A escola de samba com seu enredo, o formato do espetáculo, é a síntese de todos os signos da cultura brasileira. Ela consegue se manter porque se transforma.
(Haroldo Costa)
Um sonho de felicidade. É assim que nossa querida Imperatriz da Paulicéia parte em busca de mais um carnaval. Vem trazer para avenida um enredo antropológico, popular, irreverente e original.
A São Paulo das Tribos vem resgatar o conceito de tribos urbanas que surgiu na década de 1980 e que traz a concepção tribal da África primitiva para dar sentido aos diversos grupos urbanos, tem o objetivo de caracterizar grupos sociais na São Paulo moderna. Nossa História começa a partir daí.
Encontro de cultura, diversidade, alegria, resistência, falamos de uma verdadeira celebração dos grupos sociais na Sampa imortalizada pela musica de Caetano Veloso. Cidade que desponta a partir do início do Século XX, como locomotiva econômica do Brasil, “nossa Paulicéia desvairada”, como diz Mario de Andrade: “São Paulo, comoção da minha vida”, a chamada metáfora do Arlequim, uma cidade que reúne contrastes, metrópole feita de “cinza e ouro”, da luz e “Bruma”, de tradição e ruptura, do velho e do novo.
Aqui, todos os personagens urbanos buscam uma cara, estabelecem redes de amigos com base em interesses comuns. Agregações que apresentam uma uniformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir.
Convidamos aqueles que encontram e cria forma àquilo que é nossa Sampa. Personagens como Punks com o seu estilo único de ser, hippes que pregam “paz e amor” e que surgiram em uma época onde fora na contra mão da sociedade de consumo, chamamos os engraxates, uma tribo quase que extinta, parte direta do imaginário de uma cidade que cresceu, trabalhadores muitas vezes jovens ou crianças que arrumavam algum trocado de maneira informal.
Chamamos também para nossa festa, Vocês: “Skatistas, mendigos, grafiteiros, DJs, loucos urbanos, ninfetas urbanas, nordestinos etc a participarem dessa linda viagem”. Claro que não poderia faltar à musicalidade, símbolo de transformações, lutas e sentimentos. Trazemos o RAP, RIP ROP, Reggae, Funk, e os nossos irmãos do Rock, em uma clara homenagem de nossa escola a esses grandes movimentos musicais.
Chegamos a você antropólogo urbano, intelectuais que criam conceitos, estudam os vários movimentos e grupos, vê o nativo em seu meio, ontem, hoje e sempre.
Por fim, não poderia faltar, a nossa “Tribo do Samba” que é a “voz do morro”, voz do povo, resiste também com elegância nas escolas de samba e nas comunidades de samba, exemplo de dignidade que ainda sofre nas ruas e periferias.
Bem, gostou!... É assim firme, tribal e festeira, que nossa Imperatriz da Paulicéia vem em busca de seu sonho de felicidade que é ganhar o glorioso carnaval. |