Já é carnaval, hoje a índia do samba, sendo nosso amuleto da sorte, convoca sua comunidade guerreira para que com fé e sabedoria, espantemos os maus espíritos e possamos do mesmo modo que um trevo de quatro folhas trazer toda sorte para nosso carnaval...
Há Iracema vem brilhar neste carnaval através da Miscigenação do Império Mali, pois ela é o Talismã, da nossa comunidade...
Mandingas povos africanos que habitavam ao Norte da África. Originário dos Mandes antigo, eram súditos do reino de Gana, viviam ao sul do Saara, junto à curva do rio Niger e Senegal. Fundaram um único império que se estendeu ao longo da África Ocidental, formado estes pelas regiões da Costa do Marfim, Guine entre outros, atingindo assim, o auge no reinado do grande rei mandinga, Sundyata Keita. Foi difundida pelo atlântico através do tráfico de escravos como a imagem de povo feiticeiro cheio de superstições, expandido seus domínios e desenvolvendo sua economia em recursos naturais como: ouro, urânio e sal. Tinha como moeda corrente búzio.
Os mandingas cultuavam o Animismo (culto à força da natureza) rituais tradicionais dos indígenas, religião pagã de muitas feitiçarias nas crenças populares. Porém com o passar do tempo, a metade da população se converteu ao Islamismo, onde mandingas tinham Ala como deus e Maomé como profeta, não aceitando então qualquer outro tipo de crença, assim os escravos que cultuavam os orixás (orubás) eram vistos como infiéis pelos negros mulçumanos.
A religião Islamismo tinha como um forte aliado os defensores da fé mulçumana. O rei Mansa Mussa e sua esposa Sagolou Konte incentivaram a cultura, o estudo do Alcorão, a ponto de organizar uma grandiosa peregrinação de seguidores, impressionando os lideres árabes da época.
Com o crescimento do tráfico de escravos, vários negros mandingas vieram para o Brasil vítimas da ambição dos senhores brancos. Muitos desses escravos que soubessem ler e escrever em árabe recebiam o cargo de confiança de capitão do mato para capturarem negros fugitivos. Quando um escravo pretendia fugir da senzala, não usava armas, lutava praticando a capoeira. Junto à capoeira, a fim de que se protegerem, usavam turbantes e uma bolsa com patuás, na qual, penduravam ao pescoço sem as inscrições do alcorão, para que pensassem “tratar-se de um negro mandinga”, entretanto, se um verdadeiro mandinga com suas vestes caracterizado soldados de uma milícia religiosa abordasse ele e não soubesse recitar o trecho do Alcorão descarregaria sua fúria nesse infeliz negro fugitivo.
Assim nasceu a expressão (Quem não pode com mandinga não carrega patuá).
Com o passar do tempo o hábito de utilizar patuás, amuletos entre negros e alguns brancos, foi generalizando, pois eles acreditavam que o poder das mandingas era devido em grande parte aos poderes do patuá, que também era considerado na época um objeto consagrado que poderia curar e livrar do demônio.
A Igreja Católica renunciava qualquer tipo de amuletos que ganhasse visibilidade trazida pelos negros mandingas. Os padres tentavam convencer os negros mandingas a não portar amuletos e aceitarem o batismo.
Entre os católicos já era hábito utilizar objetos protetores que pertencia a santos ou até mesmo ao “santo papa”, onde quem possuía era crente de ter bons fluidos, algo quanto o relicário. Logo o clero percebendo que não poderia impedir o uso de amuletos confeccionados pelos mandingas, acabou arrumando formas de substituir. A principio estes amuletos tinham como finalidade segundo o povo mandinga, a proteção do corpo e dos males, protegia o medo do diabo, as enfermidades, feitiços, desentendimento entre pessoas e guerras que assolavam as aldeias, entre outros. Assim, decidiram substituir os antigos elementos por: (medalhas e correntes sagradas, orações, fitinhas religiosas angus Dei, imagens de santos: Jesus, virgem Maria, São Jorge, figas etc...) que depois de benzidos a maioria das pessoas acreditavam que poderiam trazer proteção aos devotos.
A Medicina da época era precária, as pessoas atribuíam aos Patuás um tipo de Magia que curava suas doenças, confecção feita com pedaço de ervas e pelos de animais.
Nos Candomblés da Bahia era comum o pedido de patuás por parte de simpatizantes até mesmo por aqueles que temiam o Culto afro, pois dizia que o patuá poderia neutralizar trabalhos de magia negra, a quem ele é consagrado.
Apesar do mundo separar diversas etnias eles compartilham dos mesmos medos e se perdem na poeira do tempo e se confundem com as próprias histórias do gênero humano.
|