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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. MARAVILHA - CARNAVAL 1995
Enredo: O Menino de Palmares

O Grêmio Recreativo
Autor: Everson S. Oliveira (Sonn)

 

Das várias tentativas de extermínio da gloriosa República Negra Independente: "O Quilombo dos Palmares"; houve uma delas onde a tropa contratada pela metrópole portuguesa, invadiu Macaco, uma das cidades-estado.

Dentre os capturados após o massacre haviam várias mulheres e uma criança negra recém-nascida.

O bebê negro, que nasceu livre, na nação palmarina, foi enviado para a cidade de Porto Calvo praticamente como escravo e doado ao Padre Miguel.

A criança logo foi batizada com o nome cristão de Joaquim, cresceu na capela sob os cuidados do padre recebendo a cultura branca, escolaridade e o que é mais importante: foi adquirindo conhecimento da metodologia de massacre e pressão do branco sob o seu povo.

Aos poucos foi conhecendo a sua verdadeira história.

Por volta de seus dezesseis anos de idade a sua revolta era tanta, que o menino resolveu assumir a sua história real. Abandonou o padre e a Igreja e fugiu rumo à sua terra natal: "O Quilombo dos Palmares".

Após várias luas, perdido na mata, pois só conhecia o Quilombo através do nome e das histórias que ouvira os brancos contaram. Caiu ao chão faminto e cansado, desfaleceu.

Neste período ele sonhou com toda a sua história, visionou o seu nascimento, a invasão do quilombo, a morte cruel de seus pais e seu transporte para Porto Calvo, e ainda todas as histórias assassinas dos brancos opressores.

Acordou sendo carregado nos braços de um negro, adentrando o tão sonhado "Quilombo dos Palmares".

Logo após ser tratado, alimentado. Contou sua história e sua visão ao feiticeiro Anajuba, que ouviu atentamente todos os detalhes.

Concluindo os últimos comentários o feiticeiro Anajuba, convoca a guarda-de-honra os (guerreiros de elite) do rei e determina num linguajar africano, que os guerreiros lhe rendam homenagens, pois tratava-se do novo rei. Ganga-Zumba, encontrava-se totalmente velho, fraco e desmoralizado pelos últimos ataques, que levaram a cidade quase à ruína.

O garoto não entendeu nada. Abismado com as homenagens fitou os olhos profundamente para o feiticeiro. Como num passe de mágica, foi só ai que ele compreendeu a sua nova responsabilidade.

O menino estava pasmo e sob trêmula emoção, quando Anajuba caminhou até o centro da aldeia dirigindo sua visão aos céus, exclamou:

- Viva Zumbi!

- Viva Palmares!

- Viva a Liberdade!

Neste momento, todos os palmarinos iniciam uma grande festa e cantando num ritmo africano alucinante.

 


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