Quando se
ouve falar "o circo vem aí" nossos olhos brilham só de pensar nas
maravilhas que vão chegar, pois o circo é um lugar de sonho e magia,
onde reina a alegria que não tem porta, tem portal e este portal nos
transporta da dura realidade para uma dimensão onde reina a felicidade.
Tamanha é a
magia que envolve este universo, que a pipoca pula de alegria e
transforma-se em flor, a doce nuvem do algodão nos envolve em tamanho
clima de tranqüilidade que flutuamos, levados pelo vento que faz girar
os cata-ventos, junto aos balões prateados e coloridos, que povoam a
entrada deste mundo encantado.
O bilhete é
comprado, passaporte para transpor a fronteira entre a realidade e o
sonho; a bandinha toca nos convidando a entrar, entramos na tenda toda
decorada com estrelas prateadas, onde nos espera o mestre de cerimônias
que diz: "Senhoras e senhores, respeitável público!"
A bandinha
entra, nada se escuta, sequer a sua voz, apenas a entrada as bailarinas
madrinhas trazendo as atrações que cada uma representa.
E a bandinha
toca...
Um "frison"
se instala na platéia, um misto de medo e emoção, entra o domador e seus
leões, imponentes e majestosos, tensão no público, mas tal qual
cordeirinhos, as feras obedecem a seu amo.
E a bandinha
toca...
Entram
imponentes os elefantes, ricamente adornados, conduzidos por graciosas
odaliscas que inebriam os espectadores; que virá agora? Belos alazões
que saltam com graça e leveza, montados por garbosos domadores, trotam
alegremente, dão voltas e deixam o picadeiro. Alegrem-se crianças! olhem
que adoráveis poodles adentram em cena, saltando, correndo, equilibrando
bolinhas na pontinha do focinho, latindo alegremente para os ursos que
já vem chegando, para subir nos tambores e fazer acrobacias.
Toca
bandinha, toca...
Sob a lona
colorida, o público chora, ri, aplaude, a criança procura conforto no
colo dos mais velhos, que viram crianças sacudindo a barriga de tanto
rir, comendo pipocas e amendoins, mas surgem os trapezistas, um oh!!!
surpreendente agita o público, prendem a respiração, parecem pássaros,
voando no céu de lona, fazendo piruetas, ganhando assobios, palmas e
pedidos de "bis", mal refeitos da emoção, o público aguarda com
entusiasmo os atiradores de facas, jogando com a vida, confiando na
firmeza e na precisão de suas mãos, um erro, um piscar de olhos, uma
falta de atenção representa perigo e graves ferimentos; e a bandinha
toca os pratos, o público delira, mas se encanta com o farfalhar das
sedas e a ansiedade dos equilibristas de pratos, executando acrobacias
com pratos de porcelana firando numa varinha, uma nuvem de pombos entra
em revoada, é a chegada dos mágicos e suas caixinhas de surpresas
transformam em lenços suas bengalas, lindos coelhinhos saem de suas
cartolas e desaparecem numa nuvem de fumaça.
E a bandinha
continua a tocar...
Milhões de
gargalhadas, muita algazarra, risos mil, cores em profusão, vendendo
alegria, tome de baldes d'água, calhambeques desmontando, correrias,
sustos, tombos, baldes cheios de confetes jogados no público em meio a
confusão geral, e digamos: "hoje tem marmelada? hoje tem goiabada? e o
palhaço o que é? é ladrão de mulher?" alegria, riso, brincadeira,
sorrisos de criança que cada um de nós tem dentro de si.
O show vai
acabar, a bandinha toca, toca, e torna a tocar, a melodia fica dentro de
nós e nunca morre porque: "Senhoras e senhores, respeitável público"
UM DIA O
CIRCO VOLTARÁ
A proposta
do enredo é mostrar o Circo, a mais antiga expressão de arte popular,
suas origens, e seus derivados, a arte de representar, até nossos dias.
O circo traz
o mundo até nós, na miscigenação de povos distante, seus usos e
costumes, culturas diversas, propagando sua arte.
Deixemo-nos
levar pela magia, pelo sonho, pelo lúdico, esquecendo as agruras da
vida. No picadeira, a vida é mais bonita, muito mais colorida.
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