Em força e luz explode a imensidão!
Do breu do caos que a ordem se fez, é lançado ao léu o brilho da criação, de onde resplandece a Terra, íris azul nos olhos do universo, a poesia da vida, o verso que fez rimar quatro elementos: água, terra, fogo e ar. Forças do equilíbrio que ostentam o poder. Eis a balança ancestral que sustenta a inexplicável mágica do viver.
Moléculas que se fundem, química perfeita! Fonte que jorra a vida e atravessa o tempo, fazendo surgir o homem, ser que reina sobre as criaturas com a dádiva do pensamento. Cria que cria, escolhe, decide, presente e futuro, que constrói e destrói, o verso e o reverso, direito e esquerdo, o bem e o mal.
No relógio do tempo, engrenagem da invenção. O progresso alcança e pende a balança, o peso da degradação. O mundo se move, a máquina do homem, fruto da evolução que acelera sem freio, fora do prumo, que corre num trilho sem direção, como quem rasga a tela e borra a aquarela, obra prima da criação.
E assim tingiram-se nossas águas pela escória industrial, inconsequente ganância a escorrer por rios e mares, da civilização, dos esgotos, dos lares. Manchou-se o céu de densas e inimagináveis nuvens tóxicas a denegrir o ar; algoz poluição. Séculos tombaram-se em florestas e outras tantas de pedra ergueram-se em seu lugar. Insuperável humanidade, super-homens querendo apenas avançar num superlativo mundo, sem saber onde chegar.
A natureza cobra a sua ordem e reclama em sua revolta como um brado que transborda, que se aquece e que sufoca, se faz escasso e queagoniza mas não morre. Natureza que nos envia sinais de alerta como a luz no fim do túnel e, por fim, o homem desperta, se redime e reinventa, busca em seu eu a consciência para construir um mundo novo, o amanhã da sua existência.
Trava-se um duelo de titãs, crescer e existir, recomeçar e buscar o progresso aliado ao bem viver. Lado a lado, equilibrado; sustentável leveza do ser. Ser humano é reconhecer que cuidar do mundo é cuidar da nossa casa, de mim e de você, zelar por nossa herança, nosso tesouro. Água, terra, fogo e ar. Não poluir, reciclar, não destruir, não desmatar; colher e plantar conscientemente para ser a semente a brotar e ver o mundo se alimentar. Preservar a esperança, fazer do futuro o nosso presente, um presente que se quer dar.
Hoje o samba abre alas para o mundo novo e seu cantar é um grito de alerta, correto, sensato e humano, que sai do coração como um pensamento puro para alcançar a consciência dos homens.
Abre-se o pano. Descortina-se o futuro de um viver melhor, um carnaval sustentável. O tigre é mais que um guerreiro, é o guardião do planeta azul que traz uma energia limpa, uma alegria ampla de um sorriso branco e franco, na esperança de que a nossa casa seja sempre verde e para todo o sempre, viver!
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