O tema que mostrará a importância deste
comércio milenar que, até hoje, exerce fascínio na freguesia.
Não se sabe ao certo quando a primeira
feira livre surgiu, mas o registro mais antigo que se tem notícia data
de 500 a.C., na cidade de Tiro no Líbano. Até hoje, no Oriente Médio em
geral, as feiras são um importante evento comercial. Mercadores aos
berros, vendendo tapetes e todo tipo de comidas e especiarias exóticas,
nos famosos mercados livres.
Do Oriente para o Ocidente, chegamos a São
Paulo, a maior cidade da América Latina. Por aqui, as feiras existem
desde meados do século XVII, onde primeiramente eram comercializados de
tudo um pouco: de sapato a palmito. A tradição de ser semanal também vem
do mesmo século e persiste até os tempos atuais. Todos os dias, em
alguma rua da cidade, ainda de madrugada, o feirante chega com seu
caminhão ou perua para montar sua barraca. Logo a rua é tomada pelas
barracas de vários tipos e tamanhos. Frutas, verduras, legumes, grãos e
especiarias, peixes, flores, além de quinquilharias para casa.
Antes mesmo do sol raiar, a freguesia
chega para encher seu carrinho ou sua sacola grande de lona,
ecologicamente correta, com mercadorias fresquinhas e deliciosas, vindas
do entreposto de hortifrutigranjeiros, carnes e aves, de onde saem
diariamente toneladas de produtos que abastecem, só na cidade de São
Paulo, mais de 800 feiras livres.
O feirante, com aquele tradicional
avental, desempenha papel importante nesta cadeia do abastecimento
alimentar, pois é ele quem garante o contato direto com o cliente e
possibilita a barganha, principalmente, no finalzinho da feira, a
chamada "hora da xepa". Não é à toa que os fregueses conhecem as
barracas e os feirantes pelo nome, o que proporciona conforto e
confiança.
As feiras livres são grandes fontes de
empregos e escoamento da produção de hortifrutigranjeiros, pescados e
flores. Além dos aspectos comerciais que movimentam a economia, são
ponto de encontro, um lugar para saborear aquele delicioso pastel de
feira, acompanhado por uma garapa (caldo de cana).
E é lá, que acontece uma vez por mês o
Samba na Feira, uma roda de samba que reúne vários feirante e clientes
na Vila Carolina, Zona Norte de São Paulo. Feira livre já é boa, na hora
da xepa é uma pechincha e com samba fica melhor ainda. Olha Dona Maria,
a banana, a batata e o melão! Moça bonita não paga, mas também não leva!
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