinção.
A Cabeçõesencerra seu desfile falando dos refugiados que se veem praticamente obrigados a saírem de seus países por vários motivos: guerras, crenças, preconceitos de raças, de cores, desiguladades sociais enfim.
Esse fenômeno revela a luta dos homens para intensificar suas fronteiras e fechar-se ao convívio fraterno. A convivência pacífica entre os homens, desejada desde os primórdios, mas sempre ameaçada pelas diferenças está profundamente ferida. O patriotismo doentio, a ganância, e o desejo de poder, erguem novas e desiguais fronteiras. Povos se sobrepõem a outros num conflito que deixa toda humanidade em crise.
Tal conflito transforma o mundo no palco da fuga do homem à procura de paz transpondo o mar, novamente, vai buscar no velho mundo refúgio seguro. Surge toda uma nação de refugiados.
Muros se querem levantar, mas a inocência, mesmo roubada e ferida derruba as cercas e o mundo se abre, o lamneto de um povo que, refugiado, transpõe os limites territoriais convidando as nações todas a compaixão e solidariedade. Nas areais da praia na beira do mar, o altar de um pequeno sacrificado pela indiferença.
Que faz o mundo se chocar e volta-se um olhar para os refugiados que chamam que as fronteiras caiam. Ressurge a esperança.
Nos imigrantes do passado e nos refugiados do presente, alimenta-seo desejo de uma terra de todos e o Condor, o único pássaro que consegue sobrevoar as Cordilheiras dos Andes no seu ponto mais alto voa com a Cabeções em busca da liberdade por um mundo sem fronteiras.
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