Quando da
descoberta do Brasil, o milho foi o primeiro produto da Vera Cruz a
fazer sucesso na Europa. Dom Manuel, o Rei de Portugal o consagrou,
"muito superior às ervilhas mais finas", era o "ouro na mesa".
De lá pra cá
o milho invadiu as casas, os barracos, as fazendas, as histórias, as
festas, os campos, os vales e a mesa.
É o milho em
todo lugar.
O amarelo
virou dinheiro na boca do povo, deu forma ao periquito enquanto o
papagaio comia. É catado na máquina de escrever e na lavoura é parte do
espantalho de palha, aonde os pássaros não pousam.
Visconde de
Sabugosa?
Anda no
carro de boi, entra no forno caipira, é socado no pilão, sovado no
manjolo e na gamela é mostrado.
Do milharal
saiu a Festa Junina, a cidade de milho, o rancho da pamonha, a selecta
de milho e a maizena e sua taba de índios.
Correu o
mundo e virou rei.
O milho é
comida para todos. Homens, mulheres, crianças, aves e animais. Torta
para gado, quirera para pintinhos, milho para galinhas, torta de milho,
canjica, bolo de milho verde, espiga cozida, mungunzá, angu, pipoca,
fubá, cuscuz, farinha, pamonha, óleo, farofa, mel, etc.
O milho está
na cozinha, na religião, nas artes, ciências, remédios e outros.
Enfim, vale
a pena mostrar o milho, que hoje vai entrar na passarela e mostrar que
não é quirera.
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