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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B. UNIDOS DO PÉ GRANDE - CARNAVAL 2012
Enredo: Paixão nacional: Cerveja

O Grêmio Recreativo
Autores: Comissão de Carnaval

 

Há cerca de 10 mil anos, o homem antigo descobriu, por acaso, o processo de fermentação, no que surgiram, em pequena escala, as primeiras bebidas alcoólicas. Mais tarde, a cerveja era produzida inicialmente pelos padeiros, devido a natureza dos ingredientes que utilizavam: leveduras e grãos de cereais. A cevada era deixada de molho até germinar e, então, moída grosseiramente, moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados fermentar.

Há evidências de que a prática da cervejaria originou-se na região da Mesopotâmia onde a cevada cresce em estado selvagem. Os primeiros registros de fabricação de cerveja têm aproximadamente 6 mil anos e remetem aos Sumérios, povo mesopotâmico. A primeira cerveja produzida foi, provavelmente, um acidente. Documentos históricos mostram que em 2100 a.C. os sumérios alegravam-se com uma bebida fermentada, obtida de cereais. Na Suméria, cerca de 40% da produção dos cereais destinavam-se às cervejarias chamadas "casas de cerveja", mantida por mulheres. Os egípcios logo aprenderam a arte de fabricar cerveja e carregaram a tradição no milênio seguinte, agregando o líquido à sua dieta diária.

A cerveja produzida naquela época era bem diferente da de hoje em dia. Era escura, forte e muitas vezes substituía a água, sujeita a todos os tipos de contaminação, causando diversas doenças à população. Mas a base do produto, a cevada fermentada, era a mesma.

A expansão definitiva da cerveja se deu com o Império Romano, que se encarregou de levá-la para todos os cantos onde ainda não era conhecida. Júlio César era um grande admirador da cerveja e, em 49 a.C., depois de cruzar o Rubicão, ele deu uma grande festa a seus comandantes, na qual a principal bebida era a cerveja. A César também é atribuída a introdução de cerveja entre os britânicos, pois quando ele chegou à Britânia, esse povo apenas bebia leite e licor de mel. Através dos romanos a cerveja também chegou à Gália, hoje a França.

E foi aí que a bebida definitivamente ganhou seu nome latino pelo qual conhecemos hoje. Os gauleses denominavam essa bebida de cevada fermentada de “cerevisia” ou “cervisia” em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade.

Na Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da cerveja que, até então, era uma atividade familiar, como cozer o pão ou fiar o linho. Pouco a pouco, à medida que cresciam os aglomerados populacionais e que se libertavam os servos, entre os séculos VII e IX, começaram a surgir artesãos cervejeiros, trabalhando principalmente para grandes senhores e para abadias e mosteiros. O monopólio da fabricação da cerveja até por volta do século XI continuou com os conventos que desempenhavam relevante papel social e cultural, acolhendo os peregrinos de outras regiões. Por isso, todo monastério dispunha de um albergue e de uma cervejaria. Os monges por serem os únicos que reproduziam os manuscritos da época, puderam conservar e aperfeiçoar a técnica de fabricação da cerveja.

Com o aumento do consumo da bebida, os artesãos das cidades começaram também a produzir cerveja, o que levou os poderes de públicos a se preocupar com o hábito de se beber cerveja. As tabernas ou cervejarias eram locais onde se discutiam assuntos importantes e muitos negócios concluíam-se entre um gole e outro de cerveja. A partir do séc. XII pequenas fábricas foram surgindo nas cidades européias e com uma técnica mais aperfeiçoada, os cervejeiros já sabiam que a água tinha um papel determinante na qualidade da cerveja. Assim a escolha da localização da fábrica era feita em função da proximidade de fontes de água muito boa.

Com a posterior invenção de instrumentos científicos (termômetros e outros), bem como o aperfeiçoamento de novas técnicas de produção, o que bebemos hoje é uma agregação de todas as descobertas que possibilitaram o aprimoramento deste nobre líquido.

No Brasil, a história da cerveja não começa com seus colonizadores, mas provavelmente apenas no Século XVII através da Companhia das Índias Ocidentais, pelos holandeses. Com a saída deles do país em 1654, a cerveja também desapareceu por um século e meio, reaparecendo apenas no final do Século XVIII. Como durante o período colonial os portos eram fechados aos navio estrangeiros, sendo abertos apenas com a chegada da família real portuguesa, a cerveja consumida no país eram contrabandeadas por Salvador, Rio de Janeiro e Recife.

No final do século, a cerveja alemã passou a ser preferência, pois vinha em garrafas e em caixas, e não em barris como as inglesas. Porém, com a alta dos impostos sobre importação e logo em seguida, a limitação de importação pelo governo, em 1904, a cerveja alemã não teve mais um lugar de destaque. Nesse período, a indústria nacional de cerveja começou a se desenvolver e a importação praticamente cessou no início do século XX.

No final de 1820, um oficial alemão encontrou uma maneira de fabricar cerveja de forma lucrativa contando com imigrantes alemães do Rio Grande do Sul. Até a Primeira Guerra Mundial houve um aumento da produção de cerveja, após esse período, a cevada e o lúpulo da Alemanha e Áustria não podiam mais ser obtidas. Para suprir a falta desses ingredientes, os cervejeiros passaram a utilizar outros cereais como arroz, milho e trigo o que já era comum em outros países.

A enorme quantidade de fábricas e cervejarias que surgiram entre os anos de 1840 e 1880 permitiram a expansão do consumo de cerveja, fato que levou à popularização da cerveja no Brasil.

E hoje está presente e todo lugar, bares, restaurantes, em grandes eventos. Em latas ou garrafas é paixão nacional e virou tema do nosso carnaval.


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