É carnaval cintila uma estrela no céu...
A Escola de Samba Dragões de São Miguel
vem homenagear um dos grandes artistas desse nosso país: Luiz Gonzaga.
Um novo dia raiou o ardente Sol do
Nordeste nasce um talento, um menino sonhador...
Luiz Gonzaga nasceu em 13 de dezembro de
1912, na Fazenda de Caiçara, em Exu distante da Capital pernambucana,
veio ao mundo dividido entre a enxada e a sanfona. Foi observando seu
pai animando bailes e consertando sanfonas, que lhe despertou a
curiosidade por tal instrumento. Seu pai não desejava que seu filho
trilhasse o mesmo caminho que ele, porém, mal sabia que seu filho iria
ganhar o mundo. Mesmo assim Gonzaga acompanhava seu pai em festas onde
iria tocar a sanfona e adquirir um trocado.
Depois de certo tempo Gonzaga começou a
tocar em grandes festas em sua região com o consentimento de seus pais.
Logo ganhou a sua primeira sanfona e assim ia tocar e encantar a todos
em casamentos e adorava o tempo de festejos juninos na região.
Chega então o momento de decisões em sua
vida e resolve entrar para o Exército, com a Revolução de 1930 o
Batalhão de Gonzaga atravessa os estados até chegar em Minas Gerais.
Aonde conhece então o Sanfoneiro Domingos Ambrósio, o grande amigo que
lhe ensinava os ritmos mais populares do Sul; valsas, fados, tangos,
sambas. Gonzaga tirou de letra em 1939 deu baixa no Exército seguiu para
São Paulo, conhece então a noite boêmia das grandes cidades e em seguida
vai para o Rio de Janeiro.
Passou então a se apresentar em Cabarés na
Lapa e em programas de Calouros. A partir daí Gonzaga passa a compor e
tocar músicas do sertão nordestino.
No programa de Ary Barroso que Gonzaga
recebeu aplausos com a apresentação da Música Vira e Mexe, composição de
sua autoria proporcionado ao até então desconhecido Gonzaga o seu
primeiro contrato pela Rádio Nacional.
O apogeu do baião perpassou a segunda
metade da década de 40 até a primeira metade da década de 50, época na
qual Gonzaga consolida-se como um dos artistas mais populares em todo o
território nacional. Tal sucesso é devido à genialidade musical da Asa
Branca, composta por Humberto Teixeira e Gonzaga, na verdade um hino que
narra toda a trajetória do sofrido migrante nordestino.
Nessa mesma década de 50 a partir daí
começou a se trajar para as suas apresentações com roupas do sertão
nordestino, chapéu inspirado no famoso cangaceiro Virgulino Ferreira, o
Lampião, de quem era admirador, com o surgimento de novos padrões de
músicas populares no Brasil o apogeu do Baião começa a decair, apesar de
certo declínio Gonzaga não cai no esquecimento no Nordeste do país.
Notadamente foi o movimento Musical
Juvenil da década de 60 com: Gilberto Gil e Caetano Veloso que Gonzaga
ressurgi no cenário musical regravando o sucesso Asa Branca. Em 1972 com
a realização do show no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro foi a
sua volta as paradas de sucesso.
Após o longo período de sua vida em
atividade profissional em 35 anos, é chegada a hora de retornar a sua
terra natal.
Em Exu dá início à construção do Museu do
Gonzagão, dentro do Parque Asa Branca, onde deixou escrito.
Lá se encontra o maior acervo de peças
pertencentes ao Rei do Baião: suas principais sanfonas, inclusive a que
tocou para o Papa em Fortaleza, suas vestimentas, seus discos de ouro,
troféus, diplomas, títulos, fotos e presentes a ele ofertado em sua
brilhante carreira.
E eternamente em um buquê de poesia...
Orgulhosamente Luiz Gonzaga sempre vai se encontrar em meio a nossa
cultura brasileira.
Mesmo assim como cintila uma linda estrela
no céu...
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