Argumento
Florescer,
Frutificar, Colher, Lembrar,
É a sequência do ciclo do planeta, dividido em quatro etapas, mas é também a
sequência do ciclo da vida. Inclusive, é o ciclo de nossa vida no Samba.
Desabrochamos, atingimos a plenitude, colhemos o que semeamos e acumulamos
a bagagem que será nosso regozijo até o final.
Cantamos essas quatro etapas: a primavera ou o desabrochar, o verão que é
a plenitude, o outono como o período da colheita e o inverno como a memória.
São as quatro estações da vida de um sambista e, com muito orgulho, a Unidos de São Miguel presta essa homenagem ao povo do Samba.
Sinopse
A Terra corteja o Sol que, com seu esplendor ostenta o pavilhão da luz da vida,
os raios que tornam possível a vida. Esse bailado da Terra, com rodopios, inclinações,
aproximações e afastamentos, determina as quatro Etapas, as quatro
Estações.
Primavera
O Pavilhão da Escola de Samba é o solo fértil, onde brota a vida, nasce a
fina flor do samba. Voam as borboletas que são cabrochas, saracoteando no
jardim. Os brotos florescem sob o Sol, regados a água e a Samba. As jovens
flores têm o seu Jardim de Infância no Berçário de Bamba.
Verão
Nosso carnaval é no Verão. Aguardamos durante todo ano por esse momento
de festa, de brilho. Tudo que foi semeado na Primavera está exuberante
exalando plenitude como o fruto maduro. As luzes do palco estão acesas como
o Sol a pino que são os refletores da Passarela do Samba, a nossa Praia. Nessa
pista batuqueiros vão tirar onda como surfistas pegam onda; passistas se exibirão
sob as luzes como as garotas de biquíni sob o sol e os foliões brincarão
como banhistas no mar. É o reinado do Sol, do Rei-Sol, do Rei-Momo-Sol. E, ao
final desses dias, uma refrescante chuva de verão que pode ser um dilúvio de
felicidade e comemoração por um resultado positivo ou uma tempestade, se o
resultado for negativo.
Outono
As coloridas e até então exuberantes folhas começam a secar e assumem
tons de dourado e delas fazemos coroas. São coroas de louros, servem para
celebrar os resultados que aparecem com o tempo. O pomar está pronto para
a colheita. E os experientes sambistas estão prontos para colhê-los.
Inverno
Os baluartes abrem alas para o período da memória, da recordação. Seus
cabelos são brancos como os flocos de neve enquanto seus pés são a mais
profunda raiz do samba. Para nos aquecer colocamos lenha na lareira e diante
dela ficamos a recordar. Diante dessa chama da memória recordamos quem
semeou e cuidou do samba. Lembramos quem teceu o Pavilhão sob o qual
estamos agasalhados. Aquecidos ficamos sob o manto do Samba.
Primavera,
Verão, Outono, Inverno Na vida de um Sambista.
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