A União de Vila Albertina vem da Cantareira para exaltar na avenida um dos maiores e mais tradicionais cartões postais de São Paulo, eternizada na musica “Sampa” de Caetano Veloso, a esquina da Avenida Ipiranga e da Avenida São João virou tema de carnaval e nesse desfile vamos citar momentos e situações que fizeram dessas duas avenidas cenário presente na historia da maior cidade do Brasil, pois já dizia o poeta...
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas...
Porque tanta coisa acontece nessa esquina?
Porque tanta magia ronda essas calçadas?
Porque tudo nela é sedutor, tudo nela é fantástico...
Os boêmios do passado se revelam e se vestem com garbo e elegância, eles se reúnem para relembrar a São Paulo da boêmia, voltam para celebrar momentos e relembrar fatos que nunca mais vai se apagar da memória boemia de São Paulo.
Essa esquina é o símbolo do alto astral e da inebriante terra da garoa, berço do charmoso bar brahma que desde a década de 40 é palco para conversas sérias e informais, palco para artistas e anônimos,
palco da musica e da boemia paulistana, palco do poeta “Caetano Veloso” que imortalizou a sua canção Brasil a fora....
Foi cenário de uma época charmosa, onde os casais se encontravam, se apaixonavam e se deixavam envolver,
um cenário que união tantos casais, fazendo o coração pulsar mais forte...
Lugar de vários retratos que no decorrer da historia viu a cidade crescer e se aperfeiçoar, difícil dizer o que acontece com o coração de quem vem da Ipiranga ou da São João...
Dos mais antigos ficou o prazer dos cinemas da região,
pois era o atrativo que levava o povo a conhecer a esquina das emoções, luzes que reluziam pela Avenida Ipiranga, estrelas da sétima arte se apresentavam nas telonas e
no escurinho do cinema a sensação envolvente desse lugar....
Esquina das tribos alternativas, que fizeram daquela região um marco para liberdade de expressão, o hippie foi um exemplo daqueles que se juntavam na busca pela paz e o amor,
subiam a Avenida São João e marcavam encontros para exibir seu jeito diferente de ser,
numa explosão cultural sem igual.
Inspiração para os poetas da canção, a Ipiranga e a Avenida São João sempre foi musical, de “Sampa”, de Ronda, de Vanzoli, de Caetano, de Nelson...
Era magia, beleza e paixão retratadas num ambiente de tantas de emoção.
Nem o tempo apaga o que essa esquina já viu....
O
bingo que decorou a esquina por muitos anos, fez felizes as pessoas que iam apenas para
buscar na sorte a felicidade... Hoje vão buscar ou deixar o dinheiro,
no banco que ilustra a esquina dos eternos ladrilhos paulistanos, a pura ilusão da riqueza...
A modernidade não faz sucumbir sua bela historia, no bar ainda tão tradicional, o
chope é a bebida que rega conversas e serve de brinde para o prazer...
A culinária, o bom paladar traduzem a sedução deliciosa que emoldura o cenário atual, mas seja para lanchar, almoçar, jantar ou apenas passar por lá, essa esquina tem muita historia pra contar...
A Suntuosa esquina da boêmia virou a
esquina da correria, do transito, da confusão, dos faróis, da sinalização...
Também é comum ver nas redondezas da esquina mais famosa do Brasil vendedores ambulantes, os famosos “camelôs” tentando ganhar a vida vendendo os mais diversos produtos pelas ruas da Ipiranga e da São João, são marcas da “Evolução” que ficou presente no dia dia dessa esquina tão vibrante.
É Sampa... Linda Sampa de tantas paixões e situações...
Nessas avenidas a alegria foi morar e a Ipiranga ainda se orgulha de fazer esquina com a avenida que foi já
palco do carnaval... Saudade quanta saudade, dessa pureza irreverente e singular.
E por isso nossa União da Vila Albertina se rendeu a essa magia e hoje vem
simplesmente paulistana e com a cara do sambista porque essa esquina sempre foi reduto de bambas tradicionais e traz nas suas cores da nossa cidade o orgulho de ser da terra da garoa...
Nossa homenagem é dedicada aos grandes boêmios nostálgicos dessa linda metrópole, mas principalmente ao mais boêmio sambista da nossa escola, Turu que nos deixou, mas lá do céu é a estrela que ilumina o sonho da nossa escola em ser campeã e brilhar cada vez mais, a ti dedicamos nossa inspiração...
E como ele sempre dizia... Vila Albertina para sempre vou te amar, Vila Albertina que será sempre Paulistana e que exalta nessa noite de carnaval a esquina onde tudo acontece, porque alguma coisa sempre acontecera em nossas corações quando passarmos pela Ipiranga e Avenida São João.
...Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas...
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